Sinaliza-se preferência no quadro sucessório no PT
1. Ao confirmar o nome do deputado federal Rui Costa (PT) como chefe da Casa Civil, em 2012, no lugar que foi ocupado por Eva Chiavon, o governador Jaques Wagner praticamente insere mais um nome entre os petistas relacionados como prováveis pré-candidatos ao governo, em 2014. É uma sinalização significativa. Rui foi seu secretário de Relações Institucionais na primeira gestão e, graças a essa atuação, elegeu-se deputado federal com a mais expressiva votação do PT.
2. Naquela trajetória, o então secretário Rui que saira da condição de vereador da capital, sem experiência administrativa e ainda tateando nas relações interpessoais ralou bastante, derrapou o que pode, mas, apesar de muitas críticas do "fogo-amigo" e de setores da imprensa acostumados a esse tipo de jogo, o governador se manteve inabalável em relação à confiança que depositava em seu auxiliar, o manteve até o fim, e os resultados foram positivos tanto para o governo, quanto para Rui.
3. E o que foi ainda mais sintomático, Rui teria feito o sucessor na personalidade de César Lisboa, outro também bastante criticado pelo mesmo "fogo-amigo" e a velha imprensa, e Wagner o mantém no cargo, agora, adicionando-se a Casa Civil a Rui, numa dobradinha que além de colocar o novo chefe da CC entre os candidatáveis, em 2014, um nome a ser visto com bastante carinho, porque passa a ser o "in-pectore" do governador Wagner.
4. A amizade de Wagner com Rui vem do tempo do sindicalismo no Pólo Petroquimico, anos 1980, presidente do Sindiquímica, e todo mundo sabe que Wagner dá muito valor a isso, tanto que fala sempre na sua amizade de 30 ou mais anos com o ex-presidente Lula, e isso pesa bastante.
5. No mais, caberá a Rui, e nisso ele foi um craque na gestão passada, "construir" sua candidatura, palavra que também foi usada por Wagner a outros nomes, inclusive, recentemente, a Sérgio Gabrielli, e até para Marcelo Nilo na eleição inicial da presidência da Assembleia Legislativa.
5. A vinda de Rui para a Bahia e não de Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobrás (salvo se vier nova surpresa por aí), é um complicador para Gabrielli que ficará fora do cenário da disputa propriamente dito, atuando à distância em idas e vindas a Bahia e sem contato direto com as bases. Já Rui passa a ter esse contato mais a miude nos dois planoes, da Casa Civil e das Relações Institucionais, e da proximidade com o governador e demais órgãos estatais.
6. Passa a estar como se diz no popular, com a "face e queijo" nas mãos e caberá a ele ir arrumando o prato, a ceia natalina, para usar uma expressão própria desse momento do adevento, edificando a sua candidatura. Se conseguir esse feito, passa a ser o "pole-position" da sucessão de Wagner.