Colunistas / Política
Tasso Franco

O DOCUMENTO DO PMDB E A RESPOSTA DO GOVERNADOR

Por ora, o jogo está centralizado no meio de campo. Sem gols.
28/06/2009 às 21:22
   Todos aqueles que vivem no mundo da política sabem que um erro pode ser fatal numa campanha eleitoral e/ou pelo menos provocar um estrago enorme. Só é verificar o que aconteceu na última campanha para prefeito de Salvador, em 2008, quando o PT deixou o governo aos 45 minutos do segundo tempo e pagou um preço altíssimo ao fazer oposição no prato que havia experimentado. 

   Então, não causa surpresa aos que habitam esse universo a resposta do governador Jaques Wagner à imprensa sobre o documento que lhe entregou o ministro Geddel Vieira Lima, com sugestões à sua administração. E, certamente, algumas críticas a pontos que o partido considera que há falhas. Wagner, sabiamente, disse que ainda não tivera tempo de ler o documento.

   Ora, se o governador tivesse dito que já havia lido o texto, em tese, teria que dar uma opinião sobre o mesmo. E qualquer que fosse essa opinião, abriria o flanco ao PMDB no sentido de alongar a conversa, para que representantes deste partido apresentassem uma tréplica. E aí, o que é reservado passaria a ser público.

   De sua parte, o ministro Geddel também não pode dizer nada além do que já anunciara, que caberia ao governador divulgar o documento se assim entendesse pertinente, e o jogo continua de parte-a-parte sem que PMDB e PT incorram em deslizes, tais como aconteceram em 2008.

   Numa linguagem futebolísitica nesse momento em que o Brasil ganhou a Copa das Confederações e o governo do Estado se organiza para o jogo Brasil x Chile, em Pituaçu, digamos assim: Geddel passou a bola para Wagner e o governador tratou-a com carinho e a manteve no meio de campo, com uma linha de quatro zagueiros na defesa.

  O momento não é nem de fazer gols; nem de tomar gols. Segue-se o jogo adiante, sem pressa, cada qual observando as jogadas um do outro, mas, sem necessidade de ganhar a partida. Há tempo para isso e o documento do PMDB fica na gaveta até que um próximo lance. No momento, pois, a bola está com este partido.