A Boa Mesa
Dom Franquito
22/02/2014 às  10:05

DOM FRANQUITO cai no forró em AJU e traça um Lombo de Porco ao CaririVale a pena conhecer

Comida nordestina de boa qualidade com fartura e preço baixo
Foto: BJÁ


Quando entramos no Caryry, o mais charmoso restaurante e casa de shows de forró e pagode de Aracaju, só me lembrei da música de Luiz Gonzaga (Último Pau de Arara), um clássico do cancioneiro do Nordeste também interpretada por Fagner, Zé Ramalho e Elba em estilos diferentes. 

   Lembram: "A vida aqui só é ruim quando não chove no chão/Mas se chover dá de tudo fartura tem de montão/ Tomara que chova logo tomara meu Deus tomara/ Só deixo meu Cariri nop último Pau de Arara.

   A região do Cariri fica situada no Ceará entre Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha - a Crajubar. Cresceu, se desenvolveu e já se fala até em metrô. Gonzagão, em tempo idos, cantava: Enquanto minha vaquinha tiver o couro e osso/E puder com o chocalho pendurado no pescoço/ Eu vou ficando por aqui que Deus do céu me ajude/ Quem sai da terra natal em outros cantos não para.

   Sentei no Caryry com essa canção atormentando minha mente enquanto a galera do Sambacana intrepretava no palco sucessos do Raça Negra. Casa cheia. A senhora Bião de Jesus belíssima num modelito fora dos padrões nordestinos desperatava olhares. Nem sabíamos onde sentar. Felizmente um simpático garçom com cara de cearense nos acomodou numa mesa onde tinha-se uma panorâmica do local.

   O Restaruante e Casa de Forró Cariri tem o nome Caryry estilizado com dois ipsilones (outra lembrança de Luiz Gonzaga) em forma de mandacaru e emoldurando a letra C um chapéu de couro. Creio, o maior símbolo do Nordeste nessas bandas. Todo garçom usa um sombrero desse naipe.

   A decoração do local uma preciosidade: bacamartes e candeeiros nas paredes, quadros com motivos da caatinga, máquinas de costuras, esporas, arreios, peças de vestuário e cozinha, lustres de garrafas e toda uma temática nordestina, dos banheiros aos salões de dança.

   Isso, o Caryry tem dois ambientes. A sala de visitas com mais de 250 lugares onde rola de segunda a quinta, samba e pagode; terça a sábado, sertanejo. E, uma outro salão de visitas, onde só toca forró com uma banda de primeirissima qualidade, ar condicionado, acústica, donde não se ouve o som de uma a outra casa, embora coligadas.

    Estava nesse papo mole descritivo do local quando a senhora Bião perguntou se eu tinha vindo ao Caryry pra beber ou pra conversar. 

   Fui ágil no gatilho e solicitei ao nobre maitre Ray, o Raimundo Negão, o qual é baiano de Anguera, uma geladíssima Bohemia, acompanhado da carta. 

   E que carta o moço me ofereceu: uma variedade de tira-gostos e pratos quentes de baião de dois a bolinhos de peixe, de carne do sol a porco assado, macaxeira, pirão de leite e farofas d'água. 

   O Sambacana levou-nos ao salão de dança e mostrei que ainda sou bom de passo no compasso. Dei um show com a senhora Bião, modestia a parte. Só não recebi aplausos porque tinha um senhor da maior idade distribuindo flores entre as moçoilas e coroas das mesas e fazia mais sucesso do que eu.

   Já estavamos na segunda ou terceira gelada quando fomos conhecer o "buraco do forró", a outra casa adjacente. Uma maravilha também em decoração e conforto. Som de primeirissima qualidade.

   De retorno ao nosso lar, como diria o velho Lua "quem sai de sua terra natal em outros cantos não pára", ficamos na dúvida se saboreavamos um lombo de porco assado ao Cariri ou um pirão de capão. Seu moço. Que dúvida!

   Por sugestão de Ray Negão optamos pelo Lombo de Porco ao Cariri assado na brasa, feijão tropeiro, banana e abacaxi à milanesa, arroz branco e vinagrete. 

   E ficamos astuciando as pessoas, ouvindo as músicas, bebericando a gelada e nos divertindo com os volteios que casais davam no salão, os vivas de um torcedor do Bahia com camisa tricolor e madame ao lado, uma turma do Espírito Santo, animadíssima, uma senhora que dançava mais do que a tia Cheiro, um grupo de gaúchos, equatorianos, uma fauna variada e elogiada pelo cantor.

   Quando o porco chegou a nossa mesa tomamos um susto. Era comida para um "batalhão" de retirantes da seca. Pra acompanhar, Ray Negão nos serviu uma dose de Seleta, caprichada com duas seriguelas. E lá fomos nós traduzir em consumo o porco, como se estivesse pegando o leitão pelo rabo.

   Delicioso estava posso atestar. Salvo São Sérvulo ou São Pedro Damião pra ficar com um santo mais nordestino só restaram no prato alfaces.
Claro que a noite não parou por aí e voltamos ao salão para mais "aplausos" na contradança.

    Olha meu caro leitor; minha bondosa leitora indo a Aracaju vá conhecer o Caryry.

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Restaurante e Casa de Forró Caryry
Av Santos Dumont, Passarela do Caranguejo, 1870
Orla de Atalaia - Sergipe
Fone (79) 3243-1379 3243-5370
www.cariri-se.com.br  cariri@infonet.com
Estacionamento na orla ou em área particular R$10,00
Aceita todos os cartões
Ar condicionado só no salão do forró
Lombo de Porco R$49,00
Mesas para 2, 4 pessoas e grupos




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