Colunistas / Política
Tasso Franco

A MENSAGEM DO GOVERNADOR E OS FANTASMAS DO PASSADO

A dualidade entre a democracia e o autoritarismo
17/02/2009 às 11:02
Foto: BJá
Governador dá recado aqueles que não entenderam a vontade do povo expressa em 2006
   Democracia e inclusão social foram as palavras chaves do governador Jaques Wagner na Assembléia Legislativa ao ler sua mensagem balanço dois anos de governo e perspecitvas do Estado até o final de sua gestão, na última segunda-feira.

   Entende o governador que, com a participação da população, vem realizando uma "verdadeira revolução social no Estado", sendo o intérprete de uma nova forma de fazer política na Bahia.
 
   Na sua concepção, os baianos através do voto direto nas urnas, cansaram de métodos autoritários, do jogo violento, das artimanhas, das antigas manhas políticas e o colocaram para governar a Bahia.
 
   Wagner assegura que tem feito todo o esforço possível para ser fiel à escolha que o povo fez.

   E mais: "Quem não entendeu o recado de nossa população vai se enganar. Redondamente".

   O governador está convicto de que, "numa terra de hábitos autoritários tão arraigados, tão fincados na alma de tanta gente, haja ainda a confusão entre a autoridade democrática e o grito, a chantagem, o jogo espetacular da arrogância".

   Segundo Wagner, este não é o seu jogo, pois, "o povo não me elegeu para repetir o passado, nem para brigar com fantasmas do passado".

   E concluiu, entre outras adjetivações preliminares: "Nossa força, nossa fortaleza não vem da arrogância e nem dos subterfúgios".

   Para quem está no mundo da política como uma visão mais crítica, justo no dia/semana em que repercute a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos classificando o PMDB como o partido da corrupção, o recado de Wagner abrange um campo da compreensão na política baiana com um espectro espacial muito amplo.

   Seus tradicionais adversários no Estado seriam, assim, as tais forças do autoritarismo, daqueles que governaram só pensando no engrandecimento do PIB sem uma visão social, sem atender aos anseios da melhoria de vida da população, de resto, plenamente conhecidos em sua ótica, lideranças agregadas no Democratas e seus aliados.

   Daí, então, o endereço da mensagem do governador ampliada para aqueles que, por ventura ainda não entenderam que, "venham essas manhas de onde vierem" se manterá inabalável em sua trajetória governando com tranquilidade, serenidade e firmeza.

   Ou seja, quem se afastar desse sentimento da população expresso em 2006 e em continuidade presente ao governar com os princípios democráticos em primeiro plano, pode se dar mal.
 
   Até porque, na visão do governador, "o povo não me elegeu para repetir o passado, nem para brigar com fantasmas do passado".

   Em tempo de Carnaval, de Jarbas Vasconcelos e do "Fantasmão" o recado está dado.