Política
Tasso Franco
17/08/2015 às  11:57

ACM NETO tomou mais esssa velha lição de que o PT não dá encosto (TF)

ACM Neto esteve com Kassab e Temer arregimentando deputados do DEM para voltar pela aprovação do ajuste fiscal


  1. O prefeito ACM Neto está chateado com a presidente Dilma Rousseff, a qual esteve em Salvador esta semana e nada falou sobre o BRT e o financiamento da Caixa, e tornou público sua insatisfação em nota divulgada à imprensa (vide na nossa editoria de Politica) e também não comparecendo ao Cimatec, em reunião que mandatária teve com autoridades e empresários.  

   2. No meio político, diz-se que Neto não teria sido ingênuo em apoiar o pleito dilimista (há informes dando conta de que a própria presidente teria ligado para o prefeito pedindo apoio ao PL do Ajuste Fiscal), pois, embora jovem tem experiência política, e teria dado um preito de confiança imaginando ter a recíproca com o BRT.

   3. Na época, esse episódio aconteceu em maio, o senador Ronaldo Caiado afirmou que Neto agiu como “ministro” da presidente ao articular para que oito deputados do partido votassem a favor do projeto de ajuste fiscal proposto pelo governo federal. “Foi uma surpresa negativa. Preciso reconhecer que, ultimamente, tenho errado muito”, afirmou o senador, que chegou a pedir desculpas pelo que considerou uma “traição” de deputados do partido.

   4.  Os votos dos democratas foram decisivos para a aprovação da Medida Provisória 665 – que restringe acesso a seguro-desemprego e abono salarial. O prefeito teria conversado, na última quarta-feira (6 de maio), com deputados do DEM e com o vice-presidente Michel Temer. Dos oito parlamentares favoráveis ao pacote, quatro eram baianos: José Carlos Aleluia, Elmar Nascimento, Cláudio Cajado e Paulo Azi. 

   5. “Nós conversamos com o prefeito e ele nos aconselhou. Ele está perdendo receita na prefeitura e tem responsabilidade de governar”, justificou Aleluia. No mesmo dia da reunião de articulação, Neto pediu a liberação de recursos do Ministério das Cidades para obras de contenção de encostas na capital baiana. Um dia antes, buscou a liberação de uma complementação de R$ 24,6 milhões do Ministério do Turismo, para a realização de obras na orla de Salvador e no Mercado de Itapuã. 

   6. De lá pra cá o que se vê é o seguinte: verbas para encostas em Salvador são liberadas via governo do Estado (Conder) e o governador, na semana passada, esteve num dos bairros da capital anunciando investimentos de mais R$1 milhão. Para dar visibilidade a essas ações, Rui usa o sistema conta-gotas, a cada quinzena vai num bairro para anunciar novas obras.

   7. Um dos porta-vozes de Neto na Assembleia Legislativa, deputado Pablo Barozo (DEM) disse, também em nota, ontem, qure presidente Dilma Rousseff "faltou com  respeito a Salvador" quando visita a cidade e não anuncie a liberação de  verbas para a construção do BRT na cidade. Ele lembrou que o projeto já  está aprovado, e que o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, havia se  comprometido há liberar os recursos para a obra no início de julho. 

   8. "No  momento em que a presidente Dilma vem a Salvador, a cidade esperava que  ela anunciasse a liberação dos recursos para o BRT, até porque a Prefeitura já fez sua parte. Vale lembrar que a Prefeitura está bancando  essa obra com recursos próprios e empréstimo junto à Caixa Econômica Federal. Só uma parte é da União. Mas os recursos do empréstimo continuam travados. Só pode ser perseguição a Salvador só porque o prefeito é de oposição, porque não há outra explicação", afirmou o democrata. 

   9. Na primeira parte da nota, Pablo exagerou, pois, a presidente não faltou com respeito com a população de Salvador. Na segunda parte da nota acertou: óbvio que, sendo o prefeito de oposição, há má vontade. Não chega a ser uma perseguição no sentido pleno da palavra, mas, em sendo Neto da oposição ao seu governo e ao de Rui, faz parte do jogo político. Aos amigos, tudo; aos inimigos, nada. ACM, avô de Neto, quando era governador agia com esse mesmo diapasão.

   10. O PT não beneficia cidades governadas por adversários nem cumpre acordo - e aí Calado tinha razão quando criticou Neto - salvo quando é para seu benefício. Isso é histórico. Quando Lula foi eleito presidente pela primeira vez, em 2002, teve uma votação fantástica em Salvador. Empossado, virou às costas para Salvador e ficou mais de 1 ano sem vir a capital baiana. 

   11. Na primeira viagem que fez a Bahia, em 2003, foi a Feira de Santana. Governava o estado, Paulo Souto; e o prefeito da capital era Antonio Imbassahy. As obras do metrô que já estavam devagar quase parando, pararam de vez com Lula.
12. João Henrique ganhou a eleição para prefeito em 2004 e, ao assumir a Prefeitura, em 2005, fez um acordo com o PT oferencendo várias secretarias. A obra do metrô voltou a andar, mas, o metrô virou calça-curta e passou para o município. Quando JH, rompe com o PT, a obra travou de novo, mas, não andou. O prefeito, com João Leão, chegaram a posar num trem desfilando numa pré-inauguração e nada aconteceu. 

   13. Só voltou a andar na gestão ACM Neto, o qual devolveu o Metrô ao Estado, e Rui colocou os trens na linha. Quem ficou com os louros depois de dez anos de obras? Rui, o qual, quando vereador petista era contra o metrô.

   14. Então, mesmo ACM Neto com toda sua experiência e mais deputados de largos caminhos como Aleluia e Azi, que tomem como lição. O PT não dá encosto. Aliás, Paulo Azi dizia muito isto na Assembleia em tempos recentes. Vale a critica de ACM Neto a Dilma, natural na política, mas, por falta de aviso não foi.


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