Bahia

MORTE DO RIO SÃO FRANCISCO: Comunidades fazem apelos para salvar o rio

Todos os “Chicos” em defesa do rio Velho Chico recebe poesia, cânticos, água e peixes
Imprensa CBHSF , Juazeiro | 04/06/2015 às 07:25
Em Juazeiro, ato à beira do Rio para sensibilizar o governo federal
Foto: Regina Lima
A população do Submédio São Francisco atendeu ao chamado do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco-CBHSF e compareceu às margens do Velho Chico, na cidade de Juazeiro. O ato do Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco contou com a participação de ativistas ambientais, pescadores, comunidades indígenas e estudantes de diversas escolas municipais de Juazeiro, mas também grupos de outras cidades como Sobradinho, Casa Nova,
Rodelas, Paulo Afonso (todas na Bahia), Petrolândia, Orocô e Belém do São Francisco (Pernambuco), entre outras. 

Tudo começou com um ritual indígena que misturou dança e cânticos sagrados, realizado pelos índios da comunidade Entre Serras Pankararu, do município pernambucano de Petrolândia. Três barcos estiveram disponíveis, ao longo da manhã, e os participantes puderam realizar um passeio pelas águas são franciscanas, conferindo de perto a degradação que o Velho Chico vem sofrendo. Após discursos de conscientização sobre o cuidado com o rio, cobrança pela revitalização e apresentações de poetas e repentistas, todos desceram às margens do São Francisco para realizar um ato simbólico de devolução de água limpas e peixes, representando a vida. 

“A situação do rio é de dar dó, chegar em suas cabeceiras, em cidades como Paulo Afonso (BA) e Delmiro Gouveia (AL), é de entristecer. Temos que nos unir nessa luta. Nem que seja necessário fazer uma revolução neste país, não podemos deixar esse rio morrer. A vida do rio é a nossa sobrevivência”, clamou a cacique Maria de Lurdes dos Santos, da comunidade Truká, da cidade de Orocó, Pernambuco.  

Petrolina - No turno da tarde, a mobilização continuou no lado pernambucano do rio. Às 14h, a concentração começou na Praça do Bambuzinho, no centro da cidade de Petrolina. De lá teve início uma caminhada até a Orla 1, onde ocorreram outras apresentações artísticas, pronunciamentos e, mais uma vez , devolução de água limpa ao rio pelas comunidades indígenas. Desde cedo, foi instalada na Praça da Catedral de Petrolina, uma exposição fotográfica que destaca o povo do rio e suas demandas, organizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Abaixo Assinado - Durante todo o dia, foram recolhidas assinaturas para serem entregues ao Governo Federal. “Estamos com um abaixo assinado pela criação do Conselho Gestor do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Pedimos que este projeto, que existe desde 2001, seja prorrogado por mais 20 anos”, destaca o cacique Uilton Tuxá, coordenador da Câmara Consultiva do Submédio São Francisco.