O presidente Lula da Silva deveria vir mais vezes a Salvador. Pelo que a população desta cidade já fez por ele nas seguidas eleições presidenciais, sempre conferindo votações expressivas e superiores a 80% dos votos válidos, e o apreço que lhe devota até os dias atuais, mais de 82% dos baianos atestam que seu governo é ótimo/bom (Ibope/Globo), tem um governador amigo no Palácio de Ondina, desde 2007, justo seria um olhar mais atencioso com a capital dos baianos e o estado da Bahia.
             Agora, anuncia-se que, o presidente assinará no reformado Palácio Rio Branco, ao ser inaugurado nesta quinta-feira, 10, o PAC para Cidades Histórias brasileiras, envolvendo recursos da ordem de R$600 milhões. Nesse contexto, se insere mais um plano de reabilitação do centro histórico de Salvador com opções estratégicas de desenvolvimento sustentável. Na prática, ainda é uma incógnita. Fala-se de uma proposta de integração social e econômica, de habitação, cultura, turismo, meio ambiente segurança e patrimônio.

Esse filme já se passou em outras oportunidades e pouca coisa aconteceu neste governo. Pode ser que, ainda aconteça. Antes tarde do que nunca. Lula e o governador Wagner entregarão, ainda, diplomas do Plano Setorial de Qualificação e Inserção Profissional (Planseq) para beneficiários do Programa Bolsa Família (Próximo Passo) e assinam ordem de serviço do interceptador Paralela/Lauro, uma obra do PAC Saneamento no valor de R$170 milhões, e contrato para 3.5 mil unidades habitacionais em Salvador, Santo Antonio de Jesus e Camaçari.

            É o que repito. Antes tarde do que nunca. O PT administra o município de Lauro de Freitas, na RMS, há seis anos. Lula está no governo há 9 anos. Todos os meses de abril/maio têm inundações em Lauro. Este ano, então, foi um horror. As obras de saneamento em Lauro não poderiam ter sido feitas antes? Acredito que sim. No Centro Histórico de Salvador, desde a emblemática visita do secretário Márcio Meireles e comitiva, na Rocinha, no inicio de 2007, não já se poderia ter avançado? Sem dúvida.


            Então, observando-se por esse ângulo, vê-se que o presidente honra dívidas com o Estado com certo atraso e sua visita tem uma conotação política muito forte porque, na análise do meio parlamentar, é mais um contraponto a presença do candidato José Serra e sua convenção nacional no estado, dia 12, do que propriamente uma ação administrativa. Além do que, são obras de longo alcance e que dificilmente serão iniciadas à curto e/ou médio prazo.


Veja, por exemplo, o que aconteceu com a última visita de Lula ao Estado, em Ilhéus, março deste ano. Anunciou-se a licitação das obras da Ferrovia Oeste-Leste através da Valec. E chegou-se a falar em canteiros de obras operando em maio. Pois dito, a Valec já adiou pela quinta vez os editais de licitações dada a complexidade do projeto, os interesses empresariais em jogo, as competências técnicas para cada tramo dos 1.500 km, e a nova data prevista para os editais é 9 de julho próximo.

É sempre importante a visita de um presidente da República na Bahia. E, óbvio, o estado sente-se honrado com essa deferência. A população, no entanto, até pelo que já deu a Lula em votos, quer mais ações e objetividade.