Política

1º ou 2º TURNO NA CAPITAL? OS DOIS CABOS ELEITORAIS DECIDIRÃO, por TT

Rui Costa e ACM Neto vão decidir a sucessão em Salvador, sem Bolsonaro que tem 72% de rejeição dos soteropolitanos
Tasso Franco , da redação em Salvador | 24/09/2020 às 07:30
Neto leva a vantagem de 10% na avaliação diante Rui
Foto: Secom Gov
   A pesquisa divulgada por A Tarde/Potencial nesta quinta-feira, 24, sobre a corrida sucessória de Salador não mudou muita coisa em relação a anterior do Instituto Paraná/A Tarde (3/9), salvo um crescimento de 5.5% da candidata Olivia Santana, do PCdoB, que tinha 4.5% e passou para 10%; um discreto crescimento da candidata petista de 4.1% para 7%; uma queda de 5.5% do pastor Isidório que tinha 15.5%; e um percentual de 3% para Bacelar, do Podemos, todos esses da base de Rui Costa, governador bem avaliado em sua gestão na capital. 

   Hilton Coelho tem 3% (PSOL) permanece estável; e César Leite, o bolsonarista, 2%, sem possibilidade de crescimento, pois, a avaliação do governo Bolsonaro em Salvador é péssima.

   O que se pode denotar nessa pesquisa, no plano político, é de que as alianças organizadas até a data da Convenção (a outra pesquisa foi feita ainda com Lidice pré-candidata) é de que a adesão do PSD ao Avante de Isidório não resultou em nada, até porque a candidata a vice, Eleusa Coronel, é completamente desconhecida do eleitorado da capital; e a adesão do PSB ao PT, também não significou grande coisa, pois, Denice subiu de 4.1% da última pesquisa para 7% (portanto + 2.9%) e Lidice da Mata tinha um percentual de 12.9%. 

   Vê-se que nem a metade desse percentual migrou para Denice, uma parte foi para Olívia, e não mexeu na cabeça, na liderança de Bruno, que tinha 34.9% e foi para 35%.

   No resumo da ópera, a candidatura Denice depende, essencialmente, de Rui Costa, e é provável que se ele direcionar suas baterias para alavancar seu nome ela consiga superar a Olivia e a Isidório, o que prefeitamente compreensível. O jogo está só começando e a campanha propriamente dita de rua e na TV, rádio e redes sociais ainda vai começar.

   Então, são cenários na base da oposição que poderão se modificar, mas, numa disputa do mesmo bolo. Ou seja, não tiram nada de Bruno Reis que segue intocável com uma proposta bem estruturada na continuidade da gestão ACM Neto que está muito bem avaliada pelo eleitorado da capital com 73% de ótimo e bom contra 63% de ótimo/bom de Rui Costa. 

   Talvez esteja nesses indicadores dos principais cabos eleitorais o x da questão eleitoral que poderão fazer a diferença, uma vez que Neto tem 10% a mais do que Rui. Se conseguir canalizar isso para Bruno, as chances dele ganhar a eleição no primeiro turno são reais.

   O candidato bolsonarista tende a minguar dos 2% que tem ou ficar por aí uma vez que 72% consideram a gestão Bolsonaro ruim e péssima na capital baiana e todo esforço e recursos que o governo federal vem fazendo no combate ao coronavirus não se traduz em resultados para o governo federal. Imagina-se que, quem está se dando bem é a administração municipal. Esse é outro dado relevante que escapa dos candidatos ruistas.

   Em síntese: o bolo é um só, constituido por 100% dos votos válidos e Bruno atingiu 40%. Como tem o maior tempo na TV, rádio, e está mais estruturado nas redes sociais pode crescer ainda mais e levar a fatura no primeiro turno. Mas, não será missão fácil.

   O problema da oposição, hoje com 38% das intenções, contando-se tudo (ruistas, PSOL e bolsonarista) é que estão comendo o bolo somente na parte da oposição, com um pouco mais de 40% dos votos sem considerar os brancos e nulos, sem mexer no lider. 

   O segredo está na conquista dos 15% dos eleitores que ainda estão indecisos. Com tantos candidatos é impossível que somentre 1 deles fique com todo esse pedaço do bolo. Daí, a dificuldade de Bruno, também, em vencer no primeiro turno, porque esse eleitorado pode se diluir. Se conseguir 2/3 desse bolo fora do bolo, leva. Caso contrário, teremos um pleito em 2º turno, a candidata petista com boa chance de chegar lá, simplesmente por ser o nome preferencial de Rui. 

   Os dois cabos eleitorais (Neto e Rui) terão trabalhos redobrados doravante. Eles são a força.