Colunistas / Política
Tasso Franco

SUBIDA DE CIRO NO IBOPE MEXE NA CANDIDATURA DE LÍDICE

Lídice, partidariamente, tem a obrigação de apoiar Ciro à presidete
22/09/2009 às 13:21
  A pesquisa Ibope/CNI divulgada nesta terça-feira, 22, com o deputado federal Ciro Gomes (PSB) pontuando em segundo lugar, com 17%, à frente da ministra Dilma Rousseff, PT, 15%, e logo depois Marina Silva (PV), com 8%, pode provocar uma pororoca política enorme, com reflexos nos estados, desde que o cearense mantenha essa performance ou cresça um pouco mais. O líder continua sendo José Serra (PSDB), com 35%.

   Quem assistiu a entrevista de Ciro no Canal Livre da Band, último domingo, certamente viu que o deputado está convicto de sua possibilidades para enfrentar uma disputa eleitoral majoritária à presidente. Naquele momento, Ciro já sabia o resultado da pesquisa, assim como boa parte dos comentaristas políticos do país, e reforçou a sua determinação em disputar o pleito de 2010, nessa condição.

   Vamos então ao território da Bahia que, particularmente, nos interessa. A deputada federal Lídice da Mata, colega de Ciro no Congresso e dirigente do PSB na Bahia, fez um lançamento preliminar do seu nome como candidata ao Senado, na chapa de Wagner. Ainda não recebeu o ok, até porque, é cedo para isso. Mas, agora, surge uma nova realidade.

   Digamos que Ciro se mantenha em ascensão e saia candidato pelo PSB, independente de Dilma. Nesse caso, precisaria de um palanque na Bahia e Lídice, partidariamente, teria que "montar" essa estrutura e participar dela, quer sendo candidata a governadora ou senadora. É uma hipótese que não pode ser descartada. 

   Há, ainda, outras hipóteses: digamos que Lula, do alto de sua popularidade, agora com 69% de ótimo/bom segundo a mesma pesquisa, e uma avaliação surpreendente de 81% de ótimo/bomo como administrador do país, consiga alacancar Dilma. Poderia, assim, convidar Ciro para ser o vice de Dilma. E aí estaria mantido o palanque Wagner/Lídice na Bahia, numa boa. 

   Uma outra possibilidade seria o inverso: Lula não conseguiria alavancar Dilma e sairia uma chapa Ciro presidente e Dilma ou outro nome do PT para vice. Da mesma maneira, estaria mantida a chapa Wagner/Lídice, em palanque com as bolas trocadas para presidente PSB/PT. Em política, tudo é possível, embora ainda esteja muito longe para tais conjecturas.

   Observe, também, que Marina Silva (PV) saiu do zero e em menos de 30 dias de exposição já atinge 8% nas pesquisas e só agora está fazendo TV. De sorte que, esses indicadores apontam uma ascensão maior de Marina, a qual, pelo andar da carruagem, já atropelou Heloisa Helena e tem tudo para passar Dilma, encostando em Ciro. Marina tem o poder de tirar votos de Dilma e Serra, e, até de Ciro. Mas, por ora, os grandes prejudicados são Serra e Dilma.  

 

   E Geddel, como ficaria diante de tais quadros? Se o palanque de Dilma se evaporar, o PMDB, que já vem consturando alianças com Serra em SP e Minas Gerais, pode acabar tendo Geddel. O ministro já disse que não faz política com aventura. Portanto, ao invés do PT/Lula/Dilma/PMDB ter dois palanques na Bahia, quem teria esses dois palanques seria Serra/PSDB/DEM/PMDB.  

   O Secretário de Integração Regional, Edmon Lucas confirmou o ingresso no PSB e o ato de filiação será realizado nesta sexta-feira (25) às 18h30min, no Hotel Victória Marina - Corredor da Vitória. Estarão presente a presidente da Executiva Estadual, a deputada federal Lídice da Mata e as principais lideranças estaduais e municipais do PSB.


   Esse é outro movimento interessante porque Edmon é secretário do governo Wagner e diz-se, na Assembleia, que levaria consigo mais dois deputados para o PSB. 

   Já o presidente do Democratas, ex-governador Paulo Souto, afirmou que a pesquisa do Ibope/CNI, divulgada comprova que a aliança PSDB/DEM esta numa posição bastante favorável para as próximas eleições gerais. Para Souto, a confirmação da liderança de José Serra e a boa posição de Aécio Neves mostra que o Brasil almeja uma nova alternativa de poder. 

   "E essa força de nossa aliança também acontece em nosso estado, o que vai se refletir positivamente na eleição para o governador da Bahia", diz o ex-governador.