08/09/2012 às  00:27

360, Crazy e Oceanos para curtir no feriadão

Seleção de bons filmes


Foto: DIV
360 - Fita dirigida por Fernando Meireles
  360 do nosso famoso diretor "nacional" Fernando Meirelles que só faz filmes estrangeiros de língua inglesa por uma questão mercadológica segundo ele, 2012 / EUA. Reitero minha opinião sobre o tal diretor ter "a responsabilidade" em filmar Grande Sertão Veredas do escritor Guimarães Rosa, pois prometeu e agora tem de cumprir, sem se importar com bilheteria , pois disso ele não carece mais por
prestígio e dinheiro que o cinema já lhe deu.

   Seria generoso de a sua parte dar esse "presente" para a cultura nacional filmando Grande sertão veredas de tão emblemático escritor, torço para que o faça.

   Vamos à resenha do seu último filme "internacional" 360, pois bem: as escolhas na vida assim como as estradas são cheias de bifurcações. É com essas bifurcações que a nova fita do Meirelles nos prende com uma série de estórias de personagens distintos ao redor do mundo que em um momento ou outro se vê nessa encruzilhada, ou seja, escolher qual caminho a seguir ou não seguir.

   O filme começa e termina com a mesma frase: "no meio do caminho existe uma bifurcação, agora cabe a você decidir qual caminho seguir". Nem ao luxo de não seguir nenhum caminho você poderá ter, ou seja, não pegar nem à direita nem à esquerda, pois o tempo acabará por te atropelar, então
cabe a você escolher um caminho queira ou não, sabendo qual o melhor ou não.

   É nesse ritmo: os das escolhas, que a fita rola. Embora pareça que em alguns momentos as estórias não se concatenarem entre si, a toada como um todo, ou as estórias de uma maneira geral não se ligarem, a fita tem o mérito das estórias compartilhadas, mesmo sendo que estas às vezes não tenha tal compartilhamento pretendido pelo diretor.
 
   Mas o filme tem seu valor pelas estórias sem se concatenarem entre si mesmo assim, pois cada estória por si só tem seu roteiro, argumento e desfecho de bom nível. Tenho minhas dúvidas em relação ao filme ter saído redondo e compartilhado como uma volta, ou seja, um 360 graus, porém pelas qualidades das estórias sozinhas vale ser visto.


C*R*A*Z*Y* - Loucos de amor, do diretor Jean-Marc
Vallée
e no elenco Marc-André
Grondin
e Jean-Marc
Vallée
, 2005, é um drama canadense ambientado na Quebec dos anos 60 que compôs a mostra
internacional de cinema de São Paulo em 2011. Os asteríticos no título do filme não são mera frescura, tem um sentido que é: cada letra representa a inicial do nome de cada irmão do protagonista e narrador da densa película.

Quando me comprometo a escrever bem de um país que se chama França, faço sem medo de errar, pois vejo coisas e valores que podem servir como exemplo de lá para o desenvolvimento em vários setores e sentidos a outros países, principalmente ao nosso querido Brasil, país dos mensalões e obras
superfaturadas.

Mas disso deixemos para outra hora, pois agora quero escrever sobre desenvolvimento e evolução e não de coisas que tirem meu humor. Pois bem , apesar de Crazi - Loucos de amor ser um filme canadense, porém da parte francesa daquele país, do estado do Quebec. E por isso a França tem influência direta na película.
 
Quero destacar antes de resenhar o belo filme canadense a "chuva de confeites" que faço para o país
europeu gaulês, pelo seguinte motivo; Foi o primeiro país e ainda por incrível que pareça em pleno século XXI o único que trata a questão da transexualidade não como doença, mas sim como uma opção pessoal. Isso mesmo meus caros: em todos os outros países desse planetão chamado Terra os transexuais tem direitos iguais aos dos doentes mentais, ou seja, que não possuem capacidade de responder por seus atos e por isso classificados e taxados marginalmente como incapazes.

Há quem for assistir ao Crazi-loucos de amor entenderá essa volta que estou dando, pois o tema da homossexualidade e não o da transexualidade é visto também como doença, mas agora não somente pela igreja e sociedade dos anos 60 do século passado, mas como em sua própria família naqueles tempos de sexo, drogas e Rock n' Roll.
 
Veja meus caros: não é questão minha defender movimento homo, trans ou heterossexual, mas sim ser lúcido ao defender direitos humanos, onde cada um faz o que quiser com seu corpo e suas vidas. O tempo de "assistimento" da fita até a força em escrevê-la demorou aproxidamente quatro horas, em que nessas quatro horas digeri um pouco do que vi.
 
Conta-se a estória desde o nascimento de um menino que já tinha outros três irmãos nos anos 1960 em Quebec. O mais velho desde pequeno era um filho da puta com todo teor do xingamento sem escrúpulos, porém com um coração que só grandes almas têm. O segundo era um nerd que lia
tudo que estava a sua frente, dando raiva até na compreensiva e leiteira sua mãe. O terceiro era o atleta: o tipo t

roglodita que só sabia flatular e rir da sua própria incapacidade de só ter força física e a mental: zero. Assim então nasce o protagonista do filme: um bêbê que já na maternidade, logo quando nasce o irmão f p mais velho deixa cair no chão na hora em foi segurá-lo, de modo que o deixa em coma por três meses nos primeiros respirares do seu nascimento.

O tal do bebe e protagonista do filme sobrevive e convive com o tal irmão "assassino" já com "o pé atrás" da índole do irmão mais velho. Com seis anos o tal do Zacary, o protagonista, se vê pintando de boneca, aos dezesseis acontece sua primeira bronha com o sexo do mesmo gênero visto pelo pai em seu carro.
 
Disso a transformá-lo em um mostro socialmente não aceito e levá-lo até a um psiquiatra é um pulo. A partir daí e com o garoto se transformando em homem a vida de pai e o filho gay, junto com o irmão mais velho viciado em cocaína e heroína viram um inferno. Inferno este exponenciado sempre nos dias de natal onde o protagonista fazia aniversário.

A cada ano que passava e a cada transformação do pai perante ao comportamento e até se sentir culpado dos filho gay não assumido e atordoado por isso, e o mais velho de coração grande e cada
vez mais viciado em heroína ao ponto de ficar preso por um ano, a família desmorona-se assim com uma fileira de dominós verticalmente postos.

A película cativa emociona, pois mais do que levantar bandeiras do que é "certo ou errado", a fita tem o mérito de mostrar dramas familiares, onde estes todos temos, com maior ou menor grau obviamente ou com outras distintas situações apresentadas.

Da parte que vos escreve, busco sempre e na medida do possível um limiar de lucidez para a resolução dos problemas humanos, pois somos seres evoluídos de cérebros avançados e polegares firmes capazes de construirmos tudo que construímos até agora, mas pelo visto menos a tolerância às diferenças.
 
Quero deixar claro que o filme me cativou não por tratar o assunto da homossexualidade, até mesmo porque sempre tive a minha opção sexual bem definida como heterossexual (e demais até). O que não acho tolerável nos tempos de hoje é tamanho preconceito abordado pelo filme. Afinal de contas somos animais racionais e temos cérebro ou não?

Oceanos, dos
diretores Jacques
Perrin
, Jacques
Cluzaud
, 2010, França. Depois de assistir pela terceira vez tive a percepção em que a fita quis passar. Com a grandeza de um oceano, este é apresentado pelo avô ao seu neto. Somente um povo que cultua o requinte do detalhe como uma coisa valiosa teria essa perspicácia para fazer documentário de tamanha grandeza em que os oceanos e seus habitantes marinhos merecem. Este tal povo é o francês, lógico, que com a narrativa desse idioma a fita fica mais ainda cativante.
 
Compararia o documentário como uma estrondosa ópera de duas horas de êxtase. Companheiros:
são imagens que se não víssemos com os nossos olhos acharíamos que seria montagem tamanha a beleza dos peixes e seus "lares".
 
O documentário se expande como o nosso oceano a informar aos mais desavisados que estamos acabando com espécies de suma importância para nossa própria sobrevivência nesse único a ainda planeta habitável chamado Terra. Roteiro por roteiro não se tem nada: é um documentário de imagens; estas que nos deixam boquiabertos tamanha beleza das profundezas marinhas de nosso planeta. Insisto em comentar a qualidade do documentário de cunho ecológico e educacional como uma obra cinematográfica surreal por descobrirmos um mundo marinho de sonhos. Resumir o documentário em só uma palavra: estupendo.
 
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