Colunistas / Política
Tasso Franco

LULA DÁ TAPA DE LUVA NO PMDB

Wagner vai à forra, combina com Lula e deixa prefeito João com a cara no chão
16/12/2008 às 10:13

Foto: Foto: Manu Dias
João ponta-direita e Geddel ponta esquerda, arte do jogo sucessório 2010. Wagner fazendo o gol.
  O governador Jaques Wagner teve, ontem, 15, seu dia de glória na política local depois das derrapagens freqüentes que sua equipe promove, na Assembléia Legislativa e nos movimentos reivindicatórios de categorias dos servidores públicos, casos das greves da Polícia Civil e dos agentes de presídios, duas áreas sensíveis e que mexem com o grande público e sua imagem.

   Movimentos políticos não costumam serem isolados, por vontade própria deste ou daquele ente, mas, combinados, previamente acertados.


   Daí que, a presença do prefeito João Henrique, na reunião do Democratas, inclusive com fala de apoio ao fortalecimento desta aliança, nas presenças de Paulo Souto e ACM Neto, e o "sabão" que o presidente Lula passou no prefeito João na solenidade de entrega das obras do Sistema Viário 2 de Julho, se encaixam bem no cenário da combinação.


   E, neste jogo, com marcação homem a homem visando a sucessão baiana em 2010, já comentado aqui neste site, Wagner, finalmente, levou a melhor.


   Conseguiu minimizar a cobertura midiática do encontro dos Democratas com o prefeito eleito de São Paulo, Gilberto Kassab, isolou o ministro Geddel Vieira Lima na fita da inauguração, situando-o ao lado do ministro Nelson Jobim e do presidente da Assembléia Legislativa, Marcelo Nilo, seu adversário político, posicionou-se ao lado do presidente tendo como coadjuvante cardeal Dom Geraldo Majella, e, ao seu estilo, "quem sabe faz a hora não espera acontecer", assistiu com ponta de ironia interior indisfarçável, o presidente da República passar um "pito" no prefeito João Henrique, ao cobrar, de público, a inauguração das obras do Metrô.


   Evidente que o presidente Lula, do alto dos seus 71.1% de aprovação, intocável, não estava apenas cobrando a conclusão das obras do Metrô, com dinheiro em caixa liberado por seu governo, mas, deixando claro a sua posição política, ao lado do governador Wagner, não aceitando que o prefeito, o qual, usou o seu nome durante a última campanha municipal e recebeu o seu apoio, se junte aos Democratas, exatamente no dia em que vem a Salvador para inaugurar sua primeira obra do PAC e participar da 1ª Cúpula da América Latina e do Caribe.


  Foi um tapa de luva como há tempos não se via na política baiana atingindo dois coelhos de uma cajadada só, o prefeito João Henrique e o ministro Geddel Vieira Lima, seu patrono político. Um direto no queixo do PMDB.