Colunistas / Política
Tasso Franco

A CANDIDATURA DE JOÃO HENRIQUE AO SENADO

João é candidato competitivo
24/10/2009 às 19:21
   Anuncia-se que o prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB) será candidato a senador da República na chapa do ministro Geddel Vieira Lima. É um nome fortíssimo se assim se dispuser a disputar uma das cadeiras do Senado, em 2010. O prefeito já sinalizou essa intenção, mas, nunca se sabe quando ele está falando a verdade política, arte que nunca foi direta, e tem mutações ao longo de qualquer processo eleitoral.
   Tendo dito aqui neste site que João é um péssimo administrador público, porém, um excelente político. A prova maior disso foi ganhar a eleição de 2008 depois de ser selecionado em pesquisa DataFolha como o pior gestor entre 12 capitais metropolitanas, durante 4 anos, entre 2005/2008, e ganhar o pleito contra 3 pesos pesados: Imbassahy, ACM Neto e Pinheiro.


   Então, por essa lógica, em 2010 tem possibilidade real de ser senador da República porque são poucos os candidatos lançados até agora e competitivos, tem uma boa visibilidade e aceitação na capital e RMS, detentora de cerca de 20% a 22% do eleitorado, é filho de João Durval (pode usar o recall do pai no interior) e integraria a chapa do PMDB, com Geddel, um político bastante dinâmico.


   É claro que, em política, não existem vencedores antecipados de pleitos, salvo quando acontecem disparidades e intenções tão gritantes como se deram em 1986, na disputa entre Waldir Pires x Josaphat Marinho, o primeiro saindo na frente desde o início da campanha e fechando com vitória tranqüila.


  Mas, nessa mesma campanha de 1986, os favoritos iniciais ao Senado eram Félix Mendonça e Lomanto Júnior dado o prestígio de ACM e do governador João Durval, e dos nomes em apreço. Mas, com o decorrer da campanha, Ruy Bacelar e Jutahy Magalhães, considerados fracos em relação aos citados, foram ganhando corpo e acabaram vencendo seus pleitos embalados pela onda que elegeu Waldir Pires.


   Por essa ótica, o prestígio de João conta e muito. Mas, não será suficiente para elegê-lo, ainda que isso possa acontecer, se a chapa majoritária que integrar não for competitiva e se situar na cabeça da preferência eleitoral ou próximo dela. Trata-se, portanto, de um risco. Mas, obviamente, em política ou na vida, quem não arisca; não petisca.


  O fato de João deixar a Prefeitura e candidatar-se ao Senado atrapalha seus planos, perde votos? Sem dúvida. Ainda mais que ele apresentou um projeto de aumento de impostos, já aprovado pela Câmara e que deve vigorar em 2010, e os seus adversários não o perdoarão por esse episódio, nem muito menos a classe média. Mas, isso não significa um fator determinante a uma provável derrota.


   A população, em tese, não gosta de políticos que deixam trabalho pelo caminho. E, essa segunda gestão de João está pior do que a primeira. O ano de 2009 se passou sem que tivesse apresentado nada significativo para a cidade. Além do que, teme-se que seu projeto familiar de eleger a esposa Maria Luiza, deputada federal, esta seja candidata a prefeita, em 2012.

  Ainda assim, como todas essas nuances, João é um nome forte ao Senado.