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REAL MADRID CAMPEÃO DO MUNDO PELA 8ª VEZ; PAPÃO DE TÍTULOS

Jogaço de bola 5x3 e uma lição para futebol comenta ZédeJesusBarrêto
ZédeJesusBarrêto ,  Salvador | 11/02/2023 às 19:05
Papão de título
Foto: RMFC
    

 Numa final em Marrocos com oito gols, limpa e bem jogada, o Real Madrid conquistou seu oitavo título mundial, vencendo Al Hilal, campeão saudita e asiático, 5 x 3. Um campeão que joga bonito, e que deixa jogar, faz gosto de ver. Tem camisa, tem história.

 Na disputa do terceiro lugar o Flamengo (enfim) derrotou o campeão egípcio e africano Al Ahly, 4 x 2, e ficou com o bronze, o terceiro lugar. Um consolo.  

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Em Rabbat

- Norte Atlântico de Marrocos anoitecido, 19 graus, vento cortante, o estádio Principe Moulay Abdalah lotado. Mais uma final na história do papa-títulos espanhol, o Real, que já foi campeão mundial sete vezes. O AL Hilal, saudita, campeão asiático, sentindo-se em casa, com muitos jogadores da seleção da Arábia que disputou a Copa do Catar, rodados. Arbitragem inglesa.  Vale o mundo!

 Com bola rolando ...

- As duas equipes com marcação adiantada, nada de retrancas, bom ritmo. O Real, até pela qualidade técnica individual do elenco, trocando mais passes, chegando mais.

- Gol! 1 x 0 Real, aos 12 minutos. Trama pelo meio, Benzema deu um tapa e deixou Vini Jr de cara; o brasileiro bateu colocado na saída do goleiro.

 Os árabes sentiram o golpe, os espanhóis continuaram em cima, impondo-se, costurando no meio-campo.

 - Gol! 2 x 0 Real, aos 17’.  Boa jogada Modric pela direita, o cruzamento forte, por baixo, deu rebote e Valverde pegou firme, de primeira, ampliando.

 - Gol! 2 x 1 AL Hilal, aos 26 minutos. Num contragolpe em alta velocidade, o gigante Marega disparou, desde o meio campo, entrou de cara pela direita e fuzilou o goleiro Lunin. Os sauditas vivíssimos, encarando, sem medo.

 Jogão de bola! Equilíbrio de ações. Aos 40’, ótimo cruzamento rasante de Valverde, da direita, Benzemá perdeu, pegou mal na bola. Aos 45’, Modric tentou de fora, o goleiro Abdoulah catou no chão. Um bom, animado e bem jogado primeiro tempo.

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 Os sauditas voltaram com pegada ainda mais forte, dificultando e perigando. Mas...

- Gol ! 3 x 1 Real, Benzema, aos 8 minutos. Concluindo na pequena área, de primeira, um ótimo passe de Vini Jr, de trivela, da esquerda. Gol de almanaque.

- Gol ! 4 x 1 Real Madrid, aos 13’. Valverde entrou tabelando com Carvajal pela direita, recebeu na frente e detonou o goleiro. Gol de cartilha. Simples. Pura eficiência, inteligência, objetividade.

 - Gol 4 x 2 AL Hilal, aos 19 min. Vietto recebendo nas costas da zaga madrilenha, em velocidade, batendo na saída do goleiro. Diminuiu.

Mas o Real não parou, na arrefeceu. Entrara, Rodrygo, Ceballos, Asensio... para manter a pegada, o ritmo ofensivo.

- Gol! 5 x 2, Real Madrid. Vini Jr, aos 28’, golaço, num chute cruzado, acertando o canto oposto. Show do Madrid.

- Gol! 5 x 3, Al Hillal, aos 35’. Novamente o argentino Vietto, aproveitando-se com oportunismo de um vacilo defensivo do Real; trapalhada de Kamavinga, Rudigger... 

 Sete minutos de acréscimo e o mesmo ritmo intenso, a busca incessante do gol, lá e cá, uma final boa de ver, limpa, oito gols... futebol.

 Mais um título para o campeoníssimo  Real madrid e o mais que vitorioso treinador italiano Ancelloti (26 títulos na carreira de treinador).    

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 - O Real Madrid, Campeão do Mundo : Lunin, Carbajal, Rüdigger, Alaba e Kamavinga; Kross, Tchuameni, Modric; Valverde, Benzema   e Vini Jr (entraram ainda Rodrygo, Ceballos, Asensio, Nacho, Valejo...)  Treinador, Ancelloti.

 - O AL Hilal, treinado pelo argentino Ramon Diaz: Abdulah, Sahud, Jong (coreano), Abdulahi, Khallifa; Cuellar, Carillo, Kanno, Vietto(argentino), Morega, Salém, Nasser, Michael (brasileiro)...

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 Curiosidade

  No primeiro título mundial conquistado pelo Real Madrid, início dos anos 1960, tinha um brasileiro no espetacular ataque madrilenho, pouca gente sabe ou nem se lembra.

O ataque: Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento. O brasileiro era o ponteiro Canário, que jogou no América do Rio, craque de bola.    

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 Vini Jr foi escolhido o melhor do Mundial e o artilheiro foi Pedro, quatro gols.

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 Mengo pena mas vence  

 Mais cedo, por volta do meio dia (horário de Brasília), o Flamengo, de camisetas brancas, passou perrengue mas conseguiu vencer (4 x 2) o Al Ahly, campeão egípcio e africano, com dois gols de pênalti (Gabigol marcou) e dois do artilheiro Pedro, sempre fatal (9 gols em 7 jogos na temporada). Foi uma partida dura que só ficou facilitada para o rubro-negro carioca depois da expulsão de um defensor do Al Ahly, aos 20 minutos do segundo tempo, após uma falta – quase pênalti – no lateral Ayrton Lucas. No mais, um Flamengo individualista, coletivamente desarrumado.

 - Logo aos 6 minutos, com ajuda do VAR, o árbitro marcou um pênalti no lateral direito Varela, penetrando pela direita, lançado por Arrascaeta, derrubado. Gabigol bateu como sempre, deslocando o goleiro – 1 x 0. O time carioca acomodou-se, enroscou-se e os egípcios foram pra cima, na raça.  Chegaram ao empate ainda no primeiro tempo, aos 37’, numa cabeçada de Abdelkader, escorando um escanteio, livre, na pequena área brasileira- 1 x 1.

 - Os norte-africanos voltaram mais fogosos na segunda etapa. Aos 15’, Thiago Maia cometeu um pênalti bobo, o árbitro marcou, os egípcios desperdiçaram, o goleiro Santos catou bem, no chão. Dois minutos depois, o Al Ahly entrou trançando e o mesmo Abdelkader acertou o canto, num golaço, virando – 2 x 1. O Flamengo parecia perdido. Daí, aos 20’, aconteceu a falta na linha da grande área egípcia, o árbitro chegou a apitar o pênalti, mas o VAR mostrou que a falta aconteceu fora da área, e aconteceu a expulsão do defensor faltoso. Facilitou para os cariocas, um atleta a mais em campo.

 - Aos 32’, após uma bola alçada, a zaga africana não resolveu, o goleiro deu rebote e Pedro, esperto, fuzilou, não perdoou – 2 x 2. Aos 35’, Pedro tentou dominar dentro da área e a bola desviou na mão de um zagueiro, outro pênalti marcado com auxílio do VAR; Gabigol cobrou com a costumeira eficiência e fez 3 x 2.  Pedro fechou a ‘rolha’, um 4 x 2, com gol de oportunismo, de centroavante, aos 45’.  Ainda deu tempo (14 minutos de acréscimos) para provocações, empurra-empurra, confusão...  E o time brasileiro foi medalhado, volta pro Rio com o bronze; meio frustrante, mas...  não jogou pra mais merecer. Hora de reavaliar e reconstruir.  

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