Os 25 Anos do Projeto Axé foram comemorados na Câmara de Salvador com uma sessão especial realizada na manhã desta quinta-feira, 27, no plenário Cosme de Farias. A iniciativa foi da vereadora Aladilce Souza (PCdoB) para quem o encontro foi “uma forma de chamar a atenção do governo para ações como essa e que são capazes de usar a arte para educar e formar cidadãos. A metodologia do Axé é um exemplo”.
Ela agradeceu ao idealizador da instituição, o italiano Cesare La Rocca, “pelo que tem feito pelas nossas crianças e adolescentes” e por continuar a sonhar com um futuro melhor para crianças e adolescentes, educando através da arte.
Cesare se definiu como “um incorrigível sonhador, com um pé no chão e outro nas nuvens”. E continuou: “Quem me conhece sabe que sou um eterno insatisfeito. Estou feliz pelo Axé e pelas 23.570 crianças e adolescentes que já passaram por lá. O que me incomoda é o poder público não ter transformado essa ideia em uma política pública. O projeto não nasceu para resolver o problema, mas para ser exemplo do que é possível fazer”.
Aladilce e o artista plástico Juarez Paraíso entregaram uma placa de homenagem. Juarez é o autor da decoração do Axé Buzu, ônibus que vai levar as ações do projeto para todos os bairros da cidade e que foi lançado na mesma ocasião. Após a sessão, na Praça Municipal, os alunos do Axé deram prosseguimento às apresentações iniciadas no Plenário da Câmara.
Educar nas ruas
Para Sílvio Humberto (PSB), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, o projeto tem o mérito de educar nas ruas: “Essa forma acolhedora como o Axé reconhece talentos e dá oportunidades transforma a vida de muitos jovens”. Ele aproveitou para convocar todos para um grito contra a redução da maioridade penal.
“Numa cidade que tem um forte apelo da arte e cultura, o Axé trouxe isso para atrair jovens e profissionalizá-los. É o tipo de ação que devemos abraçar e apoiar”, declarou o secretário do Escritório Salvador Cidade Global, Jorge Khoury, que representou o prefeito ACM Neto. Já o secretário estadual de Turismo, Nelson Pelegrino, destacou que o Axé sabe dialogar com as crianças usando a sua linguagem.
Os alunos do projeto participaram da sessão e aplaudiram todas as citações a Cesare e à instituição. “Antes eu ficava na rua pedindo. Hoje faço percussão, capoeira e voltei para escola”, contou Bárbara da Silva, de 11 anos. “Eu era bagunceiro e eles me mostraram que isso não leva a nada. Aprendi percussão e melhorei na escola. Acho legal alguém vir da Itália e fazer um trabalho como esse”, emendou Pablo Carvalho, também de 11 anos.
Também participaram da mesa o chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Justiça, Kivio Lopes; a superintendente de Serviços Turísticos, Ângela Gonçalves; a defensora pública Ana Rocha, e a vice-presidente da Associação de Amigos do Teatro Castro Alves, Lia Robatto. Estavam presentes o gerente de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, Roberto Pellegrino; a coordenadora da Fundação da Criança e do Adolescente, Ametista Nunes; e a diretora da Fundação Cultural do Estado, Fernanda Tourinho.