Colunistas / Política
Tasso Franco

ESQUENTA BRIGA GEDDEL X WAGNER

E vai ficar ainda mais tensa
03/09/2010 às 16:01
Em política, nunca se sabe quem atira a primeira pedra. Em tese, todos têm razões nos seus argumentos e cabe o eleitor julgar. Diz-se que, nessa queda de braço atual entre o governador Wagner e o ex-ministro Geddel o móvel primeiro nessa campanha política teria sido o comercial "ACM do Paraguai", da campanha do PT contra Geddel; e argui-se de outro lado que a causa da recente apimentação da dissidência são os bonecos (Para Lá com essa preguiça/ chega de lero-lero/ quero ver acontecer) da campanha do PMDB contra Wagner.

 Uma coisa parece certa: como já falamos aqui nesta coluna a situação de adversários políticos de ambos caminha para a condição de inimigos políticos. Wagner, na TV, num programa jornalístico disse que Geddel foi ingrato com ele e com Lula; e Geddel, hoje, no mesmo programa, disse que Wagner tem duas caras políticas: uma quando quer se aproximar de alguém; e a outra quando não consegue e passa a atacar as pessoas. Foi assim, dá o exemplo, com César Borges, o senador.

 A situação está sem controle porque os ânimos estão acirrados e ainda faltam 28 dias para o término dos programas eleitorais nos veículos de comunicação de massa - rádio e TV. Quem imaginava que Souto polarizaria com Wagner, em certo sentido está até conseguindo, a campanha marcha para uma polarização maior entre Wagner x Geddel. 

Um está mordendo a isca do outro. Wagner não deveria morder isca alguma porque está na frente com boa margem de vantagem nas pesquisas. Mas, óbvio, não tem sangue de barata e partiu pra cima. Disse, hoje, em Itabuna, que acorda cedo e dorme meia noite.

 Souto mantém uma pegada firme contra Wagner, também. A rigor são dois contra um. Na política é assim mesmo: quem está na frente sofre esse assédio. A Bahia tem sido um caso atípico nessa campanha porque, ao contrário da maioria dos estados, tem três nomes na parada, embora, como revelam as pesquisas, Wagner seja o favorito do eleitorado. 

Mas, não está disparado como acontecemem Pernambuco e no Ceará e precisa do apoio de Lula e  convencer o eleitor para ultrapassar a barreira dos 50% das intenções de votos.

 Ao contrário do que aconteceu em 2006, quando tinha João Durval como candidato a senador na chapa, este foi ajudado e também ajudou Wagner no interior da Bahia. Hoje, Pinheiro e Lídice são dois bons nomes, mas, são mais ajudados do que ajudam o governador. 

A campanha entra nos 30 dias nesse ritmo. E, pelo que estamos vendo, vai esquentar ainda mais. Meu sentimento é que o jogo ainda está sendo jogado e todos têm que gastar mais solas de sapatos.