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JOGO DURO: BAHIA EMPATA COM CEARÁ 1X1 E PERDE CHANCE DE AVANÇAR

ZédeJesusBarrêto comenta Bahia 1x1 Ceará
ZedeJesusBarrêto , Salvador | 27/10/2021 às 22:28
Bahia 1x1 Ceará
Foto: DIV

  O clássico nordestino Bahia x Ceará, de rivalidade histórica cada dia mais acentuada, terminou num empate (1 x 1), na Fonte Nova. Resultado normal e justo pelo que as equipes mostraram em campo, alternando momentos de domínio e pressão, lá e cá. O jogo (cumprindo a tabela, atrasado) foi disputado e corrido até o apito final, muita vontade, emoção e competitividade em campo. Como o torcedor gosta. Talvez tenha faltado aquele talento do craque que desequilibra.  Mas aconteceram dois gols, ambos de bela feitura, na segunda etapa. 
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  Foi o 15º empate do Ceará, nove como visitante. Empate que não foi bom pra ninguém, em termos de tabela de classificação. O Bahia foi a 32 pontos, mas continua em 15º lugar a três pontos do Juventude (29 pontos), que é o primeiro da zona de rebaixamento e será o próximo adversário do Bahia, sábado, em Caxias do Sul, num duelo de agoniados. O Ceará tem apenas um ponto a mais que o Bahia (33) e o Santos, que venceu por 2 x 0 o Fluminense (cumprindo jogo também atrasado), está fora da zona de sufoco, com os mesmos 32 pontos do Bahia.  A briga na rabeira vai ser quente até a ultima rodada, sem dúvida.

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  Fonte Nova

  Torcida barulhenta mas ainda em número limitado, sob controle, nas arquibancadas, relvado dos melhores, tempo bom, lua gorda e muita rivalidade em campo. Um dos grandes clássicos regionais. O Tricolor venceu (2 x 1) no primeiro turno, em Fortaleza. Guto pela primeira vez enfrentando seu ex-time, o Vozão, armado por ele.

 O Tricolor em campo com seu novo padrão, todo vermelho, e o Ceará no seu tradicional preto e branco.  
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 Com bola rolando ... 

 - Com 22 segundos o Ceará já assustava, Mendonça exigiu a primeira defesa atenta de Danilo Fernandes, no chão. O Bahia respondeu em duas boas estocadas de Nino, pela direita. Muita briga pela bola, jogo pegado, como sempre. Uma guerra, mas sem deslealdades. Equilíbrio e cautelas. O time da casa era mais ofensivo, com mais posse de bola.

 Muita movimentação de parte a parte, disputa, marcação dura mas poucas finalizações. Até os 23’, nenhuma clara chance de gol foi criada. Aos 24’, depois de uma boa troca de passes, Nino Paraíba bateu de canhota e acertou o poste, no rodapé direito do goleiro cearense, que ainda triscou na bola, evitando o gol.  
 Aos 31’, Nino arrancou em correria e foi derrubado na quina da área inimiga; Capixaba bateu a falta, a meia altura, forte, João Ricardo espalmou. Nos minutos finais da primeira etapa, a partir dos 35’, o Vozão cresceu, avançou suas linhas, mas só assustou aos 48’, numa falta cobrada por Jael, fora do alvo. 
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  Não faltou vontade nem disposição lá e cá. Faltou mais criatividade ofensiva. E o gol. Mas foi uma primeira etapa corrida e boa de ver. Um empate justo.
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  No intervalo, Guto trocou Jonas por Lucas Araújo no meio-campo tricolor. O mesmo ritmo, a mesma gana. Jogo aberto, franco, sem predomínios. As duas equipes tentando arremates de longe. 

- Gol ! 1 x 0 Ceará, aos 8 minutos, Mendoza. O colombiano tabelou com Jael, rápido, de prima, e bateu forte já dentro da área baiana, pela esquerda, entre Conti e Nino. Belo lance coletivo, ótima finalização. 
Mal deu tempo do Vozão comemorar...

 - Gol ! 1 x 1, Gilberto ! Um Golaço do artilheiro, à sua maneira, batendo forte, de direita, da entrada da área, acertando o ângulo. Aos 11 minutos. O torcedor vibrou.

 O jogo ganhou em eletricidade, emoção, ofensividade. Aos 14’, Raí ficou cara a cara, bateu de canhota, mas o goleiro João Ricardo cresceu e salvou o desempate.  O Bahia trabalhava melhor a bola, o Ceará explorava a correria e as bolas alçadas. 

 - Alteraçõas: no Bahia, entraram Indio Ramires e Ronaldo nos lugares de Daniel e Capixaba. No Ceará, saiu Jael entrou Cleber, baiano, com 1m97, bom nas bolas altas, brigão.  Substituições ofensivas, aos 28’. Aos 30’, Edson e Rodallega em campo, saíram Lucas (que entrou e levou cartão amarelo, saiu por precaução) e Gilberto, com cãibras. Aos 32’, saiu Eric, no Ceará, entrou Rick.   

 A partir dos 30 minutos o jogo ficou muito tenso, faltoso, catimbado, truncado, feio, mais brigado que bem jogado. Aos 38’, Cleber, que logo após ter entrado em campo levou cartão amarelo, deu outra falta por trás e foi expulso. 

Então, os cearenses recuaram inteiros, gastando tempo, mastigando, sem pressa, procurando garantir o empate. O árbitro acrescentou oito minutos. O Bahia tentou aquela pressão final, inteiro na frente. O Vozão postou-se todo atrás, suportando, lutando com bravura e pedindo fim do jogo.  Deu empate. 
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Destaques

 O coletivo, a aplicação tática, a competitividade das duas equipes. Rivalidade pura. Sem violências, na bola. As defensivas superaram as linhas ofensivas. O gol de Gilberto foi uma pintura.  
  - Mateus Bahia e Nino Paraíba, punidos com cartões amarelos estão fora do jogo contra Juventude, em Caxias, no sábado.  
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 Escalações 
- Bahia : Danilo Fernandes, Nino, Conti, Luis Otávio e Mateus Bahia; Patrick, Daniel, Raí, Jonas e Capixaba;  Gilberto. Treinador, Guto Ferreira.
- Ceará: João Ricardo, Gabriel Dias, Messias, Luis otávio e Bruno Pacheco; Sobral, Vina e Fabinho; Eric, Jael e Mendoza.  Treinador, Tiago Nunes.
- Arbitragem do Piauí. No apito, Antonio Dib Moraes de Souza, com auxílio do VAR. Sem reparos, a despeito das dificuldades de um jogo melado, brigado. 
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   - No outro jogo da quarta, também atrasado, Santos 2 x 0 Fluminense. 
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 Data histórica 
 Em 28 de outubro de 1901, há 120 anos pois, foi realizado em Salvador, no Campo dos Mártires, atual Campo da Pólvora, o primeiro jogo de "foot ball" na Bahia.
Sabe-se que um jovem chamado Zuza Ferreira, filho de uma rica família, trouxe de Londres, onde estudava, dois jogos de camisa, calções, uma bola de couro e um livreto contendo as regras do esporte/jogo de bola com os pés que já se tornara uma febre nas universidades e fábricas da Inglaterra e outros países da Europa. 
 Foi o começo. Campo da Pólvora, Campo da Graça, Fonte Nova/Estádio Octávio Mangabeira, agora reformada e chamada de Arena – que fica, por sinal, bem próxima do Campo da Pólvora. 
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