Política

A DIFICIL MISSÃO WAGNER PARA SE IMPOR COMO CANDIDATO GOV EM 2022 (TF)

Veja os caminhos preliminares da política baiana na sucessão de Rui Costa
Tasso Franco , da redação em Salvador | 02/12/2020 às 19:06
Jaques Wagner diz que seu nome está à disposição do partido
Foto: BJÁ
  O senador Jaques Wagner (PT), ex-governador da Bahia (2007 a 2014), após os resultados das eleições municipais sinalizou via imprensa que seu nome está à disposição do partido para ser pré-candidato a governador, em 2022, e até a presidência da República caso o PT nacional assim determine.

  Há, na declaração de Wagner, um nítido disfarce em relação ao plano nacional, pois, na Bahia, desde quando elegeu o presidente do diretório estadual e alguns dirigentes de diretórios municiáis do PT o seu foco é governo do estado. Ao que se vê, nos bastidores da política, vem trabalhando nesta direção há algum temp, sem se indispor com o governador Rui Costa, mas firme no fortalecimento do seu nome no partido.

  Quando da escolha do candidato (a) do PT à disputa das eleições em Salvador - o principal espelho - lançou o nome do deputado estadual Robison Almeida, seu ex-secretário de Comunicação, porém quando o governador Rui Costa sinalizou que gostaria de ter o nome da major PM Denice Santiago como candidata, Robison foi o primeiro a retirar seu nome do tabuleiro. Sequer quis ir à disputa no PED, o mesmo acontecendo com outros nomes do PT - Carlos Suica, Marta Rodrigues, Moises Rocha - restando a militante Vilma Reis o enfrentamento.

  Ao que se diz, Wagner teria admitido 'interna corporis' que não se deve disputar um pré-nome com o governador, lider máximo do partidoo. E teria deixado o barco correr à vontade com Denice sabendo que iria naufragar. Ou seja, ganhasse Denice, Rui ficaria com todos 'louros'; perdesse Denice (como perdeu) Rui amargaria a derrota sozinho (como amargou).

  Evidente que, na disputa estadual a história será outra, uma vez que Rui estará no final do seu segundo mandato e sua força política não será a mesma, salvo se se mantiver até o final de 2022 no mandato. Caso contrário - candidato ao Senado ou até mesmo a presidência da República - terá que passar o bastão ao vice-governador João Leão (PP) que assume o governo por 6 meses. Portanto, as negociações de qual nome será candidato a governador, beneficia - em princípio - a Wagner.

   Há, ainda, nesse jogo político os aliados PP-PSD-PSB e PCdoB que se unidos têm força para lançar um nome a governador independente do PT uma vez que, somam, hoje, mais de 260 prefeitos alinhados. É questão de conversa e de entendimento. Ademais, dirigentes desses partidos 'satélites' estão 'mordidos' com Rui porque o governador durante a campanha, em Salvador, priorizou 100% Denice deixando os seus candidatos (+ o Podemos de Bacelar) a ver navios.

  Lídice chegou a retirar sua pré-candidatura pontuando com mais de 12% das intenções de votos nas pesquisas iniciais colocando a deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) na vice de Denice, a deputada Olivia Santana (PCdoB) no decorrer da campanha queixou-se de forma pública da postura do governador, e o senador Angelo Coronel, após a campanha, disse que Rui não agiu corretamente com os aliados durante a campanha e precisa ter mais humildade.

   A união desse grupo para lançar um nome próprio não é impossível como também alguns desses partidos, isoladamente, podem lançar candidatos (tas) a governador, como já aconteceu com Lidice, em 2014, na disputa com Rui. 

  Outra questão é que o governador pode, também, lançar um nome do colete como fez com Denice, fala-se de uma simpatia pelo secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, uma vez que o PT envelheceu e não tem nomes novos entre os políticos, parlamentares que estão em quarto e quinto mandatos, e o próprio Wagner é um nome 'velho', desgastado. 

  Hoje, a atratividade por seu nome (de Wagner) por parte do eleitorado é bem diferenciada do que em 2006 e Wagner/Rui sabem disso, sobretudo diante do desgaste proporcionado ao PT pelas estripulias de Lula da Silva.

   Por outro lado ou no outro front ao que tudo indica estará o nome de ACM Neto, o grande vencedor das eleições municipais, um político jovem e que tem um recall ancestral de fácil divulgação e penetração no eleitorado herdado do seu avô ACM e portador da mensagem de 'mudança' diante da fadiga de materiais dos governos petistas.

  Esse é o quadro preliminar e exige muito jogo de cintura e conversas de pé de ouvido. E, claro, o governo Rui deberá ceder mais espaçois aos aliados, a partir de 2021, se quiser ter algum sucesso, em 2022.