Os presunçosos cariocas perderam para si próprios. Pose, torcida fanática, falsa malandragem e mídia não ganham jogo, é preciso competir, acreditar e respeitar o adversário.  O Flamengo entrou em campo, sob o vento frio de Tanger, já de olho no Real Madrid, com quem faria ‘a grande final’, sonhada. Mas... futebol é jogado, pelear é preciso. Logo no começo um pênalti bobo e os sauditas saíram na frente. Pedro até empatou num chute certeiro, raro instante de inspiração do rubro-negro.

  Gérson, o meia que voltou da Europa como ‘titular absoluto’ do meio campo, entregou; levou cartão amarelo por simular um pênalti, na frente, e no final do primeiro tempo cometeu um pênalti absurdo, atrás. Os sauditas foram pro intervalo com 2 x 1 no placar e voltaram a campo com um atleta a mais em campo, souberam cozinhar e ampliaram(3 x 1), os cariocas arriados em campo. Ora, o treinador tirou os dois meio-campistas criadores (Everton Ribeiro e Arrascaeta) e os árabes dominaram. Nos acréscimos, Pedro fez 3 x 2, oportunista. Foi só.   

 Hora de os flamenguistas (jogadores, treinadores, dirigentes, torcedores, mídia carioca) baixarem a bolinha, juntaram os paninhos de bunda e que repensem tudo, não são superiores como se acham e se vendem. Uma vergonha o que vimos em campo. O goleiro do AL Hilal praticamente não trabalhou, o ‘Mengão’ não incomodou. A cara do futebol brasileiro, decadente, sem copas, sem títulos importantes, só pose.      

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 Em Marrocos  

- Norte da África, Tanger, cidade litorânea, ventos frios, 3 graus de temperatura, noite de inverno (20h lá, 16h cá), mais de 40 mil pessoas nas arquibancadas. Gramado verde, bem cuidado.

- O Flamengo com sua tradicional camiseta em vermelho e preto, listras horizontais largas; a equipe saudita de camisetas brancas com detalhes em azul.

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Bola rolando ...

- Com 2 minutos, na primeira investida dos sauditas, Matheusinho vacilou e apelou, atropelando o esperto atacante saudita que já encarava o goleiro Santos. O árbitro marcou o pênalti, claro.

- Gol ! 1 x 0 AlHilal. Al Sallem, o craque do time, bateu firme, no canto, abrindo o placar aos 4 minutos.  

- Aos 8’, Arrascaeta alçou na área, numa cobrança de falta, Pedro ganhou pelo alto e testou pra fora. Aos poucos o Flamengo foi assentando, após o susto, pondo a bola no chão, controlando as ações, com mito mais posse de bola.

- Gol! 1 x 1 Flamengo! Pedro, aos 20 minutos. Finalizou bem, de primeira, após boa troca de passes, um chute de primeira, seco, forte, enviesado, por baixo, acertando o canto. O empate teria vindo em boa hora.

  O rubro-negro carioca atuava mais no campo adversário, impondo-se. Mas finalizava pouco, Gabigol sumido, muito tititi e tototó. Os sauditas não estavam mortos, nem entregues. Já nos acréscimos, Gerson pisou por trás num atacante saudita, dentro da área, desnecessariamente; o árbitro foi chamado pelo VAR e marcou o pênalti, o segundo contra o Flamengo. Pior, Gerson já tinha um cartão amarelo (por simulação) e foi expulso.

- Gol! 2 x 1 Al Hilal, Sallem bateu o pênalti com clama, perfeito, deslocando o goleiro.

Péssimo para o Flamengo. Uma atuação danosa, prejudicial de vera do meia Gérson. O time brasileiro desceu para o vestiário perdendo, 2 x 1.  O inesperado.

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  Com um atleta a menos em campo e o placar adverso, o treinador dos cariocas pôs em campo o jovem Erick Pulgar e Fabrício (saíram Arrascaeta, opção técnica, e Leo Pereira, machucado). Ao Flamengo, apenas uma opção, ir ao ataque, com tudo... ou voltava mais cedo para o Rio, a chorar pitangas. Os sauditas, com a vantagem numérica e o placar favorável, não recuaram, tinham mais posse de bola, amansando o jogo. Os rubro-negros teriam de correr atrás, dar algo mais em campo, buscar o gol, na superação.

 O treinador Ramon Diaz trocou, aos 10minutos: Saiu Ighalo e entrou Michael, aquele mesmo baixinho brasileiro arisco que jogou no Flamengo.

-Aos 13’, Marega fez ótima jogada pela esquerda e Khallifah acertou o travessão de Santos; quase os sauditas ampliaram. O tempo passando e os brasileiros mais ansiosos, nervosos, errando passes. Cada vez mais o Flamengo ficava dependente de seus ‘astros’, em jogadas individuais. Pedro era o mais lúcido.

 Saiu Khalifah, machucado, entrou Nasser, aos 22 min. Marega arrebentando pelos sauditas. Saiu Everton Ribeiro, entrou Cebolinha – aos 25’. O Flamengo ficou sem meias para construir, os sauditas ficaram com o controle na meia-cancha, donos da bola.  

 - Gol! 3 x 1 Al Hillal, aos 27’, Vietto. Mais uma bola perdida no meio por Thiago Maia, Marega arrancou em velocidade, Vietto recebeu na área, meia direita, acertou um chutaço pelo alto, na frente de David Luiz, plantado, a bola ainda bateu no travessão antes de entrar.

 Em nenhum momento o flamengo achava o jogo, entregue. Um banho dos sauditas, trançando, amaciando, administrando bem. Mas...

- Gol! 3 x 2, Flamengo. Depois de um bate-rebate na área saudita, Pedro, oportunista, empurrou uma sobra, na pequena área, e reacendeu uma chaminha de esperança nos mais fanáticos. Mas já estávamos aos 46 minutos, o árbitro acrescentou seis ao tempo regulamentar.

  Aos 50’, quase Michael fez o dele no seu ex-time. Santos salvou. Acabou!

  Os sauditas, finalistas do mundial, festejaram como se tivessem ganho uma copa do mundo. Fazendo história.  Ao Flamengo, uma lição, mais uma.

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Destaques

Um banho do treinador argentino Ramón Diaz em cima do portuga Victor Pereira, que não teve leitura do jogo, escolheu e escalou mal, substituiu em campo pior ainda. Erros primários.

A retirada de Arrascaeta e Everton Ribeiro foi absurda, entregou o jogo. Vidal não poderia ficar de fora pro mascarado (e fora de ritmo) Gerson entrar. Thiago Maia não poder ser titular do Flamengo. Aprendizados, hora de juntar os trapinhos, vestir a camisa da humildade.   

 - Do lado saudita, a fibra, a vontade, a determinação, o craque Sallém e o vigor de marega. Merecedores de ir à final, sábado, contra o vencedor de Real x Al Ahly.

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-  Flamengo escalado: Santos, Matheusinho, Leo Pereira (Fabrício), David Luiz e Airton Lucas; Thiago Maia, Gerson (expulso), Arrascaeta (Erick Pulgar) e Everton Ribeiro; Pedro e Gabigol. Téc, Victor Pereira, luso.

- Al Hilal, o Campeão da Arábia Saudita, com atletas rodados, muitos disputaram a Copa do Catar. O meio-campista Cuellar que foi do Flamengo, o forte centroavante Marega,   do Porto, um veterano zagueiro asiático, sul-coreano...  Khalifah, Sallem, Ighallo, Carillo (peruano), Saud, Vietto...  atletas rodados, além de um experiente e malandro treinador, o argentino Ramón Diaz.

 Arbitragem da Romênia. Istvan Kovack no apito, rigoroso.

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 A outra semifinal

 Nesta quarta, 16h, também em Marrocos, Real Madrid x Al Ahly, campeão do Egito/África. O time campeão espanhol/europeu com desfalques significativos: o goleiro Courtois, o zagueiro brasileiro Militão, o lateral esquerdo Mendy e o centroavante Benzema, o melhor do mundo. Todos com problemas musculares mas inscritos, em tratamento, podem jogar na final, no sábado, caso o Real passe pelos norte-africanos.

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E tem o baianão também na quarta, a sétima e antepenúltima rodada da fase classificatória.