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Zé de Jesus Barrêto

DEMOCRACIA tricolor mostra maturidade, mesmo nova

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15/12/2014 às 17:47
 Marcelo Sant’Ana, jornalista, 33 anos, foi eleito com boa margem de diferença (41 % dos votos), presidente do E C Bahia, time de maior torcida e com mais títulos no Estado.  Eleito democraticamente, pelo voto livre dos associados, para um mandato de três anos. 

   Não o conheço pessoalmente, mas aposto na sua juventude, cabeça aberta e alguns apoios como o do dr advogado Ratiz, que foi o interventor na derrubada dos Guimarães da Ribeira. Boa sorte pra o Marcelo, sobretudo na escolha de sua equipe de trabalho. E que se consolide essa nova era democrática no clube. 

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   Foi bonita a festa da votação, sábado, na Fonte Nova. Parecia um dia de clássico, com bandeiras, batucadas, muita gente, de todas as idades e a presença de alguns ex-atletas e ídolos da torcida como Ze Carlos, Wesley... festejados. 

  Conversamos com o ex-presidente Schimidt, um cidadão tão decente que não tem pejo em assumir e declarar seus erros à frente do clube nesses 18 meses de gestão. E seus êxitos também, diga-se. Diz que limpou a ficha do clube, encampou ao patrimônio o novo  CT de Dias d’Ávila e o ‘fazendão’ de Itinga, equilibrou as finanças, negociando débitos com os órgãos públicos e a justiça trabalhista, e deixa o clube melhor estruturado do que recebeu. Schimidt, enquanto conversávamos, olhava feliz o agito do processo eleitoral e repetia: ‘Só por isso que vejo agora valeu a pena’. Valeu sim. 

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   A tarefa dos que  assumem oficialmente o clube no dia 22 próximo  é brutal, sobretudo no âmbito do futebol profissional, razão de ser da agremiação. Porque o Bahia é um time de futebol. Nasceu assim. E o torcedor, a nação tricolor é seu dono. Assim deve ser compreendido o Bahia, pela sua história. 

  Então, o time na série B, a luta vai ser medonha. Uma boa gerencia do futebol, uma comissão técnica eficiente e vitoriosa, um plantel sem os medalhões - daqueles que ignoram a identidade com o clube -, mas com uma base de jogadores jovens, pratas-da-casa, que gostem de jogar bola, de ganhar, de vestir a camisa ...  e  que tenham boa empatia com as arquibancadas. É o que se espera. 

  O torcedor está carente de ídolos, jogadores feitos em casa.  Urge pensar num Bahia grande, que respeite sua história, que jogue pra frente, sempre. 

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   Fiquei  contente com  a atitude do candidato derrotado, Antonio Tillemont, o segundo mais votado, que felicitou o vencedor e se pos à disposição para ajudá-lo. Isso é ser decente e é ser Bahia.  Nada de contestações, de impugnações, de rachas. É  hora de unir forças, de juntar energias  por um renascer, por uma retomada, um novo e forte Bahia. A torcida merece. E ‘Tilé’ vai se credenciando perante o torcedor, o associado.  

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No rubronegro

o papo é outro


   Nada de ‘democracia’.  O bem sucedido ex-presidente do Vitória, empresário Alexi Portella, deu entrevista longa no jornal A Tarde, edição de domingo, onde deixou claro que não tem nenhuma inveja da tal democracia tricolor. Ele acha que na prática do futebol  não funciona, é uma falácia e um risco de o clube cair em mãos erradas, despreparadas para administrá-lo.  

Portela disse que não renovaria contrato com um só desse grupo de 2014, perdedor, e confessou que é realmente um centralizador; com ele à frente, as decisões, todas passam pelo seu crivo.  Da lambada, criticou os métodos mais ‘liberais’ do atual presidente do clube, Carlos Falcão, que o sucedeu. 

‘É um outro estilo, delega muito’.  Portella diz com todas as letras que ‘os empresários de jogadores significam um atraso no futebol brasileiro’ e que a política às vezes atrapalha, como no caso das obras de acesso ao Barradão. 

Já Falcão, promete corrigir os rumos em 2015. E está em plena ação. 

  A grande novidade no  Vitória é a chegada do novo  treinador Ricardo Drubscky, nesta segunda. Será apresentado e começa já a estruturar o planejamento para a temporada 2015. Decide quem sai, quem fica, quem deve chegar de fora, enfim o que se quer da equipe no ano que entra...  Sabe-se, em princípio, que o treinador, mineiro, gosta muito de trabalhar com jovens e revelações da casa. Foi assim no Goiás, equipe que esteve à frente este ano que se finda.  

Assim como aconteceu no Bahia, o maior problema detectado no time profissional do Vitória, este ano, foi a falta de compromisso de grupos de atletas dentro e fora dos gramados.  Daí os pífios resultados, segundo avaliação feita por ambas as diretorias.

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Tanto Bahia como Vitória possuem bons atletas, de futuro, em suas divisões de base. É preciso acompanhá-los, promove-los na hora certa, orientá-los. Eles precisam acreditar neles e na possibilidade de vencer na profissão atuando nas equipes onde estão começando a carreira. Protegê-los e lapidá-los. Esse é o caminho.  O resto é jogar dinheiro fora. E fracassar. 



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Entendo que o desafio maior das diretorias de Bahia e Vitória, ambos na segundona, é conseguir  dinheiro para pagar as contas e ter um bom plantel; correr atrás de patrocínios, de ‘abnegados’ colaboradores, de fontes de renda, sócios adimplentes, bons negócios, arquibancadas cheias ...  por aí.

Virem-se, pois.  Com o país em crise, não vai ser fácil.    

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    O Rico x  os Pobres

   As semifinais do Mundial de Clubes, em Marrocos, estão definidas: Na terça-feira, em Rabbat (capital) , o poderoso Real Madrid enfrenta o Cruz Azul, do México, às 16h30, horário baiano.
No dia seguinte, quarta, mesmo horário, o argentino San Lorenzo d’Almagro, o time do Papa, pega o Auckland, da Nova Zelândia, em Marrakech.

   Tudo indica uma final entre  Real x San Lorenzo, o mais lógico e esperado. Favoritismo absoluto para a equipe espanhola, uma das melhores e mais caras do planeta, que tem no seu plantel:  Casillas, Pepe, Marcelo, Sergio Ramos, Cross, Bale, Benzema, Modric, o garoto colombiano James e, de quebra, o superastro, o melhor do mundo, Cristiano Ronaldo. Dá pra encarar?  

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Arre ! 

E no embalo dos escândalos da Petrobras, estouram também escândalos na cúpula no nosso vôlei , tão festejado nas quadras mundiais, e do tênis.  Isso bem às vésperas de uma Olimpíada, em 2016, no Rio de Janeiro.  A CBF, affe, fede. 

E vamo que vamo meu Brazzzil varonil. Tá chegando o verão, lá vem o Natal e o ano novo tá nas bocas.  Que venha 2015; o 2014 foi osso duro !