Política

DEPUTADO HILTON COELHO INDICA AO GOV JERÔNIMO CRIAR MUSEU MEMORIA 1964

É aguardar. Mas, dificilmente essa sugestão será atendida porque HC é do PSOL que faz oposição ao governo do estado
Da Redação , Salvador | 04/04/2024 às 12:44
Deputado Hilton Coelho é do PSOL
Foto: BJÁ

“Um dos períodos mais violentos da história recente do Brasil que foi marcado por uma série de violações aos direitos humanos, censura, perseguições políticas e repressão, o Golpe Militar de 1964, completou 60 anos neste dia 01 de abril”, afirma o deputado Hilton Coelho (PSOL) que apresentou à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) indicação ao governador Jerônimo Rodrigues para que adote as providências necessárias para criação do Museu da Memória e Verdade sobre a Repressão e Resistência à Ditadura, no Forte do Barbalho em Salvador.

O parlamentar acrescenta que “as marcas do regime, que durou desde o golpe de Estado em 64 até o retorno à democracia em 1985, deixou cicatrizes profundas na sociedade e na política brasileira. Na Bahia, assim como em outras partes do Brasil, a ditadura militar resultou em prisões arbitrárias, tortura, desaparecimentos forçados e mortes de indivíduos que se opunham ao regime ou eram considerados suspeitos pelas autoridades. Apesar das dificuldades e da repressão, a resistência ao regime militar também foi forte, com movimentos sociais, sindicatos, grupos de estudantes e organizações políticas lutando pela democracia e pelos direitos humanos”.

O Forte do Barbalho, localizado em Salvador, construído originalmente no século XVII pelos colonizadores portugueses como parte de um sistema defensivo, é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como um monumento de importância cultural e histórica para o Brasil.

“Contudo, além de sua relevância arquitetônica, o Forte do Barbalho carrega consigo uma história obscura e dolorosa, que pouco se fala. Durante a Ditadura Militar, foi palco de horrores, sendo utilizado como o maior centro de tortura de presos políticos na capital baiana. A transformação deste espaço em museu com este tema é uma iniciativa de extrema importância histórica e social. Tal espaço seria um ponto de preservação da memória desse período sombrio da história brasileira, oferecendo um local que busque o resgate da verdade histórica por meio de documentos, testemunhos e evidências, além de promover a conscientização sobre os princípios democráticos e os direitos humanos”, detalha Hilton Coelho.

Em 2007 foi assinado o contrato de cessão do Forte do Barbalho ao governo da Bahia, com o objetivo de viabilizar a revitalização e preservação de um dos maiores patrimônios do Estado. “A importância da criação do museu se estende à necessidade de justiça e reparação para as vítimas e suas famílias e a necessidade de dar visibilidade às suas histórias, podendo contribuir para o processo de reconhecimento oficial dos abusos sofridos durante a ditadura e a responsabilização dos perpetradores", acrescenta o legislador.

Hilton Coelho conclui afirmando que “é possível, inclusive, a utilização do espaço como centro de documentação que centralizasse a reprodução das informações do Arquivo Nacional sobre o período da ditadura na Bahia. Buscamos com nossa proposta contextualizar a história do Forte do Barbalho dentro do período da ditadura militar e garantir um espaço para promover a reflexão sobre os eventos ocorridos naquele período, honrando as vítimas, preservando a história e promovendo a justiça e a democracia. O Forte deve se tornar um espaço de memória e verdade, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e para que as gerações futuras possam aprender com os erros do passado e garantir que tais eventos nunca se repitam”.