Política

ALBA APROVA PL QUE EQUIPARA SALÁRIOS DE PROFESSORES INDIGENAS A DEMAIS

Acordo de lideranças permitiu que PL fosse votado na urgência-urgentíssima, pois, chegou a Casa no último dia 18
Tasso Franco ,  Salvador | 23/04/2024 às 17:11
Alguns tupinambás e tupiniquins ocuparam a galeria da Assembleia
Foto: BJÁ
   Atualizada às 18hs

  A Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira (23.04), o Projeto de Lei do Poder Executivo que reestrutura a carreira de Professor Indígena, do Grupo Ocupacional Educação, do Quadro do Magistério Público do Estado da Bahia. “Foi uma votação extraordinária, histórica, que fez justiça aos professores indígenas ao equiparar os vencimentos deles aos demais professores da rede estadual de ensino”, disse o presidente em exercício da ALBA, deputado Zé Raimundo (PT).

O relator do projeto, deputado Marcelino Galo (PT), agradeceu a indicação aos líderes Rosemberg e Alan e destacou que a reestruturação da carreira de professor indígena produzirá um acréscimo na despesa de pessoal para o exercício de 2024, no valor estimado de R$ 633 mil e 423 e, para os anos de 2025 e 2026, o valor de R$ 823 mil e R$ 854 mil. Serão beneficiados cerca de 700 professores. Uma emenda de Alan Sanches não foi aproveitada, mas Rosemberg Pinto se comprometeu que será analisada pela Secretaria Estadual de Educação.
  
   Matéria das 17hs
   Por acordo das lideranças, os deputados da Assembleia Legislativa votam nesta terça-feira, 23 (Dia dlo Índio)  o Projeto de Lei apresentado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) sobre a reestruturação da carreira dos professores e professoras indígenas da rede estadual de ensino. O líder da Oposição deputado Alan Sanches disse no plenário que o Executivo deve ter a atenção de enviar quaisquer PLs para a Casa Legislativo, a tempo dos parlamentares poderem analisar os conteúdos.

O PL chegou na Casa no último dia 18 e prevê que docentes e gestores indígenas da rede estadual passem a ter os mesmos salários e gratificações que os demais profissionais da carreira. Até agora, os cerca de 700 professores e professoras indígenas da Bahia têm uma remuneração inferior à do restante da rede.

Ao entregar o PL à ALBA, na última quinta-feira (18), o governador afirmou que a proposta consolida um ciclo de valorização do magistério indígena, iniciado no ano passado, com a regulamentação da progressão por níveis de carreira e equiparação salarial ao piso nacional.

“Estou muito emocionado com esse momento. Agradeço pela porta aberta para tratar de uma agenda de reparação e de justiça. Estamos aqui por um reconhecimento e celebrando a resistência. Quero que os deputados desta casa caminhem com a gente”, afirmou no plenário da ALBA.

Na sessão em que o PL foi entregue, o cacique e professor Reginaldo Akanawã Pataxó Hãhãhãe, presidente do Fórum de Educação Indígena (Forumeiba), comemorou o início do processo de reparação aos professores indígenas. “É emocionante ver que o governador, antes secretário de Educação, cumpriu sua promessa de resolver esse problema assim que tivesse poder para isso”, enfatizou.

O governo do estado também anunciou o investimento de cerca de R$ 60 milhões na infraestrutura escolar indígena e a construção, já em andamento, de novas escolas indígenas nos municípios de Prado, Glória, Paulo Afonso, Rodelas e Euclides da Cunha, além da reforma e ampliação em Ibotirama, Muquém do São Francisco, Buerarema e Santa Cruz Cabrália.

Para Patrícia Pataxó, superintendente estadual de Políticas para os Povos Indígenas, as ações refletem o reconhecimento e a celebração da cultura e tradições indígenas. “A interculturalidade nas escolas estaduais também é uma iniciativa valiosa para promover o respeito e a diversidade”, disse.