Política

CORONAVIRUS: GOVERNADORES DO NE COBRAM AÇÕES DO GOVERNO FEDERAL

Ação politica bem articulada dos governadores do Nordeste
Tasso Franco , da redação em Salvador | 28/03/2020 às 09:37
Governadores do Nordeste
Foto:

Na tarde desta sexta-feira (27), governadores do Nordeste voltaram a se reunir, por meio de videoconferência, e divulgaram uma nova carta aberta. No documento, os nove governadores reforçam a solicitação de ações imediatas por parte do Governo Federal com foco no combate ao avanço do novo coronavírus.  

Os governadores ainda pontuam que as barreiras sanitárias adotadas na região Nordeste são orientadas pela atividade científica, bem como a partir das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A carta ainda traz um pedido para que seja restabelecido o bom senso e reitera que os ataques feitos pela Presidência da República devem ser cessados imediatamente.


Governadores do Nordeste cobram ação imediata do Governo Federal no combate ao coronavírus

Na tarde desta sexta-feira (27), governadores do Nordeste voltaram a se reunir, por meio de videoconferência, e divulgaram uma nova carta aberta. No documento, os nove governadores reforçam a solicitação de ações imediatas por parte do Governo Federal com foco no combate ao avanço do novo coronavírus.  

Os governadores ainda pontuam que as barreiras sanitárias adotadas na região Nordeste são orientadas pela atividade científica, bem como a partir das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A carta ainda traz um pedido para que seja restabelecido o bom senso 


CARTA DOS GOVERNADORES DO NORDESTE
27 de março de 2020
A FAVOR DA VIDA
Nós, governadores do Nordeste, em videoconferência realizada neste dia 27 de março, assim
nos manifestamos:
1) Com bom senso e equilíbrio, vamos continuar orientados pela ciência e pela experiência
mundial, para nortear todas as medidas, diariamente avaliadas, nesta guerra travada contra
o Coronavírus. Reiteramos que parâmetros científicos indicam as ações preventivas e
protetivas, de intensidade gradual e estágios progressivos ou regressivos, adequando-as
sempre à realidade de cada região de nossos Estados;
2) Na ausência de efetiva coordenação nacional, que deveria ser assumida pelo Governo
Federal, em articulação com os demais entes federativos, buscaremos avançar na integração
regional e com as demais regiões, mobilizados pelo objetivo de salvar vidas e amenizar os
impactos negativos sobre a economia dos estados. Acreditamos também que o Congresso
Nacional tem papel decisivo no atual momento da vida brasileira;
3) Dispostos a fortalecer o embasamento de cada uma das nossas medidas, já construído
sobre as bases apresentadas pela OMS, solicitaremos um pronunciamento oficial do
Conselho Federal de Medicina, do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde e
da Sociedade Brasileira de Infectologia, além do acompanhamento e orientação do
Ministério Público Federal e do Ministério Público dos Estados;
4) Manifestamos nossa profunda indignação com a postura do Governo Federal, que
contraria a orientação de entidades de reconhecida respeitabilidade, como a OMS - que
indicam o isolamento social como melhor forma de conter o avanço do Coronavírus -, e
promove campanha de comunicação no sentido contrário, estimulando, inclusive, carreatas
por todo o país contra a quarentena. Este tipo de iniciativa representa um verdadeiro
atentado à vida;
5) De nossa parte, exigimos respeito por parte da Presidência da República, esperando que
cessem, imediatamente, as agressões contra os governadores, assumindo-se um
posicionamento institucional, com seriedade, sobre medidas preventivas. A omissão em
padronizar normas nacionais e a insistência em provocar conflitos impedem a unidade em
favor da saúde pública. Assim agindo, expõe-se a vida da população, além de assumir graves
riscos no tocante à responsabilidade política, administrativa e jurídica;
6) Enfatizamos que sempre estaremos abertos ao diálogo, neste esforço que precisa ser
coletivo, tendo como meta a superação da ameaça representada por esta doença, que
continua matando milhares de pessoas. Temos absoluta convicção de que o diálogo, o
equilíbrio e a união serão sempre o melhor caminho para revertermos este quadro crítico.
Seguimos firmes e vigilantes em defesa da vida das pessoas, inclusive na luta para impedir
atos que possam significar riscos à saúde pública.
Assinam esta carta:
Rui Costa
Governador da Bahia
Renan Filho
Governador de Alagoas
Camilo Santana
Governador do Ceará
Flávio Dino
Governador do Maranhão
João Azevedo
Governador da Paraíba
Paulo Câmara
Governador de Pernambuco
Wellington Dias
Governador do Piauí
Fátima Bezerra
Governadora do Rio Grande do Norte
Belivaldo Chagas
Governador de Sergipe