Cultura

DIA DO JORNALISTA: JORNALISMO, PAPEL E DESAFIOS p LILIANA PEIXINHO

*Liliana Peixinho -
Especialização em Jornalismo Científico e Tecnológico; Mídia, Meio Ambiente, Responsabilidade Social. Ativista direitos humanos. Fundadora de grupos e mídias independentes como o Movimento AMA
Liliana Peixinho , Salvador | 05/04/2024 às 17:20
Liliana Peixinho
Foto: DIV

Cidadania, ética, compromisso investigativo com a verdade, apuração das informações, dar voz a quem não tem, pluralidade de fontes, são alguns dos fundamentos defendidos para a prática do jornalismo.

Para quem gosta de contar histórias baseadas em fatos, jornalismo é paixão, missão, prazer em compartilhar informações.

Estar em campo, minado em desafios diversos, é risco consciente, compromisso de escolha. A liberdade e estruturas necessárias ao trabalho investigativo vira pauta, dentro da pauta.

Em cenários de violência, exploração, insegurança, o jornalismo nos remete a questionar nosso papel de enfrentamento à ações repressoras.
Em contextos sociais desumanos, o papel da imprensa é fundamental para tentar garantir direitos como acesso a informações apuradas, checadas, em pluralidade de vozes.

A missão da imprensa em promover as mudanças sinalizadas pela sociedade, através de canais de comunicação, como as redes sociais, sofre interferências, manipulação.

A cadeia de produção e escoamento de informação poderia ser financiada diretamente pelo leitor/telespectador/ consumidor para fortalecer o conhecimento.
Os projetos de comunicação de uma empresa, organização ou governo são como uma operação mercantil, que prioriza visibilidade descolada de conteúdos de qualidade educativa.

Nesse meio ruidoso, o papel social do jornalismo, de foco investigativo e transparente, é desafio diário.Quando a sociedade está atenta para fortalecer a democracia e a imprensa é alvo de violência e perseguição, os entornos sociais sofrem problemas para garantir direitos que ajudem nas decisões.

As mídias, como instrumento de informação e transformação social, escalou ambientes fora das grandes corporações verticalizadas, para redes sociais, horizontais.

O papel investigativo, transparente, é fundamental como instrumento de transformação.
Nesse processo a produção, transmissão e avaliação da notícia definem os rumos da Sociedade que queremos.

Assim como observamos, nos últimos 20, 30 anos, o crescimento de mídias alternativas, horizontais, com acesso público, aberto, paralelamente vimos surgir o desafio para essas iniciativas manterem-se independentes.
O mercado massivo, das grandes corporações, produtoras de conteúdos, tem uma nova cara, alimentada por um mercado ávido em visibilidade.
Nesse campo, o filtro de informações é processo que exige repertório diverso.

Como uma pessoa pode processar enxurradas de postagens diárias, em velocidade real time, para ler e compreender, de forma organizada para promover conhecimento em prática?

Diante da disseminação de informações sobre problemas sociais graves, e a necessidade de transformação por meio da notícia, e de como ela é transmitida, como podemos avaliar o nosso papel, de cada um de nós jornalistas, na busca da liberdade e responsabilidade com missão de informar?

Nas últimas três décadas observamos uma mudança nos meios de comunicação com o crescimento de espaços alternativos, abertos, cujas dificuldades para manterem-se independentes, dificulta o trabalho de campo.