13/09/2014 às  11:46

Um amor em Paris, uma lição de vida

Como Não Perder Essa Mulher?, de Joseph Gordon-Levitt,EUA, 2013. É bacana quando um filme em que você não espera nadica de nada e ele te surpreende positivamente


  Um amor em Paris (La Ritournelle), dirigido e co-roteirizado por Marc Fitoussi, França, 2014. As relações atuais andam tão sem graça que volta e meia uma ou ambas as partes do casal recorrem à traição para não morrerem de tédio. A essa regra o filme não foge. Não que queira contar o filme, mas já no trailer isso fica escancarado. 

   Fato é que a história conta a vida de um casal de fazendeiros na faixa dos seus cinqüenta anos que vivem e criam vacas para o abate interior da França, na região da Normândia, mais precisamente. A natureza do casal, apesar ou talvez por ambos serem agrônomos, era totalmente diferente. Enquanto a esposa Brigitte , muito bem interpretada por Isabelle Huppert , era inquieta e gostava de novidades, seu marido (Clément Métayer) por sua vez não largava o vício em ser pragmático em tudo, característica essa que lhe rendera um par de chifres quando sua bela jovem senhora resolve passar dois dias em Paris. 

   O filme é lindo, pois mostra a “Cidade Luz” quase que por inteira, então fotografia é um caso à parte resolvido no filme com o nascer da noite parisiense discorendo ou finalizando um dia nem tão ensolarado assim, o que é muito bom em minha opinião, e isso de certa maneira perpassa ao filme. Todavia voltemos ao filme e não as imagens do próprio ( que de fato é difícil de esquecer ) , mas nesses dois dias da protagonista em Paris , ela arruma um amante dinarmaques e chuta para o lado um paquerinha que tinha metade de sua idade. 

   A mulher estava mesmo em outro ritmo em relação ao seu marido ranzinza e ainda por cima tabaréu. Existe um ditado que diz mais ou menos isso: “ Nada melhor que uma relação extraconjugal para salvar um casamento “; Concordando ou não com esta afirmação, ao menos na ficção deu certo, agora na realidade é “pagar para ver” se seu relacionamento anda tão “mau das pernas” assim; A escolha é sua e as conseqüências também. O que vale no final, tanto em ficção como em realidade, é ser feliz, e disso não podemos abrir mão. 
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   Magia ao Luar (Magic in the Moonlight), escrito e dirigido por Woody Allen, EUA, 2014. As pessoas com quem conheço estão indo ver essa produção por se tratar de um filme espírita e logo percebem que não o é. 

   O filme aborda justamente o contrário, ou seja, aborda e fala basicamente de uma não crença ou da escolha do ateísmo e de mais nenhuma outra crença ou religião específica, principalmente no que tange ao espiritismo, mas enganos esclarecidos a parte a história do filme "Wooodyaliano" é a seguinte: o tempo é o ano de 1927 em Londres, onde temos como principal ilusionista do planeta um ser descrente de tudo que a ciência não consiga provar, ou seja, um ateu convicto e por isso sabia manipular truques de mágica como por exemplo, um desaparecimento repentino de um elefante em um dos seus números nos seus shows de mágica. 

   Este "modesto" mágico, além do ofício de entreter pessoas , tinha ainda uma singela obstinação, que era:
desmascarar falsos profetas e assim continuar no topo de sua profissão, sem outros concorrentes o ameaçando com seus truques pra lá de sofisticados para época. Pois bem adiantamento um pouco o filme para não escancarar demasiada sua história e contar cenas que estragariam a proposta de quem está afim de assistí-lo, posso adiante somente o seguinte: o Tal mágico ou ilusionista era cético a tudo e todos até conhecer uma suposta charlatã na França. 

   De início ele tenta desmascará-la, e quando este não consegue passa então a “descrer” de tudo que antes não acreditava, ou seja, passa a acreditar no intangível, no sobrenatural e após de provas e mais provas de que a "charlatã" o dá a ele, este por sua vez, convicto, vai a público ou a impreensa afirmar que estava errado durante sua vida toda em não crer em coisas sobrenaturais, pois conheceu uma linda mulher que mudara seus conceitos e ainda mexera em seu coração duro ateu, ou melhor, ex-ateu. 

   Acho que Magia ao Luar foi uma grata suspresa do gênio Woody Allen ( alguém tem dúvidas ainda que ele é um cineasta acima do seu tempo? acho que não né..) , e o coloco como um dos seus melhores filmes que fez ultimamente. Então por isso posso escrever sem medo e recomendar essa obra a ainda afirmar com toda convicção possivel e impossível que é trata-se da melhor pedida para um cineminha do final de semana, e talvez desse ano pobre em produçãoes tão boas como essa, afinal Allen é Allen. 

  Acho muitas vezes que ele é um E.T, disfarçado de humano tamanha sua capacidade de fazer filmes tão superiores aos outros, todos os anos. Os amantes do cinema agradecem e vida longa a Woody Allen sempre, pois quando este se for, certamente o cinema ficará muito mais orfão de filmes bacanas com aquelas "pontinhas" ácidas e irônicas que imprimem em seus filmes que só ele sabe fazer. Afirmaria que o Woody Allen é o único cineasta ainda vivo que "carrega" a sétima arte de uma forma elegante, sarcástica e inteligente, o tornando assim a figura mítica que representa o cinema contemporaneo, por isso vida longa a Woody Allen e que ele continue com esse vigor em fazer um filme por ano; Os cinéfilos e o Cinema agradece. 
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   Como Não Perder Essa Mulher?, de Joseph Gordon-Levitt,EUA, 2013. É bacana quando um filme em que você não espera nadica de nada e ele te surpreende positivamente. Esse é o caso deste, onde o protagonista (Joseph Gordon-Levitt) escreveu e ainda dirigiu seu primeiro longa. 

   O filme nos conta a vida de homem na casa de seus quase trinta, oriundo de família italiana, que tem certa estabilidade financeira e por isso as únicas coisas que tem valor pra ele é a família, sua religião (católica), seu corpo, seu apartamento, seu carro turbinado, amigos de balada e claro: a própria balada com as mulheres que transava. Todavia esse cara mais ou menos resolvido tinha um fetiche um tanto quanto excêntrico; Preferia a masturbação ao invés de mulheres. 

  Não se tratava de nenhum caso gay, apenas se satisfazia melhor se masturbando do que transando. O cara era um tremendo viciado em vídeos eróticos tendo um dia chegado a marca de onze masturbações em um só dia. 
Quando se confessava falava ao padre que era casado e se masturbava, e por isso se achava um dos piores dos homens pecadores. Enquanto malhava, como penitencia rezava dez Aves Marias e dez Pais Nossos, isso quando os vulgos pecados eram pequenos, entretanto quando os pecados cresciam os números de orações aumentavam exponencialmente por penitência enquanto treinava em sua academia de musculação, ou seja, se punia rezando e malhando para ter um corpo perfeito, se autocondenando assim, duplamente. O filme é bacana, pois mostra como as pessoas atualmente tem medo da entrega, do amor, da troca mútua, que cá entre nós é sempre um risco, e às vezes pagar pra ver é de fato, arriscadíssimo. 

  O filme ainda nos brinda com um humor inteligente e sarcástico em relação aos valores descartáveis de relacionamentos e do modo de viver da maioria das pessoas, quando uma imagem, roupa ou um corpo bem definido valem mais que qualquer outra qualidade. Além do mais temos o privilégio de presenciar em cena as beldades Scarlett Johansson e Julianne Moore como namoradas do protagonista/ diretor/roteirista do agradável e engraçado filme.


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