Esporte

HISTÓRIA: A maior luta de boxe de todos os tempos, ZédeJesusBarrêto

Há 40 anos
ZédeJesusBarreto , Salvador | 30/10/2014 às 21:28
Completa-se 40 anos desta luta histórica, Clay x Foremen
Foto: ARQUIVO
Há 40 anos, dia 30 de outubro de 1974, acontecia o que é tido ainda hoje como a maior luta de boxe de todos os tempos: Muhammad Ali (o Cássius Marcelus Clay) x George Foreman, na cidade de Kinshasa, antigo Zaire, hoje República Democrática do Congo, África sub-saariana.

Ali já com 33 anos, não mais no auge, pneuzinhos na cintura, tinha perdido o título mundial por ter se recusado a ir pro Vietnã, meio fora de forma mas ainda um ídolo, o mesmo falastrão, um mito no ringue. Do outro lado, com 24 anos, com toda a potência, enxuto, o gigante Foreman que tinha acabado de derrubar Joe Frasier, outro lutador excepcional. Era o nome do momento, tinha um estilo de defesa com os braços cruzados e potência fora do comum nos socos. 
Dois negros, ‘duelo do século’ realizado na África, patrocinado pelo ditador Mobuto Sese Seko, os africanos torcendo loucamente, por um e outro, e o mundo inteiro de olho, TV transmitindo, milhões de dólares em jogo. As apostas eram bem favoráveis a Foreman, poucos acreditavam que o velho campeão Ali suportaria as porradas dos punhos de Foreman, invicto. 

Foi um combate inesquecível que pode ser visto no filme-documentário “Quando Éramos Reis”, narrado pelo escritor Norman Mailer, um amante do boxe. Vale a pena ver. Foi uma luta espetacular, com Foreman batendo, tomando a iniciativa e o genial Ali dando show de esquivas, de estratégia, de jogo de pernas, de negaças, de inteligência, de estocadas em jabs ... com a guarda arriada, escorando-se nas cordas, cansando o adversário, confiante. Técnica, estilos. 

E quando todos imaginavam que Foreman venceria, era apenas uma questão de tempo e de enfim conseguir acertar um dos seus potentes cruzados e diretos, Ali, sempre nos contragolpes, saiu das cordas onde parecia acuado e, numa sequência rápida acertou-lhe a ponta do queixo no oitavo round, levando o enorme Foreman à lona, nocaute, para assombro de todos! Foi a única vez que Foreman foi derrubado (depois foi campeão do mundo e lutou até mais de 40 anos). Ele confessa que por décadas ficou buscando entender como foi atingido daquela forma. 
Ali foi sim o melhor de todos os tempos. Dava gosto vê-lo lutar, boxear... mexia-se como uma borboleta e picava como um marimbondo. Um semi-deus no ringue. Belo boxe se jogava naqueles tempos. “Quando éramos reis’ é o título do filme-documentário da luta, vale a pena ver.