11/08/2012 às  07:02

BEL AMI, HELENO E CRIME E CASTIGO: TRÊS BONS FILMES

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Foto: DIV
Bel Ami tem direção de Declan Donnellan e Nick Ormerod
Bel Ami - O sedutor dos diretores Declan Donnellan / Nick Ormerod, Reino Unido/ França/ Itália, 2012  é com o comparativo da palavra é um filme extraordinário. Tentei achar críticas construtivas espalhadas na internet, mas o que achei foram textos de cunhos pessoais dando mais ênfase aquele ou outro personagem.

A partir de então e na medida do possível transcreverei aquilo que me foi conferido agora a pouco, pois acabo de sair de uma sala de cinema fedorenta e de gente mal-educada, um multiplex da vida, tentarei o máximo possível a imparcialidade.

Pois então a estória antes de qualquer coisa fala sobre superação, e tentarei ser o mínimo de "piegas" possível para abordar delicado e sentimental tema. Superação sim, pois a estória se roda no seu personagem central: um ex-soldado desprovido de pouco intelecto e que tem um fim surpreendente. Mas por quê? Pela fuck superação dele.

Vamos a ela então: O cara saí de uma guerra e chega a uma promissora capital francesa em pleno ano de 1890, o cara coloca ou melhor já tem isso na cabeça: de se dar bem , de ganhar algum lá. Começa-se seduzindo putas, depois conhece outro cara que foi a guerra com ele e com ele conhece outros contatos. Como o network dele vai crescendo até o ponto em que começa a envolver-se com as principais damas da cidade.

Disso ao poder é um pulo. Acaba sendo um prestigioso colunista social de um jornal que ganha o poder de estado do país e daí vem as suas frustrações, as suas lembranças de que estava num meio do que o único que era fudido era ele, não vinha de berço de ouro e por isso sentia boicotado a todo o momento. Virtudes, ele tinha, principalmente a ambição em crescer e saber seduzir mulheres, tantas que perdi a conta, porém todas aos seus pés com seu jeito rude, porém eficaz.

De suma o filme conta-se a estória de crescimento social de um homem através de suas virtudes e defeitos, ou seja, vivendo e deixando viver e por isso o filme vale ser conferido.  
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Heleno,
dirigido e roteirizado pelo José Henrique Fonseca, Brasil, 2011 é um primor de filme nacional do qual devemos nos orgulhar, primeiro pela qualidade do filme e segundo por abordar uma personalidade brasileira praticamente desconhecida de nove entre dez brasileiros.

Sabe aquele jogador porra louca que você já foi fã? Pois bem, todos eles são subprodutos de um cara que jogava nos anos 1930/40/50 no Botafogo. Heleno, protagonizado com maestria por Rodrigo Santoro, é um advogado e principalmente boa vida e simpatia, mais antes de qualquer coisa ele é jogador do Botafogo.

Amor esse com uma interpretação quase que sensorial do ator vestindo as cores do time alvinegro e a personalidade do personagem que foi Heleno de Freitas, que injustamente não nos defendeu na copa realizada no Brasil em 1950 e arrisco-me a escrever que pelo que pesquisei e que vi da película, se tal boleiro estivesse na dita cuja azarada copa do mundo de futebol o resultado certamente seria outro, pois além de estupendo jogador e brocador ( homem que faz os gols, coloca a gorduchinha na rede ), ele era um líder nato, da forma porra louca dele, mas líder capaz de carregar um time inteiro nas costas e metendo o dedo nas caras dos outros que não faziam nada se preciso fosse.

Com a forte personalidade do seu protagonista a fita nos envolve, nos cativa, mostrando até que ponto o homem é capaz de amar algo ou alguma coisa ao ponto de enlouquecer, até que ponto isso valaria a pena? Finalizaria essa resenha respondendo que sempre vale a pena enlouquecer ( tudo vale a pena se a alma não for pequena ), e isso que Heleno fez durante sua vida: viver valendo a pena; por amor, por rancor, por pudor ou por pura e inconscientemente escolha ou falta dela até.
 
O que quero deixar entendível é que as pessoas não vêm ao mundo com uma forma permanente e "indicável", elas vem ao mundo para viver como são com todas suas virtudes e defeitos, E isso o filme com a bela fotografia do Walter Carvalho mostra de uma forma sublimar: um homem na maioria do tempo "nu" de todos os valores que nos incumbem e nos submetem. Em certos momentos transviado e marginalizado até pela escolha de ter feito em deixar a advocacia para ser boleiro em tempos que não se via com bons olhos tal profissão como hoje. Um filme para nos orgulharmos do nosso cinema. Marcante esse filme:

                                                                 **
 Crime e castigo
, do diretor Joseph Sargent, 1998, EUA. Obviamente não resenharemos o filme comparando este com o livro, pois seria uma temeridade tal coisa. O que vale ser resaltado aqui é a qualidade desse filme, que se não "mostra" o livro em tela como deveria ser, ao menos o diretor tenta, e com certos méritos até.

O primeiro destaque fica pela carga dramática em que seu protagonista (Patrick Dempsey) descarrega em seu personagem mostrando com excelência as crises existenciais humanas ou até que ponto vale ser verdadeiro ou não.

Em segundo plano citaria a bela fotografia mostrando a Rússia da época ( 1856 ). Porém voltando ao que mais me cativou, que fora a carga de seu protagonista se expandindo principalmente no que se diz respeito há valores de juízo, ou seja: até que ponto determinada pessoa ou sociedade tem a capacidade de falar-me o que é certo ou o que deixaria de ser.

Assim como o livro, a fita instiga o espectador há inúmeros questionamentos da ordem do que é certo e o que é errado, ou em outras letras, o que você faz é crime, e se é verdadeiramente crime, qual castigo teria que pagar. Nesse "vai e vem" de juízo de valores que a fita aborda, assim como no livro (só que este com muito mais riqueza de detalhes) uma coisa parece não pairar dúvidas seja lá em mil oitocentos e antigamente ou em tempos atuais: que é a virtude ou capacidade de auto proteger-se, não esperando isso de ninguém aqui em terra ou lá do céu. Se a fita teve em algum momento a pretensão em passar alguma coisa a quem assiste, acreditaria que seria a "deixa": Não espere nada de ninguém e faça você mesmo o que achar certo, pois verdade absoluta nunca existiu nem nunca existirá em quais tempos forem.    
 
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