Salvador

SALVADOR É A CAPITAL NACIONAL DO LIVRO COM A BIENAL DA BAHIA NO CCS

Com ViaPress informações
Da Redação ,  Salvador | 27/04/2024 às 10:29
Prefeito Bruno Reis
Foto: DIV
     O prefeito Bruno Reis abriu oficialmente, ontem, a Bienal do Livro da Bahia e disse que "nos próximos dias, Salvador será o palco principal do Brasil para escritores e leitores. É importante para estimular na garotada o hábito da leitura, para que tenham uma formação intelectual. Itamar é um exemplo de estímulo e estamos aqui para que a Bahia possa continuar sendo um berço da cultura brasileira, estimulando a chegada de novos talentos. É com muito orgulho que a prefeitura apoia esse evento”.

A secretária estadual de educação, Rowenna Brito, também evidenciou como a Bienal é um espaço capaz de estimular o hábito de ler entre os jovens. "Esse é mais um espaço para a construção do conhecimento, e de inclusão para nossos estudantes. Esse universo é nosso compromisso, e continuaremos reforçando a importância da democratização do livro", disse. 

 Café Literário

No papo, as participantes trouxeram seus pontos de vista sobre o rótulo de frágil voltado ao feminino e sobre a revolução feminina no trabalho. A jornalista Luana Assiz lembrou como a história da escravização dificultou que mulheres negras fossem enxergadas como pessoas que precisam de cuidado e, por isso, a experiência de fragilidade não foi algo presente em suas vivências pessoais. 

A colega Camila Oliveira brincou que, apesar de medir 1,55 cm, a figura frágil também não lhe representa. Interiorana, negra e mãe, a apresentadora contou sobre como foi criada e influenciada por mulheres fortes de sua família, incluindo a avó, mãe solo de três filhas. "A gente é educada socialmente para cuidar e o homem para ser eternamente cuidado. Isso sobrecarrega emocionalmente as mulheres", disse.

A literatura baiana tem destaque especial na edição 2024 e, lado a lado, Luciany Aparecida, autora de 'Mata doce', e Itamar Vieira Júnior, trouxeram os bastidores de suas carreiras e criações. Autores de uma mesma geração, eles foram crianças nos anos 1980 e contaram sobre suas referências literárias. Luciany só veio a conhecer uma autora viva apenas na faculdade, a Helena Parente Cunha, que leu quando era adolescente. Já Itamar narrou seu atrevimento em ir até a casa de Jorge Amado pedir-lhe um autógrafo. 

Elementos comuns nas obras dos dois escritores, a paisagem rural e as fortes personagens femininas também foram tópicos da conversa. Luciany contou que procura compor de modo a fazer a pessoa leitora saborear como é bom nascer em uma comunidade rural, em íntimo contato com a natureza. Servidor público de um órgão dedicado a questões agrárias, Itamar diz que escreveu histórias que espelhavam a vida como ele via.

Pautas como a religiosidade também vieram à tona no papo. Enquanto em 'Torto Arado' o autor ressalta o lado positivo da fé no jarê, 'Salvar o fogo' traz a forma negativa dela. A presença da religião católica dissolve laços comunitários, onde os dogmas viram fonte de desagregação, dividindo os povos entre o bem e o mal. Nisto, quem não se adequa recebe o rótulo de "feiticeira", "bruxa", entre outros.