04/06/2016 às  11:01

PARA ALÉM DOS SEIS e o bom senso de enxergar

Malèna, dirigido por Guiseppe Tornatore com Monica Bellucci, Itália, 2000.


 Para Além dos Seios, com direção e argumento de roteiro de Adriano Big, Brasil, 2016. Não entrarei na questão política que o filme aborda, analisarei como uma obra da sétima arte, mesmo sendo que questões do filme estejam atreladas a questões sociais, mas tentarei excluir esta visão para que não adentre no universo político caótico que o país se encontra atualmente. 

   Posto isso venho informar que o filme, cem por cento soteropolitano, tem inúmeros protagonistas, e isto se deve ao fato de ter vários narradores com suas peculiaridade, mas sempre estas narrativas linkadas aos seios femininos, ou quase sempre, excluindo-se um narrador cego que fala de como é ser sem visão no mundo onde todos aparentemente enxergam ( Em certa cena ele dispara e diz: "Enxergo mais que muita gente"). 

   E de fato é esta a mensagem que o filme transmite. Ou seja: Basta ter bom senso para poder enxergar mais que os outros, e somente isso: Bom senso. O documentário do Adriano Soares ainda têm uma ativista que conta a sua experiência de ter perdido um dos seus seios, e a partir disso como faz que com essa "perda" sirva  como alimento para sua produção poética e artística.

    Assistimos também um depoimento de um transexual que se auto intitula como "Pansexual" ( 
uma espécie de ter mais poderes que um transexual teria , por não ter cravado uma espécie de gênero masculino ou feminino nele, fazendo assim como um ser híbrido que poderia ser as duas coisas na hora que lhe bem conveniasse ). Esta é a ideia principal do documentário: A dos gêneros  e  como a sociedade anda ainda atrasada nessa questão. 

   O filme encontra-se em cartaz exclusivamente em salas de arte soteropolitanas há quase três
 meses ininterruptos ,e quem tiver interesse em um mergulho nos temas citados é bom adiantar-se , porque quando sair de cartaz já será tarde demais pra chorar querendo assistir. 
                                                                            ****
   Alice Através do Espelho, dirigido por  James Bobin com Mia Wasikowska , EUA, 2016. A crítica especializada meteu o pau no filme , mas com o título de "especializado" em cinema, venho fazer o ofício de advogado do diabo e defendê-lo. Primeiramente: quem falou que o filme teria que ser a continuação do último Alice, até mesmo porque trata-se de outro diretor. 

   Por ser uma continuação vão ficar querendo uma conexão  com alguma espécie de continuação do filme, porém este é desprovido disso, e por consequência, independente na sua estória contada que inclusive começa em alto-mar com a embarcação Maravilha em um embate com cinco outras embarcações e mais: tempestades e rochedos enormes no caminho. 

    Com uma habilidade surreal a capitã Alice ultrapassa os inimigos, a tempestade e principalmente as pedras com manobras que dariam inveja ao Kelly Slater. Chegando a Londres em pleno século XIX, ilesa, vai cobrar seus honorários aos que lhe devem pela viagem de três anos ao redor do mundo. Eis que pega de surpresa , sabe que sua mãe coloca a venda a sua embarcação Maravilha, que era do seu pai, para 
salvar a penhora da casa. Estupefata com a "traição" da sua mãe, Alice foge a vai ao jardim mais próximo a fim de respirar.

    A fábula começa neste misto da sua chegada em terra após três anos e a decisão por parte  da mãe da venda do navio a velas do seu pai. Alice se reta tanto que toma alguma coisa e transcende através de um espelho e volta ao mundo extraordinário das suas maravilhas. Lá encontra o chapeleiro maluco em 
uma puta depressão porque acha que sua família ainda esteja viva por achar um presente do seu pai um dia no chão. Com a deprê do chapeleiro o  reino das maravilhas encontra-se totalmente sem cor e alegria, de modo que a única que poderia salvar era Alice, que recém chegada ao mundo da imaginação, tenta resolver o problema. 

   Todavia para isso Alice tem de surrupiar uma espécie de pêndulo que a faz viajar no tempo para tentar 
salvar a família do chapeleiro, interpretado por Jony Depp, e também consertar outras injustiças que se sucederam nos últimos três anos enquanto ela viajava ao redor do mundo "real". Entretanto para surrupiar  tal pêndulo , Alice teria que enganar o próprio mister tempo; moço este  que protegia e era casado com a antagonista da trama. Com uma profunda habilidade, Alice consegue resgatar o pêndulo e agora se aventura viajar  através do tempo para consertar seu mundo preferido: O da imaginação. 

   O  filme é um entretenimento comercial de qualidade que nos permite a transcender o real e viver por duas horas o surreal e por isso vale um saco de pipocas. 
                                                                      *****
    Malèna, dirigido por Guiseppe Tornatore com Monica Bellucci, Itália, 2000. Podemos cravar, sem susto, que Malèna é uma espécie de continuação de Cinema Paradiso, obra esta considerada como a mais 
importante, ou talvez famosa do diretor italiano em voga. 

   Mas porque podemos afirmar que a obra fílmica em questão, é uma continuação do seu maior sucesso? Se atentem que o garoto que amava ler em Cinema Paradiso,  agora cresce e é um adolescente. E como um adolescente sua paixão agora  não era a leitura nem tampouco o cinema, mas sim as mulheres. Este é o eixo de conexão entre essas duas belas obras fílmicas do Tornatorre. 

   Mas  após esta “descoberta” vamos nos focar somente em Maléna, porém já com esse viés de ver o filme com uma conexão com Cinema Paradiso,e partindo assim desse princípio, temos como protagonista Renato, um garoto de uns treze pra quatorze anos que começa a descobrir a puberdade em pleno 
período da segunda grande guerra em uma cidadezinha da Sicília com todo o  seu provincianismo da época. 

   Malèna surge na trama como uma esposa de um combatente que fora servir a Mussolini na guerra. Enquanto aguarda a volta do amado, Maléna gera alterações hormonais quando passa por um 
grupo de pirralhos , os quais se encontrava Renato. E claro, causa também com o seu volumar e perfeito rabo, muita inveja e despeito das outras mulheres da cidade provinciana.

    Quando chega a notícia que seu marido morre em combate, Malèna já sabendo do seu destino devido a 
inveja das senhoras das redondezas, puxa um cigarro em certa cena e agora escancara então toda a sua sensualidade com um simples raspar de coxas trocadas , deixando todos os homens daquela cidadezinha loucos de desejo.

    Com a suposta morte do marido, Malèna vira adultera de vez, uma vez já que existia alguns indícios que adultério por sua parte, mas um bom advogado a salva e ela paga sem querer, com seu corpo belíssimo os honorários advocatícios. Uma vez que seu marido estivesse morto, Malèna já não tem mais o que esconder e escancara na cena ditamdo cigarro e da troca das suas coxas roliças em uma simbolização do que ela iria pregar de agora em diante, sem mais ter marido ou pudores.

   Vira puta e se alia com os soldados alemães e italianos, causando mais inveja e furor nas católicas bem recatadas e do lar daquela cidadela siciliana. 

   Inesperadamente com a volta do marido, Malèna, após tomar uma bela surra  das suas "amigas" , quando Mussolini perde a guerra e as forças aliadas  invadem a cidade ( cena esta forte, mas também a mais bela do filme, com certeza ), volta a ser recatada e do lar, engolindo a seco e olhando
 no rosto daquelas mesmas mulheres que há surraram; Enfim Tornatore é Tornatore; não é qualquer um, e em se tratando do filme ser uma continuação de Cinema Paradiso então, se faz mias que necessário conferir para quem aprecia a escola do cinema da terra da Bota. 





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