Esporte

FLAMENGO CAMPEÃO DA AMÉRICA VENCE ATHLÉTICO PR COM GOL SOLITÁRIO

ZédeJesusBarrêtoi comenta que expulsão de Pedro Henrique prejudicou o time do Paraná
ZedeJesusBarrêto , Salvador | 29/10/2022 às 19:44
Gabigol marcou único gol da partida
Foto: Marcelo Cortez CRF
  



  Com um gol de Gabriel Barbosa, muita manha e a expulsão do zagueiro atleticano Pedro Henrique ainda no primeiro tempo, o Flamengo sagrou-se mais uma vez Campeão da Copa Libertadores da América, de forma invicta (1 x 0), em Guayaquil, no Equador, com todos os méritos, e vai decidir o título mundial com o campeão europeu. É o terceiro título sul-americano do Rubro-negro, o primeiro de Dorival Jr.

Parabéns Flamengo, a torcida carioca em festa, vai ter carnaval fora de época na chegada dos jogadores ao Rio. A equipe volta no domingo, dia de eleições, e a festa está programada para segunda-feira.   Pedro foi o artilheiro da competição, com 12 gols.    

- O Estádio Monumental é belíssimo, localizado no pé de um morro. Arquibancadas quase cheias (mais de 40 mil presentes), brasileiros em maioria, o vermelho e preto das duas equipes predominando, sobre cadeiras amarelas – o amarelo do Barcelona local, dono do estádio.

- Bom gramado, tarde limpa, calor abafado, 29 graus (15h em Guayaquil, 17h de Brasília).

 - Uma cerimônia breve de abertura do fogo final/Conmebol – bailarinos vestidos de dourado, balões das equipes, coreografias baseadas em cenas do jogo, cantores-animadores das duas torcidas. Paulo Miranda e Junior baiano carregaram o troféu da Libertadores ao pedestal.

 - O Flamengo com sua camiseta tradicional, listras horizontais em vermelho e preto; o Furacão paranaense de camisas brancas.  Oitenta milhões de premiação em jogo.

 
Com bola rolando ...

- Como toda decisão, começo nervoso, marcação dura, chutões, muita cautela de parte a parte. Estratégias de jogo postas.

- Aos 11 e 12’, primeiras chegadas com perigo do Athlético, o goleiro Santos trabalhando e uma cola chutada por cima, de dentro da área carioca. A resposta do Flamengo aos 13’, num chute de longe e fraco de Rodinei. Os paraenses ocupavam melhor os espaços, pareciam mais à vontade.

- Os cariocas com dificuldades em trocar passes, sem conseguir penetrar na área adversária. Marcação individual, colada, em Arrascaeta e Éverton Ribeiro. A ideia de Felipão era não deixar o inimigo respirar, não dar espaços para contragolpes.

 - O veterano lateral canhoto Filipe Luis sentiu a perna após uma jogada dividida no meio campo e deixou o jogo; entrou o jovem Airton Lucas, aos 20’.  A partida fica mais pegada, algumas faltas duras, o árbitro argentino mostrando cartões, tentando segurar os ânimos. O Flamengo catimbando e já melhor depois dos 30 minutos, ocupando mais o campo adversário.

 -Aos 42’, o zagueiro Pedro Henrique, que já tinha levado um cartão amarelo, deu um carrinho lateral em Airton Lucas (mais rápido), não achou a bola, atingiu o adversário e foi expulso. O Athlético jogaria toda a segunda etapa com um atleta a menos em campo.

 - Gol! 1 x 0 Flamengo, Gabigol, aos 46’; tabela de Rodinei e Éverton Ribeiro pela direita, bola cruzada rasante por trás da zaga, Gabigol chapou fechando pelo lado oposto, livre, no espaço do zagueirão expulso.

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  O Athlético começou melhor, teve o jogo sob controle até por volta dos 30’, quando os cariocas começaram a catimbar, na manha desconcentraram os adversários, passaram a comandar as ações, provocaram uma expulsão e no final, numa bela articulação pela direita (Rodinei em destaque), 1 x 0 no placar. O Flamengo é um time mais rodado, mais cascudo, tem mais recursos.

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 No intervalo – e deveria ter sido antes -, Felipão tirou o meio-campista Alex Santana e lançou o Mateus Felipe, recompondo a zaga.  O Flamengo com um a mais em campo, os atleticanos teriam que se desdobrar- um atleta a menos e perdendo o jogo. O Mengo, claro, com mais espaços pra tramar.

- Os paranaenses fechadinhos, postados mais atrás, na aventura de um contragolpe em velocidade, uma bola parada, um erro do adversário ... era preciso saber suportar a pressão, não levar mais gols. O Flamengo dono da bola, a trocar passes, acuando.

- Antes dos 15’, Felipão trocou dois, pondo sangue e fôlego novos, tentando de tudo:  o paraguaio Canóbbio e Rômulo nos lugares de Vitinho e Vitor Bueno. Aoo 16’, após uma troca de passes pelo meio, Pedro arriscou da meia lua, colocado, passou perto do travessão de Bento.

 - Vidal no lugar de Thiago Maia no Fla. Pablo em campo, saiu Vitor Roque – a quarta substituição feita por Felipão. Logo depois Terans no lugar de Hugo Moura. No Flkamengo, Cebolinha em campo, saiu Gabigol, e Vitor Hugo substituiu Arrascaeta. 

 Aos 35’, num chute longo de Terans, Santos deu rebote e Airton Lucas safou o perigo. O relógio girando, os cariocas no controle, sem correr grandes riscos.  O Furacão valente, suportando bem, correndo muito, tentando, arriscando tudo nos minutos finais.       

 - Aos 45’, Terans bateu falta das proximidades da área carioca, Santos fez ponte, evitou o empate. Aos 46’, Pedro tentou por cobertura, cobriu a trave.

  Flamengo Campeão ! 

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O Flamengo de Dorival Jr : - Santos, Rodinei, David luiz, Leo Pereira e Filipe Luis (Airton Lucas); Thiago Maia, João Gomes, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Pedro e Gabigol.

O Athlético/PR de Felipão : - Bento, Khellven, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Fernandinho, Hugo Moura, Alex Santana e Vitor Bueno; Vitinho e Vitor Roque.

Arbitragem argentina, com Patrício Loustau no apito.

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Desabafando

 Sobre o Bahia...

 - Pode subir para a primeira mas tem time de segunda. Deve se classificar com as calças nas mãos, por conta de um saldo de gols e a fraqueza dos concorrentes. Depois do empate desclassificante na Fonte Nova, diante de 50 mim apaixonados, devotados torcedores, ficou a impressão de um timinho de playground, área cimentada de lazer de condomínio fechado.

 Desabafo de um torcedor, em lágrimas, após o fiasco de sexta à noite: “Esse time está me fazendo muito mal”.

 É preciso cuidar, já e logo, de limpar e renovar. Mudar tudo no futebol do clube. Direção, gerenciamento, supervisão, equipes de preparadores físicos, de goleiros, treinadores e, sobretudo atletas. Um novo perfil de jogadores profissionais mais comprometidos dentro e fora de campo. E um os dois líderes de verdade, um ou dois craques de verdade... ou subimos e descemos de novo vergonhosamente.

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