Esporte

ARGENTINA X CROÁCIA;FRANÇA X MARROCOS SÃO AS 4 SELEÇÕES NAS SEMIFINAIS

O Brasil levou para o Catar a pior seleção de sua história futebolística
ZedeJesusBarrêto , Salvador | 10/12/2022 às 18:44
Marrocos emocionante
Foto: BJÁ
 
 

  A França, atual campeã mundial, o surpreendente Marrocos, a Argentina latino-americana de Messi e a Croácia, atual vice-campeã mundial são os quatro melhores times da Copa do Mundo do Catar, os semifinalistas, os únicos que podem levantar o troféu. Dos quatro, apenas França e Argentina conquistaram o título, duas vezes cada.

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 França x Inglaterra fizeram uma partida emocionante, intensa e bem jogada até o final. Mesmo com Mbappé ofuscado, bem marcado, sem golear, os franceses venceram (2 x 1) e avançam em busca de um bi seguido (em 2018 venceu na Rússia) – o que seria o terceiro título dos ‘Bleus’. Não foi um triunfo fácil, os ingleses por vezes foram superiores em campo e até perderam um pênalti. Grande partida, talvez a melhor da Copa, até aqui.

 Portugal foi surpreendida pela força defensiva e determinação de Marrocos, que marcou 1 x 0 ainda no final do primeiro tempo e soube suportar o assédio luso até o final. Os norte-africanos fazem história como primeiro time do continente a chegar numa semifinal de copa. Os marroquinos comemoram sua superioridade, agora na bola, sobre os países ibéricos – venceram Espanha e Portugal.  E logo numa copa realizada num país islâmico. Outros significados, históricos, religiosos, de invasões, guerras, colonizações, domínios ...  

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 Definidos os confrontos, estreitou-se mais o funil...  

    Anotem

  - Na terça-feira, dia 13 (Santa Luzia), às 16h, no Estádio Lusail: Argentina x Croácia

  - Na quarta, dia 14, 16 h, no Estádio Al Bayt: Marrocos x ...  

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França x Inglaterra

 Estádio Al Bayt, 35 km ao norte de Doha, arquibancadas cheias, sábado 16h, os franceses ‘campeões do mundo’ de camisetas azuis (Les Bleus), os ingleses, criadores do futebol profissional, de camisetas brancas com detalhes em azul. Rivalidade histórica, dentro e fora dos gramados. A França tem dois títulos mundiais, a Inglaterra tem um. Um dos maiores clássicos europeus.

 Arbitragem do brasileiro Wilton Pereira Sampaio. Os treinadores: Gareth Southgate (inglês) e Didier Deschamps (francês).

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 Com bola rolando ...

 - Dois estilos, muito estudo e cautelas no começo, equilíbrio. Os ‘bleus’ mais soltos, ofensivos. Uma cabeçada de Giroud nas mãos de Pickford, aos 10min.

 - Gol! 1 x 0 França, aos 15’. Depois de boa troca de passes, bola trabalhada, Tchouameni, (22 anos, atleta do Real Madrid) arrematou de longe, forte e rasteiro, acertando o cantinho.

  Os ingleses reagiram, foram pra cima, na pressão, o goleiro Lloris fez duas, três boas defesas. Duelo intenso e bom de ver.  Os ‘bleus’ desceram pra merenda do intervalo na frente do placar (1 x 0) mas ... nada definido.

 Segunda etapa – Logo aos dois minutos o jovem meia Bellingham, um dos grandes destaques e novidades dessa copa, obrigou Pinkford a uma defesa plástica, salvadora, espalmando no alto. Os ingleses no assédio total, os meninos Saka e Bellingham aparecendo, chamando a responsa.

 Aos 7’, Saka entrou driblando pela direita e foi derrubado na área francesa. Wilton Sampaio em cima marcou o pênalti, sem VAR. Sem chiadeira.

 - Gol! 1 x 1, Inglaterra, aos 9’, Kane (depois de uma certa catimba, ajeitando a bola) encheu o pé, indefensável.

 Os campeões responderam, logo. Rabiot disparou, de canhota, da entrada da área, Pickford brilhou, catando no chão.  Aos 14’, novamente Saka invadiu pelo meio mas chutou fraco, Lloris defendeu. Kane tentou, Lloris salvou. Cabeçada de Maguire raspou  o poste francês. Resposta francesa com finalização de Giroud, Pickford espalmou.  Não dava pra respirar.

- Gol! 2 x1 Franca, Giroud, testando forte, de cara, um ótimo cruzamento de Griezzmman, da esquerda. Aos 32 minutos.  

Aos 35’, Theo Gonzalez derrubou Mount na área, empurrando-se pelas costas. O árbitro brasileiro checou o VAR e apitou o pênalti.   Só que...

 - O experiente Kane bateu forte mas, dessa vez, a bola passou por cima, e perdeu a chance do empate inglês. Mais emoções.

 A arbitragem acrescentou 8 minutos ao tempo regulamentar. Os ingleses não desistiram, naquela pressão total final, ao tudo ou nada – bolas alçadas e, aos 54 minutos (nove de acréscimos) aconteceu uma falta na linha da grande área francesa, em favor dos ingleses; Rashford bateu colocado, a bola foi no ferro que sustenta a rede, no alto, por fora, o goleiro Lloris só espiando. Ufa! Acabou. 

Que jogaço, digno de uma final de Copa.

 Destaques  

 Na França, Griezzmman, Rabiot, Lloris, Giroud, Tchouameni, Epamucano ... Mbappé muito marcado, abaixo do normal, sem gols.

 Pela Inglaterra, Saka, Bellignhan, Wlker (que praticamente anulou Mbappé), Pickford, Kane (a despeito do pênalti perdido)...

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 Triste fado

 Nossos irmãos lusos padeceram, se enroscaram e estão fora da Copa do Mundo mais uma vez, lamentoso fado. O time de CR 7, de Bruno Fernandes, de Pepe, de João Félix, de Bernardo Silva...  levou 1 x 0 de Marrocos no Al Thumama e está fora da Copa. Mais uma. Portugal nunca consegue chegar numa final.

 - Tudo é possível nesta Copa do Catar! A copa das surpresas, do inusitado, das zebras.

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 Haja história  

Viva Marrocos, escrevendo história! Na raça, na vontade, superando tudo e todos, com muita aplicação tática... Pela primeira vez um time africano (Marrocos fica no norte do continente, Mediterrâneo) numa semifinal de Copa. Não é pouco. Marrocos, islâmico, colônia de europeus, detonou Portugal e Espanha, os países da península ibérica que também foi domínio dos Mouros por alguns séculos. Vamos reler a história?  

   No mais, voltando ao mundo da bola, ficamos conhecendo o treinador Walid Regragu, 40 jogos à frente do escrete, um estrategista. Soube como fechar a casinha e garantir o placar. Admiramos o futebol do lateral Hakimi, do goleiraço Bono, do arisco Boufall, do meia Kiyeck, do artilheiro Nesyri... guerreiros, incansáveis, determinados. Exemplo de competitividade. Gosto de jogar bola.

 O gol de Marrocos aconteceu aos 41 do primeiro tempo, numa bola alçada, a saída em falto do goleiro Diogo Costa e a cabeçada mortal do grandalhão Nasyri.  Os lusos lançaram-se todos à frente no segundo tempo, o CR7 já em campo, João Félix jogando muito, mas os marroquinos defenderam-se com bravura, suportaram bem e tiveram chances de ampliar, matar o jogo em contragolpes, usando a velocidade e a esperteza, a inteligência. Bono, atrás, garantiu o placar, a classificação.  

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 ‘Churumelas’ verde-amarelas  

  Fechando o balaio de lamentos ...

   - Elogios ao extraordinário Modric, 37 anos, meio-campista da Croácia, um dos melhores do planeta. Craque, dentro e fora de campo. Findo o jogo, foi acalentar o menino Rodrygo, 20 anos, que perdeu um pênalti, chorava e é seu companheiro de Real Madrid. Minutos abraçado e dizendo coisas no ouvido do garoto.  Depois, Modric foi abraçar, consolar solidário o nosso Neymar – um azarado de copas, em lágrimas.

  - O zagueiro Marquinhos, que fazia uma boa copa, foi muito infeliz no jogo contra a Croácia. Perdeu um pênalti – bateu firme, rasteiro, forte e no canto, deslocando o goleiro, mas a bola, caprichosamente, bateu no rodapé interno da trave, não quis entrar; no lance do gol croata de empate, o chute de Petkovic desviou, amorteceu em sua perna, e nosso goleirinho não chegou nela. Mala suerte.

 - No mais, ficou claro mais uma vez que o atual jogador brasileiro, na sua absoluta maioria, não sabe ou não gosta de jogar sem a bola. Quer sempre a bolinha no pé pra dar espetáculo, mas não se empenha em retomá-la quando perde o domínio. Fatal. Futebol se joga com e sem bola, com inteligência, vontade, gana, deslocamentos. Era assim no meu baba de rua. Bê a bá.

 - Inconcebível a escalação de Tite num 4-2-4 todo tempo, quando a Croácia, estrategicamente entrou com cinco ocupando o meio-campo. Até a saída de bola com Casemiro estava marcada.  E mesmo quando fizemos 1 x 0, faltando apenas 15 minutos para o final da prorrogação não soubemos marcar, fechar os espaços, correr, morder...  catimbar.  Nada, entregamos. Um timinho bunda-mole esse de Tite.

 É preciso mudar a nossa postura em campo. Ou passaremos mais 24 anos sem ganhar uma copa do mundo. Chega, assunto morto, página virada. Fui.