Cultura

LAURO DE FREITAS FAZ CENSO CULTURAL PARA DIVERSIFICAR INVESTIMENTOS

O Município de Lauro se organiza para diversificar investimentos na cultura
| 22/09/2007 às 18:02
Dona Aidê, do Terno de Reis de Portão, a primeira a assinar a ficha (Foto/Deptº Com)
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   Ao som dos acordes do violão do maestro Manoel Souza e da voz de Antônio Lírio, que entoaram a poesia musicada Tupã, a Núcleo do Patrimônio Cultural (Nupac) da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer lançou o 1º Censo Cultural de Lauro de Freitas que vai mapear as manifestações populares. 


  O Censo Cultural foi uma das propostas aprovadas durante a Conferência Municipal de Cultura, realizada este ano. Segundo o secretário da pasta, Vicente Neto, a conferência seguiu a linha de orientação do Governo do Estado, que garante a participação popular nas decisões.

  "Seria muito fácil reunirmos os artistas da cidade e apresentarmos um pacote de ações já pronto. No entanto, este pacote não teria a identidade do povo", argumentou Vicente Neto.


  Diretor do Núcleo do Patrimônio Cultural (Nupac), o professor e historiador Gildásio Freitas diz que o Censo permitirá que a gestão direcione melhor os recursos, impedindo que muitas manifestações desapareçam. "Festas importantes sumiram do calendário cultura de Lauro de Freitas, como a Marujada, a festa de Nossa Senhora do Parto e muitas outras. É nossa obrigação cuidar e fomentar do patrimônio cultural".


   TERNO DE REIS

   Mobilizadora cultural há mais de 25 anos, organizadora do Grupo Cultura Azânia e do Terno de Reis em Portão, Aidê Souza foi a primeira artista do município a preencher o formulário do Censo Cultural. 
 
  "Esta é uma ação importante para a cultura da cidade. Muitas manifestações serão resgatadas. Vou reviver a festa da Loba de Portão que há muitos anos não acontece". Para participar do Censo é necessário que os grupos culturais ou artistas se dirijam até à Secretaria de Cultura, das 7h às 13h, para realizar o cadastro.


A solenidade foi encerrada com o Canto de Oxalá, entoado pelo babalorixá Anderson Argolo, do Terreiro Ilê Assé Ala Obatulandê, instalado no Jambeiro. O pai-de-santo disse que Lauro de Freitas possui uma energia magnífica. "Vim instalar meu terreiro aqui por um chamado de Oxalá", disse. Além do terreiro de Pai Anderson, a cidade tem registradas outras 385 casas de religião de matriz africana.


Após o Censo Cultural, o próximo passo será a instalação do Museu de Cultura de Lauro de Freitas. Para isso, o Nupac já conta com a exériência de Tula Hoisel, museóloga que já trabalhou sete anos em museus da Áustria e Suíça. "Será uma tarefa difícil por não se tratar de um museu temático e sim da memória cultural de toda uma cidade e uma riquíssima cidade como a nossa".