Colunistas / Política
Tasso Franco

A CORRIDA SUCESSÓRIA GASTANDO SOLAS DE SAPATOS

A retormada dos 69% bom/ótimo Lula pode ajudar Wagner
31/05/2009 às 20:21
   Por enquanto, os três prováveis candidatos competitivos a governador da Bahia, em 2010, o governador Jaques Wagner (PT), o ex-governador Paulo Souto (DEM) e o ministro Geddel Vieira Lima estão adotando estratégias assemelhadas, porém, cada qual por si. Como já dito aqui neste site gastando solas de sapatos em permanente diálogos com os eleitores da capital e do interior.
    De novidade nesse processo, sinais de recuperação da economia nacional e a posição do presidente Lula, o qual, retomou o patamar recorde de aprovação que tinha antes da crise econômica mundial aportar no Brasil. Datafolha, publicada na edição deste domingo, 31, aponta que seu governo está sendo avaliado como ótimo/bom 69% dos brasileiros. Para 24%, a gestão é regular e, para 6%, ruim ou péssima.


    Em novembro de 2008, o presidente obteve 70% de aprovação popular. O índice caiu para 65% em março de 2009, acompanhando o temor da crise. Na última pesquisa, além de recuperar o índice de aprovação de novembro, o petista retomou a nota média mais alta que já teve, 7,6.

   
    A pesquisa aponta que a popularidade de Lula aumentou cinco pontos porcentuais entre os entrevistados com renda familiar mensal de até dez salários mínimos e diminuiu sete pontos porcentuais entre os que ganham mais do que esse valor.

   
    A popularidade deu impulso à hipótese de o presidente concorrer a uma nova reeleição nas eleições de 2010. O cenário, hoje dividido praticamente meio a meio, era diferente em novembro de 2007. Na época, 65% rejeitavam a possibilidade do terceiro mandato e 31% apoiavam.

   
    O Datafolha situa ainda que, caso resolvesse se candidatar, Lula seria reeleito em primeiro turno, com 47% dos votos. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ficaria com 25% do eleitorado. Sem o terceiro mandato, o tucano lidera todos os cenários da disputa.


    Como o presidente já disse que não pretende manchar sua biografia e deseja eleger Dilma Rousseff sua substituta, apesar de deputados golpistas desejarem o contrário, inclusive 16 deles da Bahia, esta hipótese além de ser real é viável, sobretudo se a economia melhorar no segundo semestre e avançar em 2010.


    Quais seriam então os reflexos dessa posição de Lula na Bahia? Altamente positivos para os dois candidatos alinhados com o governo, Jaques Wagner e Geddel Vieira Lima, ainda distantes de um novo acordo (PT+PMDB) como fez questão de destacar o ministro no III Encontro Regional do PMDB, em Jacobina, neste final de semana.


    Já quanto ao ex-governador Paulo Souto resta-lhe, na hipótese de uma aliança nacional e local DEM + PSDB, com o presidente se mantendo nesse patamar de 70% ótimo/bom, agora e em 2010, direcionar suas críticas ao governo Wagner, ainda com 43% de ótimo/bom e precisando melhorar sua atuação no Estado, para sobreviver politicamente na disputa.


    Evidente que ainda estamos muito distante do momento das composições políticas. O senador João Durval, em recente entrevista ao BJá, disse que só acredita nelas depois do Carnaval de 2010. No momento, segundo sua ótica, só existem especulações. Mas, como quem fica parado é poste, os três prováveis candidatos se movimentam para sentirem o pulsar do eleitorado até o momento das alianças.


    No meio político são raros os que acreditam em três chapas competitivas para governador isoladamente, Jaques, Geddel e Souto. Admitem os mais experientes que as alianças serão inevitáveis, como, aliás, aconteceram em 2006. A questão é saber fazer a hora, ter paciência e trabalhar até os ponteiros se acertarem.


    Por ora, cada relógio bate num tempo. Mas, com certeza, neste domingo de final de maio, com a arrecadação do ICMS no Estado melhorando e Lula a 70 km por hora, o governador Wagner deve estar mais feliz e confiante.