Economia

SEI: Em agosto, varejo baiano registra queda no volume de vendas

Veja balanço fornecido pela SEI/Sepnal
Da Redação , Salvador | 18/10/2016 às 18:57
Produtos alimentícios - 7%
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O comércio varejista na Bahia continua apresentando queda no volume de vendas. No mês de agosto, a taxa registrada foi negativa em 12,1% em relação a igual mês do ano passado, mantendo uma trajetória de queda verificada desde janeiro de 2015. A variação apresentada pelo estado seguiu a mesma tendência do varejo nacional que registrou a taxa negativa de 5,5%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano foi negativa em 1,1%. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em âmbito nacional, e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.

A manutenção da trajetória de queda do comércio varejista na Bahia é atribuída ao alto desemprego e a incerteza sobre os rumos da economia nos próximos meses, iniciada em 2015. Apesar dos dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV)  apresentar na Sondagem de expectativas do Consumidor (ICC) e Sondagem do Comércio (ICOM) avanços da ordem de 2,6 e 7,2 pontos, respectivamente, entre julho e agosto. 

Nem mesmo a comemoração do Dia dos Pais foi suficiente para reverter a trajetória de queda do setor. Esse comportamento das vendas revela que o comércio varejista ainda não foi sensibilizado por essa melhora nos níveis de confiança, já que as condições financeiras mais rígidas dadas as altas taxas de juros, inflação elevada, restrição ao crédito, associado à retração no mercado de trabalho continuam influenciando o comportamento do setor.

Por atividade, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a agosto de 2015, revelam que, novamente, todos os oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento negativo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-19,2%); Móveis e eletrodomésticos (-17,1%); Combustíveis e lubrificantes (-15,3%);Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-12,3%); Tecidos, vestuário e calçados (-10,2%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-9,6%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-8,0%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-7,0%). No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variação negativa o de móveis com 20,9%, o de eletrodomésticos com 15,2%, e Hipermercados e supermercados com 2,9%, respectivamente.

Quanto aos segmentos que mais influenciaram o comportamento negativo das vendas na Bahia, por ordem decrescente têm-se: Combustíveis e lubrificantes; Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; Móveis e eletrodomésticos; e Outros artigos de uso pessoal e doméstico.

Em agosto, a atividade de Combustíveis e lubrificantes exerceu, na Bahia, o maior peso para a queda verificada nas vendas. Esse comportamento continua sendo atribuído ao menor ritmo da atividade econômica, ao  menor poder de compra da população, além da elevação dos preços dos combustíveis acima da inflação no acumulado dos últimos 12 meses, bem como a redução na compra de carros novos.

O segundo a contribuir negativamente para o comportamento das na Bahia foi Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista. A queda nesse mês é a décima sexta consecutiva. A elevação dos preços no grupo afeta negativamente a renda real, reduzindo o poder de compra da classe trabalhadora sobre os bens do segmento.

O segmento de Móveis e eletrodomésticos foi responsável pela terceira maior influência negativa na formação da taxa do varejo. Esse comportamento reflete não somente a queda na renda disponível, mas também a seletividade do crédito,  resultando no elevado custo de financiamento. Quando observado o comportamento do segmento nos meses anteriores, constata-se que desde janeiro de 2015, o volume de vendas para a atividade vem sendo negativo.

A quarta maior influencia foi exercida pelo segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico. Nem mesmo a comemoração do Dia dos Pais aqueceu as vendas desse segmento, apesar de englobar diversos segmentos como lojas de departamento, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos, etc, que comercializam produtos de menor valor agregado.

Comportamento do comércio varejista ampliado - O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou, em agosto, decréscimo nas vendas  de 9,0%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 12,4%.

O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou variação negativa de 1,3%, em relação a igual mês do ano anterior. Apesar do ritmo de queda menos intenso, as incertezas sobre o cenário econômico nos próximos meses continuam influenciando a decisão dos consumidores em adquirirem bens de maior valor agregado. Em relação ao segmento Material de Construção, também se observa queda nas vendas no mês de agosto (-8,3%), quando comparado ao mesmo mês do ano de 2015. Esse comportamento também continua sendo justificado pelo menor ritmo da atividade econômica, menor oferta de crédito e comprometimento da renda familiar com as despesas correntes.