27/04/2013 às  09:47

CINEMA: Meu Pé de Laranja Lima é emocional e não triste

Destaque para a atuação do protagonista mirim, João Guilherme Ávila , fazendo o papel do garoto e ser humano sensacional Zezé.


  Caça, Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2013.

   Do romance Crime e Castigo, do escritor russo Fiódor Dostoiévski, se vê inúmeras situações nesse filme pelo único e exclusivo motivo, porém com peso que é a mente humana, onde esta é capaz de criar coisas incríveis e terríveis, ora ao mesmo tempo ora separadas. 

   Na introdução fiz questão de sublinhar “ a mente humana” para de certo modo comentar e/ou explanar sobre a produção dinamarquesa, pois o desencadear da história tem surgimento em um suposto abuso sexual em uma menininha que vira supostamente o pênis do seu professor. 

   De hipótese por supótese  a vida de um pacato, divorciado  professor de jardim de infância de 42 anos vai se transformando em um verdadeiro calvário “infernífico”, afinal de contas como um personagem da trama afirma: “ crianças não mentem”. 

   De fato as crianças não têm a nossa malícia em arquitetar idéias transformando em estórias, mas estas já têm a capacidade de imaginar ou  linkar uma suposta imagem ou fala de outros, e se enganarem a fim de proteger suas personalidades em formação em um puro instinto de defesa. 

   A semelhança do filme com o livro crime e castigo tem no fato da veracidade ou falta dela, nos fatos ocorridos supostos que a criança vira e as suas conseqüências. Como no livro a idéia da verdade ou da mentira fica de certo modo embaçada, mas o castigo não. 

   E isso, o castigo, o professor Lucas sente na pele, seja esse físico, penal, moral, psicológico. De fato por uma frase de uma criança que misturou as bolas, pois viu uma imagem sexual do seu irmão e realocou esta mesma imagem ao seu professor de boa índole, se é que alguém tem essa índole tão boa assim por nossa natureza de sobrevivência. 

  O final não deixa claro do por que a menininha ter colocado a culpa no seu professor. ; Duas suposições podem ser consideradas: a primeira pela imagem sexual que vira na mão do seu irmão e a segunda e mais terrível, porém mais convincente, de que a garota fora realmente bulinada por seu próprio pai em um momento de bebedeira.

    Um filme muito bom e raro ( além de seu roteiro também por sua fotografia de outono na Dinamarca e pelo filme ter sido produzido por seu idioma local dando originalidade a fita ), e forte que mexe com valores e a eterna incapacidade humana de nos auto-compreendermos.

   Agora A caça como título do filme é que não achei adequado, melhor seria se fosse O caçado.
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   Meu pé de laranja lima, dirigido e roteirizado por Marcos Bernstein , 2013, Brasil. Depois de duas telenovelas e um filme, o mais vendido livro nacional volta em sua segunda edição para as telonas. 

   A estória é comovente, mas acima de tudo instigante no sentido de nos colocarmos na posição do menino que falava com uma árvore e tinha uma vida bastante hostil, tanto de sentimentos incompreendidos como também pela sua aguçada sensibilidade, o que o faz sofrer e passar por perrengues existências que só pessoas com sensibilidade têm.  

    O filme tem um ar dejavú, já que o livro é antigo, ao menos a esse em vos escreve fora meu primeiro livro lido antes mesmo do pequeno príncipe.

    Muitos conhecidos meus não optaram por não ver o filme por ser tratar de um filme triste. Não é bem assim, o filme não é triste, ele é emocional e isso é completamente diferente.

    A tristeza está na realidade de um garoto sapeca que carrega emocionalmente uma família aos pedaços com um pai violento, bêbado e desempregado, uma mãe inválida e uma irmã mais velha rude.

   Por essas circunstâncias  a fita se torna de certo modo em algumas cenas triste de fato, porém o que se passa e fica nítido nessa produção é o poder transformador da imaginação de uma criança que não tem medo de mostrar seus sentimentos, ou seja, raiva, alegria, solidão e tristeza também. 

 m Essa coragem em querer ser livre tem o seu preço, e é exatamente isso que a fita nos mostra: o poder das escolhas da vida, seus prós e seus contras. Saí do cinema agora e estou ainda emocionado pelo filme, por sua estória, pela pureza de uma criança que parece que já nascera com um peso pré-determinado a carregar sem ao menos ter sido consultado se estava a fim de carregá-lo ou não. 

   Assim é a vida: não escolhemos algumas coisas e na medida do tocante da toada a gente vai levando, ou tomando porrada da vida. Uma produção digna do seu livro, emocionante e mostra a vida como ela não deveria ser, porém nada é perfeito. Fato que saí do cinema mais leve, não sei por que cargas d’água, então analise e veja se a fita lhe fará bem ou mal para tomar sua decisão em vê-la ou não.

   Destaque para a atuação do protagonista mirim, João Guilherme Ávila , fazendo o papel do garoto e ser humano sensacional Zezé.
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   Oblivion, Joseph Kosinski, EUA, 2013. O ano é futurista no mundo em que acontecera uma estupenda e sanguinária guerra entre nós e extraterrestres. 

  Ganhamos a parada ou o conflito, mas conseqüências drásticas surgem como a total inadaptabilidade de vida humana em nosso planeta destruído pela guerra extragaláctica. Desta maneira os humanos sobreviventes ficam na agência espacial da NASA para posteriormente serem enviados a um planeta em uma galáxia até então desconhecida que tem as condições necessárias para a vida humana terrestre, pois a Terra agora existia “ homens não- terrestres” no pós-guerra a fim da captura ou manutenção dos bens naturais do planeta devastado. 

   Militarmente ganhamos a guerra, porém perdemos o nosso lar: a nossa Terra amada. Para a manutenção das máquinas que se encontravam em nosso planeta devastado a fim de pegar nossos últimos recursos que dependíamos para viver no tal novo planeta desconhecido e aparentemente parecido, ao menos física e geologicamente com a “ ex- nossa” Terra.

    Esses mantedores das máquinas que puxavam as energias últimas e vitais para vida no outro planeta estranho dependiam de uma dupla designada ou nomeada como a “turma da faxina”, pois tinham exatas duas semanas para ficar no agora perigoso e estranho planeta. Perigoso e estranho pelo fato de existirem saqueadores, principalmente à noite, dos Drons ou máquinas que sugavam as últimas energias naturais de um planeta que um dia se chamara Terra. Porém, sem querer contar o filme e já contando um pouco, esses tais saqueadores não eram os sobreviventes alienígenas que travaram a guerra com os terrestres há cerca de 60 anos atrás: eles eram também humanos  que não sei como, mas, todavia conseguiram sobreviver à guerra entres esses “dois povos”.

    A história em si começa a mudar quando o protagonista e um dos faxineiros, Tom Cruise, que ainda insiste depois de tantas décadas passadas em não “sair do armário” e pelo visto será difícil de sair mesmo já que sua idade avança e ele se acha acima do bem e do mal com sua religião e/ou ciência dos atores holliwwodyanos “mais narizes empinados”, que é a sua Cientologia.

    Fato é que o seu protagonista, que a cada dia se parece com um E.T. por sua mania de perfeição ( menos a mais importante, que é a de uma atuação convincente ) acabara se envolvendo emocionalmente e salvando uma suposta alienígena pelas máquinas  que nós terráqueos produzimos e há colocamos no semi-acabado e destruído planeta para a captura da energia que precisávamos para nos mantermos vivos no agora outro planeta natal de outra galáxia totalmente desconhecida, mas que era supostamente testado pela NASA como o único lugar que se podia “viver” ou sobreviver naqueles tempos hostis de guerras extragalácticas. 
Uma ficção científica que não é lá pra raciocinar muito e nem pra se levar tanto a sério, todavia ao mínimo a sua fotografia e os seus efeitos especiais futuristas se salvam com méritos, o que não se pode comentar ou afirmar o mesmo do seu roteiro e da atuação de seu elenco, desde ao veterano ator Morgan Freeman, onde este fizera o papel de um chefe dos terráqueos sobreviventes, escondidos e camuflados de invasores saqueadores alienígenas ainda no nosso detonado planeta pelas máquinas de matar ( os Drons ) qualquer coisa que se mexesse até por fim o seu decepcionante protagonista Tom Cruise ou “ Tom Cruz Credo “, como preferirem. 

   Sinceramente não tenho argumentos para explicar o porquê de um filme desse gabarito fazer ultras bilheterias, mas fato que o filme não é bom, disso não tenho dúvida alguma ou qualquer outra pessoa que tenha um pouco mais de discernimento, não precisa de muito, para conseguir assimilar e/ou compreender o que são obras cinematográficas assistíveis e/ou de qualidades ou não. 

   Mas isso já passa por outra área ou formação: que a intelectualização que nem de longe está prestes a começar nesse “planeta estranho” chamado Brasil. Só como toque: tem muitos filmes nacionais passando nos cinemas bem melhores que este criticado, e se por algum acaso comercial estes não estiverem nas salas dos multiplexs, baixem pela internet e divirta-se com coisas que de alguma maneira te acrescentarão mais do que esse filme.


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