Colunistas / Política
Tasso Franco

EMPREGOS AJUDAM TRAVESSIA DE WAGNER

O governo bate recordes na geração de empregos
23/06/2010 às 19:24
A política e a economia andam de mãos dadas. No momento, os indicadores indicam uma vantagem visível a candidata do PT e do presidente Lula, Dilma Rousseff, uma vez que os números apresentados pelo Ministério do Trabalho apontam que o emprego formal bate o 5º recorde consecutivo com a geração de novos postos de trabalho em maio último da ordem de 298.041 e um acumulado, janeiro/maio de 2010, de 1.260.000 novas vagas. É um dado excepcional e que certamente será explorado pelo marketing político da candidata com muita força, em contrapartida a indicadores do período FHC. E o que é mais sintomático: o movimento se direciona em curva ascendente fazendo com que esses empregos possam atingir no final no ano a marca de 2.000.000 de novos postos.

É um dado demolidor a proposta do candidato José Serra, PSDB, o qual, argui em sua trajetória missionária de modificar essa situação, de que o "Brasil pode mais". A questão é que o país já está podendo mais com Lula e isso é visível na geração de novos empregos, daí que, o eleitor não se sentirá sensibilizado para mudar uma coisa que está dando certo. Que está embalada. Até a candidata a presidente, Dilma Rousseff, na Convenção Estadual do PT, em Salvador, no Hotel Fiesta, em abril último, foi modesta em dizer que o Brasil geraria 1.400.000 novos empregos em 2010. A jugar pelos números, cada mês maiores, vai passar disso e muito.

No caso da Bahia guarda-se uma situação semelhante ainda que, em menor escala. O Estado alcançou a marca de 16.301 novos empregos em maio último com carteira assinada. Um dado considerável ainda que não se deve fazer comparativos com 2009, relação de crescimento mês a mês, porque a crise internacional atingiu a Bahia de forma mais direta, pois, sua planta da economia básica está concentrada com maior força na energia, petroquímica e petróleo. Ainda assim é um número relevanto quando acumulado de janeiro/maio 2010 a marca de 57.629 postos de trabalho, melhor desempenho absoluto no Nordeste.

Então, o que vale pra Dilma, vale para Wagner. Pra que mudar se está dando certo. Souto entende que, sim, a Bahia pode mais e setores essenciais à vida da população (segurança, saúde, educação, etc) vão mal. Seu "Projeto Soluções" é de avançar muito mais. Geddel, de sua parte, acompanha o projeto Lula/Dilma, no plano nacional, mas, também acha que a Bahia pode imprimir um ritmo nas acelerado na sua gestão governamental, tanto que o refrão base de sua campanha midiática popular é "A Bahia tem pressa" exposto com intensidade a partir de sua convenção realizada na última segunda feira. Tudo bem que assim seja e pensem.

Mas, óbvio, Wagner não vai ficar olhando o bonde passar e exibirá suas "armas", não como as do hino português, de um ufanismo cristão patriótico, porém, com números, realizações, o que fez no seu período de governo. E os números do Caged tem a marca registrada do Ministério do Trabalho e não podem ser questionados como os do Topa, uma hora 500.000 mil alfabetizados; outra 600 mil e segundo o MEC 290 mil. Claro que o marketing de Wagner vai expor essa situação com toda ânfase porque são os melhores indicadores do seu governo e atingem a ponta (o eleitor), o qual, se sente beneficiado diretamente, ele e sua familia.

Emprego é o melhor cabo eleitoral que existe. Trata-se de uma conquista do trabalhador e, normalmente, não está atrelado a este ou aquele político na linha proporcional, mas, na majoritária, ao chefe do Executivo, na Bahia (e outros estados onde o fenômeno ocorre) e no Brasil (Lula). Sendo Wagner ligado a Lula, junta-se, pois, o útil ao agradável e essa marca será exposta na travessia Wagner no sentido de que permaneça à frente do governo do Bahia, porque, em tese, dada essa relação umbilical Wager/PT/Lula/Dilma seria o melhor para o estado. Tem sentido. Em certo sentido, neutralizará o "A Bahia tem pressa" (de Geddel) e a "Bahia pode mais" (de Souto).

São observações feitas aqui do meu palanque, sem votos, comendo canjica e milho cozido na casa da sogra, na Serra, aposentado que estou com o carimbo do INSS aguardando meus 7.7% de reajuste.