Apesar de prever o aumento da bancada governista na Câmara de Salvador o líder da situação, vereador Joceval Rodrigues (PPS) não se arrisca a fazer projeções quantitativas. Ele é o segundo entrevistado pelo BahiaJá na série de consultas às lideranças partidárias no legislativo soteropolitano.

BahiaJá – É possível fazer previsões sobre o tamanho da bancada governista a partir de 2 de outubro?

Joceval Rodrigues – Isso é trabalho para Mãe Diná, para Aritana de Oxossi, esse povo, porque essas coisas são difíceis de se prever, mas a bancada do prefeito vai ampliar, sim. Agora números exatos eu acho tão ridículo fazer esse chute, mas dizer que vão ser quatro, cinco vagas a gente não sabe. Mas eu acho que o prefeito, pelo trabalho que está fazendo na cidade, a imagem do vereador associada à do prefeito, isso tem dado um resultado muito bom. Você vai nos guetos, nas  vielas de Salvador e a pessoa pergunta: “Tá com Netinho? Se tá com Netinho eu voto”, entendeu?

BJ – As pesquisas têm dado ampla maioria ao prefeito, não é?

JR – Isso. Então, partindo desse pressuposto, desse termômetro que são as ruas, a gente acredita que ele vai ampliar bastante, mas não tenho como dizer número, porque coeficiente eleitoral, densidade eleitoral, desempenho dos partidos, são coisas muito complicadas para fazer avaliação, mas eu acredito que o prefeito vai entrar na próxima legislatura, primeiro,  com a cidade organizada, arrumada, segundo, com uma base mais consolidada, com certeza.

BJ – Esse período de campanha de 45 dias é curto ou é suficiente?

JR – Eu acho que tem dois olhares. Primeiro um olhar de quem não tem mandato é curto, mas o olhar de quem já tem mandato é certo porque você já vem fazendo um trabalho, já está inserido em alguma camada social, você já tem um segmento que você representa. Eu falo dos atuantes, é claro. Agora para as pessoas que são postulantes ao cargo de vereador eu acho muito curto, porque você divulgar em 45 dias propostas, estar nos lugares, requer uma estrutura muito grande, então eu acredito que isso acaba prejudicando.

BJ – Essa campanha, Joceval, além do período curto, temos também a proibição da utilização de vários recursos que em outros pleitos eram permitidos. Como o vereador tem se adaptado a esse novo cenário onde a campanha está mais voltadas para as chamadas redes sociais e esse período de rádio e TV que é bastante curto?

JR – Eu tenho zero de adaptação porque minha campanha sempre foi feita assim, pelas redes sociais, pelos amigos... Pouquíssimo apoio financeiro empresarial, alguns amigos que podem ajudar, mas muito pouco. Minha campanha é feita nessa realidade atual: pé no chão, muita reunião, muita caminhada. Na minha primeira eleição, irmão, nós tivemos 10.305 votos. Eu fui dar entrevistas nos lugares, já como vereador eleito, e os pés estavam inchados de tanto caminhar. Então, eu já sou adaptado a essa realidade, entendeu?

BJ – Você acha que vai haver uma grande renovação na Câmara?

JR – Por conta do que já te falei anteriormente eu tenho duas visões. Primeiro eu acho que existe uma degradação muito grande da classe política e o vereador é o é mais próximo do povo, ele sente mais. O vereador é o para-choque, é o que vê a dor. Então, eu acredito que nesse aspecto, nesse olhar, iria ter, mas como tem uma lei, uma nova legislação que coloca para 45 dias e tira toda a parte de financiamento privado, que a maioria dos novos postulantes poderia requerer, fica para o vereador que já tem mandato, que já tem, como eu te falei, segmentos que ele representa, fica mais fácil. Mas só vamos saber no dia 2. A minha teoria é que a renovação vai ser pouca nesse momento.

BJ – Obrigado pela entrevista, Joceval.

JR – Estamos juntos. Eu sempre falo que o BahiaJá, da seriedade, da forma como vocês conduzem. A gente nunca manda matéria pra chegar e modificar, botar alguma coisa de perseguição, de agressão... Vocês precisam crescer e tomar toda a Bahia, pois a gente precisa de imprensa séria como vocês.