Política

PRESIDENTE DA CÂMARA E VEREADORES participam da Lavagem do Bonfim

Renovação da fé move milhares de pessoas na Festa do Bonfim


Da Redação ,  Salvador | 18/01/2019 às 00:26
Presidente Geraldo Júnior na celebração religiosa que completa 265 anos
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Qual a força que faz com que milhares de pessoas saiam às ruas de Salvador para celebrar o Senhor do Bonfim? Três respostas foram dadas pelo presidente da Câmara, vereador Geraldo Júnior (SD), na manhã desta quinta-feira (17), durante o culto inter-religioso que antecedeu o cortejo da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia à Colina Sagrada.

“No meu entendimento, a renovação da fé é o motivo superior que move milhares de pessoas neste dia de glória, que é o dia do Senhor do Bonfim”, respondeu o presidente Geraldo Júnior. Ele participou da celebração inter-religiosa ao lado do governador Rui Costa, do vice-governador João Leão, do prefeito ACM Neto, do vice-prefeito Bruno Reis, dentre outras autoridades.

Geraldo Júnior acrescentou que, além da renovação da fé, “o pedido de paz” também faz com que milhares de pessoas participem da festa religiosa do Senhor do Bonfim. “Também tem o agradecimento pelas graças alcançadas, que mostra a dimensão desta devoção que completa 265 anos de tradição religiosa de nossa cidade”, acrescentou o presidente da Câmara.

 

Culto inter-religioso

 

O padre José Ribamar, vigário da Basílica da Conceição da Praia, iniciou a cerimônia com uma mensagem de acolhimento. O religioso pediu paz para a Bahia, o Brasil e todo o povo que seguiu o cortejo à Colina Sagrada.

A manutenção da tradição do Bonfim foi destacada pelo representante da Matriz Religiosa Afro Brasileira, Tata Anselmo Santos, do Terreiro Mokambo. Ele também pediu a união de todos em busca da paz.

“Este é um ano de compaixão. Todos precisam de ajuda”, pregou a representante do hinduísmo, Ida Meirelles, da Organização Brahma Kumaris.

Conforme o representante da Federação do Culto Afro Brasileiro, Pai Aristides Mascarenhas, a lavagem no sincretismo religioso começou no século XVIII. “A lavagem era uma demonstração de fé”, afirmou.

A cerimônia inter-religiosa foi encerrada com o canto, em uníssono, do Hino ao Senhor do Bonfim, de Arthur de Salles e João Antônio Wanderley.

 

Profano

 

Para a representante comercial Lúcia do Carmo, que participa da Festa do Bonfim há mais de 36 anos, a fé que move milhares de pessoas na celebração do Senhor do Bonfim também “abraça o lado profano”, que, no seu entendimento, “traduz a alegria natural dos baianos”.

Foi esse lado profano que ganhou visibilidade, logo atrás do cortejo religioso da Conceição da Praia à Colina Sagrada. A letra “e”, da fé, perdeu o acento agudo e o monossílabo fé ganhou as letras “sta”, transformando-se em “festa”.

 

Lavagem

 

Depois do meio-dia, a multidão vestida de branco chegou à Colina Sagrada e a frase “quem tem fé vai a pé” foi mais uma vez consolidada. A festa atingiu mais um ponto importante com a lavagem com água de cheiro, por baianas, das escadarias do adro da Basílica do Bonfim.

Para os baianos e turistas que acreditam no sincretismo religioso, o Senhor do Bonfim e Oxalá mais uma vez, de mãos dadas, lançaram o manto da paz em todos que foram professar a sua fé.

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Caminhada dura em média 6 horas

 

O trajeto de 8Km da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia à Igreja de Nosso Senhor do Bonfim é feito com cânticos, alegria e muita fé pelos fiéis

 

Um dos pontos altos da fé do povo baiano, a Festa do Bonfim de 2019 levou, como de costume, uma multidão para as principais ruas e avenidas da Cidade Baixa. A tradicional lavagem das escadarias da Basílica do Senhor do Bomfim mais uma vez comprovou a crença de populares e personalidades.

Em meio à comitiva do presidente da Câmara Municipal, vereador Geraldo Júnior (SD), a comerciante Anaclecia Brito, 45 anos, declarou a devoção ao Nosso Senhor e desejou sorte ao novo chefe do Legislativo municipal. "Desde pequena que venho. Aprendi a respeitar e seguir a tradição com minha avó. Espero que este espírito de religiosidade se converta em boa sorte para o presidente da Câmara", disse após posar para fotos com Geraldo Júnior.

O trajeto de 8 quilômetros foi marcado por grande carinho da população com os vereadores. Era comum ver os legisladores da primeira capital do país sendo saudados e abraçados. "Todo ano eu venho, faço questão de participar, faz parte de nosso povo", afirmou Geraldo Júnior pouco antes de chegar à Colina Sagrada.

"Que esse dia reflita no ano inteiro.  Estamos aqui para pedir paz e dias melhores. É isso que nos atrai para esta caminhada rumo ao Bonfim", revelou a professora Leide Carvalho Barreto, 31.

O tempo de duração até a Colina levou aproximadamente 6 horas. Lá, vereadores, o prefeito ACM Neto e o governador Rui Costa foram saudados pela população e participaram da lavagem do adro e das escadarias.

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Qual a força que faz com que milhares de pessoas saiam às ruas de Salvador para celebrar o Senhor do Bonfim?

 

Vereador Leo Prates (DEM) - “O povo é a fé e a fé é o povo. No meu entendimento, essa relação direta entre o povo e a fé se transformou nessa coisa orgânica, grandiosa e única e que só acontece aqui na Bahia. Isso é algo extraordinário, é algo que alimenta a fé das pessoas no Senhor do Bonfim, uma fé que completa 265 anos e é orgulho para todos nós”. 

 

Vereador Paulo Câmara (PSDB) - “A Festa do Senhor do Bonfim é movida principalmente pela fé. Além de reunir o povo baiano, que bem expressa a singularidade do nosso sincretismo religioso, a ida à Colina Sagrada conta com a participação de milhares de turistas que visitam a nossa cidade e ajudam a reforçar essa devoção, uma marca registrada da Bahia. É mais um dia para pedir proteção e, sobretudo, agradecer, num movimento de renovação da fé e da esperança".

Vereador Fábio Souza (PHS) - “É a força da fé, a devoção ao Senhor do Bonfim e a afirmação da religiosidade de cada um. As pessoas pagam a suas promessas e quem tem fé vai a pé à Colina Sagrada. Vale ressaltar que é um dia de todas as crenças e é a festa religiosa mais importante de Salvador”.


Vereadora Aladilce Souza (PCdoB) - “O que leva tanta gente às ruas na Festa do Bonfim é a fé e a esperança. O povo baiano preserva as tradições religiosas e culturais dos nossos povos originais: índios, negros e europeus. Essas manifestações nos dá a identidade como povo baiano resistente. O Bonfim é a maior festa e é o momento de demonstrar devoção ao sagrado e de renovar as forças para nós seguirmos a diante. Milhares de pessoas caminham em direção a colina como se tivessem caminhando em direção a uma esperança de viver dias melhores”.

Vereador Hélio Ferreira (PCdoB) “É uma força que vem da fé das pessoas, mas também é uma festa comumente popular com apresentações de entidades religiosas, grupos musicais e ritmos variados. É um momento importante para a cultura brasileira e para a cultura baiana. As pessoas fazem as suas apresentações culturais e também levantam algumas bandeiras de reinvindicações, de posições políticas, além de ser um momento de fé. A festa abre espaço para manifestações populares, políticas e religiosas”.

Vereador Téo Senna (PHS) – “Celebrar o Nosso Senhor do Bonfim é uma tradição para todos nós católicos. Nesta data, as pessoas saem às ruas movidas pelo amor e pela fé. A cada ano, a Lavagem do Bonfim reúne um número maior de fiéis que, além de homenagearem o santo, aproveitam para agradecer e renovar a esperança para mais um ano. É um momento importante para reforçarmos a luta contra a intolerância religiosa, quando os olhares se voltam para o belíssimo cortejo, que reúne milhares de pessoas, entre baianos, turistas, católicos, adeptos do candomblé e de outras religiões em um só objetivo: o respeito e amor pelo próximo”.

Vereador Kiki Bispo (PTB) - “A fé é que move as pessoas nessa festa que é uma das mais tradicionais da nossa cidade, onde o povo se veste de branco e segue o cortejo a pé. Isso traduz o sentimento de fé, de renovação, de esperança, de prosperidade. Eu acho que o baiano, na sua forma mística e na sua pluralidade, acaba externando isso, materializando no dia da Lavagem do Bonfim. É um dia que a gente consegue reunir diversas pessoas, inclusive os turistas que se acostumaram a ver aquele tapete branco saindo do Comércio até a Igreja do Bonfim. Eu faço questão de estar presente e aproveito para pedir que 2019 seja coroado de bênçãos pelo Senhor do Bonfim”.

Vereador Odiosvaldo Vigas (PDT) – “É a força da fé. O despertar dessa fé numa cidade com todos os tipos de manifestações religiosas e culturais. É a fé no Deus Supremo, e a cidade se veste branco e pede paz. Nós percebemos também que a fé tem um diferencial, pois ela traz a quebra do preconceito entre as classes sociais e humaniza a cidade. Lamentamos, porém, que forças externas tentam desvirtuar a festa tirando a espontaneidade da mesma”.

Vereador Alfredo Mangueira (PMDB) - “Muitos fiéis acompanham o cortejo do Elevador Lacerda até a Igreja Nosso Senhor do Bonfim para agradecer as conquistas alcançadas no ano anterior. Assim como vão pedir mais paz e saúde para todos os baianos e brasileiros, pois o Senhor do Bonfim não é só nosso, o Senhor do Bonfim é do Brasil. Temos muita fé nele”.

Vereador Edvaldo Brito (PSD) -  “A força da fé é que faz com que milhares de pessoas estejam nas ruas no dia da Lavagem do Bonfim. Significa a fé no imaterial, que é o efetivo da vida. As pessoas buscam na fé a sua existência feliz. Para mim, há uma importância enorme porque há 40 anos, eu era o prefeito de Salvador e autorizei a saída dos Filhos de Gandhy, que completavam 30 anos. Naquele tempo, na lavagem, só as baianas saíam no cortejo. Nesta quinta-feira é, inclusive, aniversário do meu filho, o deputado federal Antônio Brito, que completa 50 anos e nasceu no dia da Lavagem do Bonfim, o que reforça a importância da festa para mim”.

 

Vereador Daniel Rios (MDB) “A Lavagem do Bonfim é uma manifestação popular de fé, em que todas as religiões e populares dividem o mesmo espaço sem problemas de intolerância. Uma festa linda de demonstração de fé e respeito. Em Salvador, iniciamos o ano agradecendo a Deus pelas conquistas e pedindo forças para a continuidade do trabalho que é feito com coração”.

 

Vereador Vado Malassombrado (DEM) - “O principal motivo que leva milhares de pessoas às ruas da cidade de Salvador, para celebrar a devoção ao Nosso Senhor do Bonfim, resume-se em uma palavra composta por duas letras: fé. Esta palavra traduz com fidelidade a identidade do baiano, um povo alegre, solícito, guerreiro e trabalhador, que não desiste dos seus objetivos por mais difíceis que pareçam, pois carregam dentro do peito a fé no Nosso Senhor do Bonfim. E para nós, filhos de coração, esta fé é que nos move e nos faz acreditar em dias melhores, sempre protegidos por Nosso Senhor do Bonfim”.

 

Vereadora Marta Rodrigues (PT) - “A força que faz milhares de pessoas irem à Colina Sagrada é a gratidão pelas bênçãos alcançadas, a busca pela paz e por proteção. Vou ao Bonfim na missa da gratidão, que é a última do ano, na missa da proteção, que é a primeira do ano, e participo da lavagem para receber as boas energias. É uma tradição de Salvador muito forte porque trabalha também o sincretismo: Oxalá e Senhor do Bonfim. Que Ele abra os caminhos, mantenha a solidariedade, o respeito, a compreensão e o mais importante: garanta a paz. Que nos ampare com toda a sua proteção contra a violência. Proteja as mulheres, vítimas de agressão e feminicídio a todo o momento”.

 

Vereadora Ana Rita Tavares (PMB) -  “Como fazemos todos os anos, acompanhamos e celebramos uma lavagem sem animais e mais humana para todos. É uma festa que representa um grande benefício para a cidade. Se tornou uma celebração mais limpa, sem dor, sem sofrimento e, do ponto de vista sanitário, sem fezes de animais. De todas as formas, uma festa sem animais só colabora e aprimora esse evento maravilhoso que é a Lavagem do Bonfim. Eu tive uma liminar judicial e, graças a Deus, consegui mudar a cultura das pessoas menos atentas que não conseguiam enxergar o aspecto negativo que era animais na festa”.

 

Vereador Carballal (PV) – “A lavagem do Bonfim é uma das maiores expressões de fé do povo baiano, marcada pelo sincretismo religioso, quando é exaltada a ascensão do Senhor do Bonfim e celebrada as águas de Oxalá. Representa fé, tradição e esperança”.


Vereadora Marcelle Moraes (sem partido) – “É uma caminhada pela fé sem que haja o sacrifício animal. Comemoro a retirada dos animais da Festa do Bonfim. Antigamente, os jegues vinham e muitas pessoas ficavam em cima deles, causando sofrimento. Este percurso é muito longo para o animal. Não precisamos dos animais para festejar, para comemorar a fé. Pelo contrário, a gente tem que consagrá-los, não usá-los. Já são nove anos que os animais não estão aqui. Graças a Deus, conseguimos esta vitória”.


Vereador Sílvio Humberto (PSB) – “Se é um monossílabo que tem força, e transforma o que é, aparentemente, impossível em possível, essa palavra chama-se fé. É isso que move as pessoas aqui. A fé. Isso que faz elas caminharem mais de oito quilômetros, subirem a Colina Sagrada no Bonfim, e muitas ainda voltarem a pé. O nome disso é fé. É essa palavrinha que tem um poder enorme de transformação. Por isso que a gente está aqui. Fé na gente!”


Vereador Hilton Coelho (PSOL) - "Fé na luta! Fé na resistência popular! Acreditando sempre no povo da Bahia participo de mais uma Lavagem do Bonfim, um exemplo de que a resistência popular é capaz de superar quaisquer formas de tirania. Desde 1745, passou a ter o seu ponto principal através da Lavagem das Escadarias. Este evento gerou grande conflito quando as negras e negros passaram a participar ativamente das festas com os seus cultos de matriz africana. Esta participação passou a ser perseguida e criticada pela elite dominante. Mantivemos a resistência e até hoje aqui estamos nos expressando e lutando contra a intolerância religiosa, o retrocesso político, o fascismo e a contra a retirada de direitos."