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Tasso Franco

ACORDO DO SENADOR WAGNER E JOÃO ROMA ENVERGONHA A POLITICA BAIANA (TF)

Há muito não se via tamanha baixeza na política do estado da Bahia
07/07/2022 às 09:02
  Um encontro entre o pré-candidato bolsonarista ao governo da Bahia, João Roma (PL), e o senador Jaques Wagner (PT), no gabinete do petista, divulgado pelo colunista Lauro Jardim, não foi único.. Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, os parlamentares se encontraram pelo menos mais uma vez, e teriam firmado um "acordo de cavalheiros" com foco nas eleições baianas de 2022. 

  Aliados de primeira hora de ambos os políticos revelaram ao Bahia Notícias, em condição de anonimato, que o segundo encontro foi em um evento com amigos em comum. De acordo com o BN, com pautas totalmente opostas e sem temas da política cotidiana em comum, ambos teriam pactuado um maior foco na tentativa de "polarização na Bahia". O senador e o deputado federal teriam ajustado uma forma para forçarem as críticas entre "bolsonaristas e petistas".  Roma e Wagner seriam rivais nas eleições ao governo da Bahia (relembre aqui), porém o PT definiu Jerônimo Rodrigues como o nome do grupo. 

  A tática teria como objetivo a anulação de ACM Neto (União), que desponta nas pesquisas como favorito e mantê-lo assim "deslocado do debate". 

  Vê-se a que ponto de baixeza chegou a política baiana tendo como protagonistas um pré-candidato a governador e um ex-governador e senador do PT. Não se pode duvidar, no futuro, de uma aliança PT mais Roma e PT mais Bolsonaro, uma vez que esse mesmo filme vimos com o PT x o Fora FHC, hoje, aliados PT + Alckmin. 

   Diante de tal acordo citado pelo BN como, agora, João Roma vai fazer sua pré-campanha na Bahia? Se criticar o PT e o governador Rui Costa como vinha fazendo ninguém vai acreditar na sua fala, pois, se senta duas vezes para negociações politicas com o maior cacique do PT baiano e um dos maiores nacionais, agora, recente, Wagner doou R$90 mil reais ao partido, o que disser soará falso. 

  Falar mal de ACM Neto também não cola porque foi um dos assessores da Prefeitura na época da gestão Neto onde nasceu e se criou politicamente elegendo-se deputado federal. Seria o mesmo que Rui Cosata, se algum dia falar mal de Wagner, também criado na coxia palaciana do wagnerismo.

   Da mesma forma, hoje, o petismo não pode insinuar de maneira atabaolhada de que Neto é bolsonarista uma vez que Wagner se senta para conversar no seu gabinete com um ex-ministro bolsonarista. 

   Há muitos anos não se via, na politica baiana, tamanha baixeza. A politica deve ser feita com coerência e com respeito as partes. Em 1985, Waldir Pires e ACM eram ministros no governo Sarney e adversários políticos na Bahia. Nunca se juntaram. Quando da eleição de 1986, Waldir candidato a governador e ACM com Josaphat Marinho seguiram adversários políticos e morreram assim. Coerentes com o que pensavam e agiam.

   Então, esse acordo citado pelo BN, um bolsonarista e um petista envergonha a politica baiana. (TF)