Colunistas / Política
Tasso Franco

PREFEITO É RUIM DE GESTÃO E BOM DE URNA, É A MÁXIMA

DataFolha aponta João Henrique como pior avaliado entre 9 prefeitos
26/03/2009 às 20:01
 
Salvador: bela, exuberante e mal administrada
   Quem acompanha o desempenho administrativo do prefeito João Henrique, em Salvador, não se surpreendeu com os números da pesquisa DataFolha revelados nesta quinta-feira, 26.

   Já aconteceu esse mesmo cenário em avaliação anterior, com uma gestão abaixo da crítica entre 2005/2008, e agora repete e até piora sua situação junto à opinião pública aumentando em 12% sua rejeição ruim/péssimo, de 21% para 33%. Enquanto seu ótimo/bom caiu de 39% para 28% (-11pontos).

   É público e notório que o prefeito é ruim de gestão, mas, bom de campanha e excelente de urna.

   Tanto isso é verdadeiro que, após uma administração medíocre nos 40 meses de governo, sem uma diretriz programática, num laboratório experimentarl que trocou 60 secretários e diretores de órgãos, salvou-o o ministro Geddel Vieira Lima e o PMDB, e o eficiente marketing de campanha pilotado por Maurício Carvalho.

   Foi também favorecido pelas trapalhadas do PT, pela ineficiente campanha de Antonio Imbassahy e do PSDB, e a ajuda substancial do Democratas, no segundo turno do pleito. Mas, ainda assim, respeite-se a vitória do prefeito porque consagrada nas urnas pela vontade popular.

   Agora, em matéria de gestão, tanto no primeiro período (2005/2008) como agora, o prefeito derrapa, não há um projeto para a cidade, salvo iniciativas pontuais que marcam qualquer administração como inaugurações de escolas, pequenas travessias maritimas, praças, passarelas, postos de saúde e assim por diante.

   Quem quiser pode conferir as inaugurações que o prefeito está fazendo nesta semana que antecede o aniversário da cidade. Dia 29, a data magna, vai inaugurar a 3ª etapa da iluminação de uma avenida. É até desmerecer da inteligência baiana. 

   Salvador não tem um programa de cultura, não tem um programa de tecnologia, de formação educacional avaliada, de saúde pública, de quase nada. Há, evidente, um esforço dos titulares das pastas, mas, nada assim que salte aos olhos, que seja referência nacional. Que se diga assim: nesse assunto, Salvador é top de linha.

   Felizmente, o prefeito deixou de fazer comparativos de Salvador com Barcelona, Paris e outras localidades mundiais, até porque, não tem o menor cabimento. Só um exemplo: Madri avança seu metrô 4 km ao ano. Salvador tem 10 anos para fazer 4 km de metrô.

   Evidente que, os problemas são antigos, estruturais e até culturais (mija-se na rua onde se quer), mas, o prefeito criou uma expectativa enorme na população com suas promessas, está em seu segundo mandato, e, mal avaliado ou não, foi eleito pela maioria. 

   Se hoje permite a ocupação dos espaços públicos em proteção à pobreza, onde merca-se jaca em qualquer esquina, caminhão de coco trava a Avenida Sete a hora que quer e assim por diante, paciência, eleição agora só em 2012.

   Enquanto isso, vamos torcer para que o prefeito supere essa situação num momento difícil da economia mundial, com reflexos no Estado e na cidade do Salvador, com perdas substanciais de receitas, e possa melhorar seu desempenho, da cidade e sua população.