Filosofia Popular
Rasta do Pelô
04/06/2012 às  16:00

O RASTA DO PELÔ ESTREIA E DIZ QUE VIROU MANIA DIZER "FIQUE COM DEUS"

Ninguém se despede falando "fique com o Demo"



Foto: ILS
Representação figurativa de Deus
   Primeiro vou me apresentar que também sou filho de Deus.

   Tenho 50 anos de idade, casado, dois filhos e minha esposa atua também no Pelourinho fazendo tranças de tererê. Em casa e nas horas vagas no Pelô faz toucas de crochês. Eu vendo essas toucas, pinto quadros naife e sou músico percursionista: toco pandeiro, tamborim e caixa.

   No mais, como diz Zeca Pagodinho, deixo a vida me levar. Meu nome de batismo mesmo é Cesário dos Santos Gomes. Mas, óbvio, todo mundo só me chama de Rasta, Rasta do Pelô.



   Evidente que, por minha experiência e andanças pelo mundo, já toquei até nos States e na Europa com a banda mais famosa da Bahia, sou também conhecido como "filosofo do povo" e curto isso pra caramba, embora nunca tivesse frequentado nenhuma faculdade.

   Só a Escola da Vida e as mesas da Cantina da Lua. Sou vivido e tenho vivência e vivo feliz da vida.



   Hoje vou falar de um tema que agora está na boca de muitas pessoas quando a gente se encontra e se despede, que é a expressão "fique com Deus". 

   Posso garantir de cátedra que isso é novo na cidade do Salvador, terra onde nasci e haverei de encerrar meus dias terrenos.

   A gente sempre se despedia das pessos dando um "tchau", um "te vejo amanhã", "lembrança a familia" e assim por diante.



   De repente, acho que de uns cinco a dez anos pra cá, é um tal de "fique com Deus" que dá até pra desconfiar.

   Primeiro porque seria esquisito alguém se despedir do amigo falando "fique com o Diabo" porque soaria no mínimo estranho. O Demo é visto como um cara abusado e presumivelmente do mal.

   Eu mesmo nunca vi o Manfarico de frente com toda pinga que tomo, de vez em quando. Mas está no imaginário popular que é o Demo é perverso.



   Outro dia fui aqui na rua da Ajuda no meu oculista e o camarada que conheço há anos me passou uma consulta para mudar o grau do óculos e quando saía do seu consultório só ouvi ele me abraçar e dizer: "fique com Deus".  

   Achei estranho porque ele não era de dizer isso e sapequei um "contigo também irmão".



   Posso dizer isso de cátedra porque sou católico de carteirinnha, de frequentar a igreja de São Domingos e a catedral basília, esta menos porque só anda fechada, e também porque, como como bom católico frequento um terreiro de santo e ando com minhas contas de Oxóssi no pescoço que vem a ser São Jorge.

   Daí que tenho intimidade com Deus e nos falamos todos os dias em minhas orações.



   Então, nobre leitor, querida leitora, pra começar "fique com Deus" nessa primeira croniqueta


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