Colunistas / Política
Tasso Franco

AS REFORMAS ADMINISTRATIVAS DE JOÃO E WAGNER

Por enquanto, os dois gestores ainda estão ficando a desejar
05/12/2008 às 19:16
   Depois de inchar a máquina administrativa o quanto pode, elevando para 17 o número de secretarias e trocando 60 secretários e assessores diretos nestes 4 anos de governo, criando também dezenas de cargos comissionados pagos em folhas terceirizadas pelas Fapes e outros, o prefeito João Henrique anuncia que, na próxima terça-feira, envia à Câmara de Vereadores, uma reforma administrativa do seu governo visando o período de 2009 a 2012.


  Com base num estudo do Instituto de Desenvolvimento Gerencial, o INDG de Vicente Falconi, o Duda Mendonça de reformas administrativas em municípios brasileiros, com seus pacotes ao estilo marketeiro, o prefeito vai retornar a maquina ao ponto que encontrou, deixando, assim, de ser perdulário com o dinheiro público.


  Estima-se, pois, com essas medidas que poderá fazer alguma economia aos cofres públicos desde que promova as fusões nas secretarias e extinga os cargos em comissões, sem os artifícios de praxe da Prefeitura. Esta conversa de que vai economizar R$40 milhões é mais fiada do que propaganda em venda ou mercearia de bairros da capital, onde se diz que, fiado só amanhã, mas vende-se na caderneta para pagar no final do mês.


 Uma outra reforma administrativa também esperada há algum tempo é a do governador Jaques Wagner desde que mexeu na secretaria da Agricultura, numa lance mais político do que administrativo, para acomodar o PP. Ontem saiu a nomeação do novo diretor da ADAB e também do novo diretor geral da EGBA, ambos indicados por deputados do PP.


 Ontem, em lance político, a Executiva do Partido dos Trabalhadores durante reunião no Golden Park, anunciou que vai colocar os cargos à disposição do governador para facilitar a reforma administrativa. Trata-se, obviamente, de uma jogada política, abrindo caminho para mudar os quadros do PMDB, uma vez que cargos comissionados ou de confiança do governador, estão sempre à disposição do Chefe do Executivo e não precisam ser colocados no colo de Sua Excelência.


 Esse movimento do PT, como Partido, é uma jogada extremamente sutil e perigosa, na medida em que, se Wagner aceitar os cargos que já são seus por direito, e de fato,  em tese, poderia cortar em sua própria carne atingindo companheiros históricos encastelados no governo e que não produzem o que a sociedade exige, e os votos de 2006 determinaram, e aproveitaria o embalo para também mexer nos nome do PMDB.


 Movimentos dessa natureza não costumam ser feitos de forma isolada, sem uma consulta preliminar ao chefe do Executivo, daí que, em tempo de reformas, a política comanda o processo, quer seja no Estado, quer seja na Prefeitura.


  No frigir dos ovos o que a população espera dos dois homens públicos são melhores gestões públicas a partir de 2009, beneficiando, sobretudo, aqueles que mais necessitam. Por enquanto, ainda estão devedores desse crédito junto à opinião pública.