Colunistas / Política
Tasso Franco

PENEDO ADVERTE DEM PARA SEU PAPEL DE OPOSIÇÃO

O Dem está perdido no seu papel de oposição
17/02/2009 às 20:02

Foto: Foto: Div
DEM acendendo uma vela a Deus; outra ao diabo. Esqueceu o recado das urnas de 2006
   

    O deputado Gildásio Penedo Filho (DEM) fez nesta tarde de terça-feira, 17, um discurso de despedida da liderança da Oposição advertindo que o Democratas, seu partido, deve assumir uma postura de protagonista na política baiana, sob pena de pagar um preço, lá adiante, diante de alguns equívocos que já cometeu e poderá cometer outros tantos.

    A tese defendida por Penedo, não necessariamente um carlista, é de que o partido não pode ficar a reboque do PMDB, ou a partir de alianças com o PMDB, deixando escapar de suas mãos (e do discurso) a liderança do processo político na Bahia. É só lembrar, e a tese de Penedo está correta, que o PFL (hoje DEM), foi colocado no papel de oposição, em 2006.

    Refém do PMDB, como acontece agora na Prefeitura de Salvador, onde aceitou dois cargos de segunda categoria (a superintendência da Saltur e um assessor especial de gabinete), o DEM corre o risco de não ser oposição, papel que às urnas lhes reservou; nem ser governo. E, o que seria ainda pior: caso o PMDB se realinhe com o PT, no governo do Estado, aí é que o DEM ficará com a broxa na mão.

    É claro que Penedo não falou essas coisas como postas aqui no BJá porque a linguagem política é mais conceitual. Porém, deu o recado para o bom entendedor da Política, na medida em que apontou a necessidade do seu partido revisar procedimentos e assumir o papel que é seu, de Oposição plena. Até que haja mudanças no processo, PT e PMDB continuam institucionalmente unidos.

    Não daria, portanto, para acender uma vela a Deus (Geddel + João Henrique) e outra vela para o diabo (Wagner + o PT), quando, até que haja um rompimento entre esses entes, eles são um único ente. Mais grave do que isso, sem protagonismo, sem assumir a diretriz do processo na Oposição, o DEM fica amarrado e vendo o tempo passar. Quando chegar 2010. Babau, já era.

    Essa é a preocupação básica de Penedo demonstrada em seu discurso, na medida em que vê o PMDB fazer o seu papel, dúbio que seja, mas, dentro da formalidade institucional, enquanto o DEM vê a banda passar. 

    Veja o que aconteceu, agora, na ALBA: o governador leu sua mensagem,boa ou ruim, o papel da Oposição era fazer uma análise crítica, comentar aspectos relevantes do discurso. E, o que se viu, pelo menos até agora, foi uma reação pálida, pontual, sem firmeza.