Turismo

BOLIVIA: 30 dicas de viagem para quem deseja conhecer esse belo país

As principais cidades que devem ser visitadas são: La Paz, Santa Cruz de la Sierra, Sucre e Cochabamba. Se der tempo vá ao Deserto do Sal.
Tasso Franco , da redação em Salvador | 24/04/2015 às 12:35
Centro Histórico de Sucre en la noche
Foto: BJÁ
  30 dicas de viagem para quem vai conhecer a Bolivia:

   1. Primeira atitude é deixar o preconceito de lado achando que a Bolivia é um país pobre, de gente inculta e com poucas atrações turísticas. Ledo engano. Há uma cultura muito forte, um belo país, boas atrações turísticas, um folclore e artesanato encantadores, um povo hospitaleiro e preços baratíssimos.

   2. Saindo de Salvador o primeiro passo é São Paulo. V pode usar milhas saindo às 5h e chegando às 7h20min. Daí siga de voo Gol para Santa Cruz de La Sierra que sai por volta das 11h e chega a Bolivia às 1h45min. De Santa Cruz para La Paz há voos da AmasZonas - CIA local - chegando na capital boliviana no final da tarde.

   3. Não há voos diretos SP/La Paz e os caminhos são via Santa Cruz de La Sierra (a São Paulo da Bolivia) ou vias Santiago/Chile; Lima/Peru. Outra opção - para viagem de longo curso - é ir de carro via Barreiras/Brasília/Mato Grosso/Cuiabá.

   4. A moeda local é o boliviano. Todos os locais aceitam real. R$1,00 vale 2 bolivianos. U$1,00 vale R$6,85 e 1 euro R$7,20. O real já chegou a ser cotado por 4 bolivianos. Hoje, a Bolivia está em fase de crescimento com PIB de 3.5% ano 2014 e a moeda (boliviano) está mais valorizada. O câmbio é feito na rua, em tendas do centro histórico. São confiáveis.

   5. Ainda assim, o custo de vida para o turista brasileiro é baixo. Em média, um almoço custa 30/40 bolivianos R$15,00/R$20,00. Em Santa Cruz de la Sierra os preços são mais altos na faixa de 40/50 bolivianos.

   6. O transporte coletivo em La Paz é baratíssimo. É basicamente feito por vans e micros ônibus. Não há assaltos. Na área urbana de La Paz custa 1.5 boliviano (R$0,75 centavos) e para a região metropolitana El Alto 3 bolivianos (R$1.50). Há alguns pontos fixos para se pegar as vans. Mas, via de regra, deu sinal com a mão na rua, os motoristas param. As vans pegam 14 passageiros cada.

   7. Os micros são modelos antigos dos anos 1950 da GM, Chevrolet, Ford, etc, e são enfeitados pelos motoristas com calotas, painéis de veludos, bichinhos, etc. Cada qual é dono do seu ônibus. O sistema é cooperativado. Há cooperativas para os micros e para as vans. Portanto, não há empresas de ônibus na jogada.

   8. Os táxis - a maioria - não são padronizados. Mas, alguns deles - falo de La Paz - tem uma marca axadrezada nas portas. Não há taxímetros. As corridas são acertadas entre os passageiros e os motoristas. Não há reclamações da maioria dos passageiros. Uma corrida do aeroporto El Alto para o centro de La Paz custa, em média, 70 bolivianos (R$35,00). Há clandestinos no aeroporto. Não use. Só utilize os taxis credenciados. O aeroporto está em reforma e a sinalização é meio confusa. Tenha cuidado.

   9. V pode acertar com um taxista um 'tour' pela cidade de La Paz e custa - em média - 150 bolivianos R$75,00. La Paz é como Salvador: tem a cidade alta (El Alto) e a cidade baixa (La Paz) situada num vale cercada de morros.

   10. A comida nos restaurantes da classe média - estilo Barbacoa, etc - custa em média 60/65 bolivianos (R$30,00 a R$35,00) por pessoa. V pode comer um dos pratos típicos locais - Pique a lo macho - por 95 bolivianos (R$47,00) e dá pra duas pessoas. Outro prato típico é o filé de llama e/também o filé de alpaca - 45/50 bolivianos (R$22,00/R$25,00).
La Paz - a moda de España) não tem shoppings e sim centros comerciais. 

   11. Aproveite para apreciar o vinho local de boa qualidade especialmente da bodega Campos de Solana ou um Arranjuez Terruño. Em média, nos restaurantes, o clássico custa 90 bolivianos R$45,00. A cerveja paceña oro é muito boa e custa nos restaurantes 18/20 bolivianos a long-neck R$9,00 a R$10,00. Há ainda a Huari de Oruro - muito boa, mais encorpada - e custa a long-neck 20 bolivianos (R$10,00).

   12. Nas tendas dos camelôs, nas feiras populares, etc, é proibida a venda de bebidas alcoólicas. Só refrigerantes e sucos. As cholas - bolivianas típicas - vendem sucos de frutas nas ruas especialmente o de amendoim, linhaça e pessego. Depois de tomar o suco mastiga-se o fruto.

   ​13. Nas áreas centrais o turista pode andar pelas ruas numa boa, sem sobressaltos. No centro histórico, os turistas não são seguidos por PMS como em Salvador. Não há meninos de ruas pedindo esmolas ou importunando. A partir das 23h não recomenda-se andar no centro histórico nas ruas transversais, salvo em grupo. 

   14. Dois pontos mais visitados pelos turistas são a Basílica e Convento de São Francisco e mais o entorno, onde estão as melhores lojas de artesanato no chamado 'Mercado das Bruxas', um quadrilátero de ruas com muitas lojas, restaurantes, teatros, casas de câmbio, pubs, hotéis boutiques, etc; e a Praça Murilo onde ficam a catedral basílica, o Palácio Quemado - sede do governo presidencial - e o Parlamento.

   15. Vale a pena conhecer a Rua Apolinari Jaén - segue-se à esquerda a partir da Praça Murilo - onde estão museus, o Teatro Charango e casas antigas da arquitetura espanhola com seus balcões. A rua é peatonal - não passa carro - e o turista pode curtir à vontade. Situam-se nessa calle os museus do Litoral, dos Metais Preciosos, o Costumbrista Juan de Vargas, o dos Intrumentos Musicais e o Murilo (o herói da Independência) outros. 

   16. La Paz fica numa altitude de 4.000 m e o ar é rarefeito ainda mais para quem é de fora. Considere, portanto, o mal das alturas conhecido como soroche. Balinha de coca, chá de coca ameniza. Agora, se v sentir dor de cabeça e o mal das alturas lhe pegar não adianta tomar Anador nem Dorflex. Vá numa farmácia e compre um saroche pills.  Resolvido o problema. Ainda assim, como em La Paz faz muito frio não suba ladeiras rapidamente.

   17. O artesanato boliviano é uma maravilha e muito colorido. Há tolhas de mesa de cair o queixo. Batas e pantalonas para homens e mulheres muito bonitas. Os charangos - instrumento que parecem cavaquinho - estão por toda parte e custam entre 400 a 600 bolivianos (R$200,00 a R$300,00). Há uma infinidade de produtos artesanais - sacolas, sombreros, pratos, sapatos, bibelôs, tudo que v imaginar. Os preços são bem em conta.

   18. Nos arredores de La Paz fica o Valle de la Luna (Vale da Lua) uma formação arqueológica muito bonita que parece com o terreno lunar. Há duas trilhas a serem percorridas no vale - uma de 15 minutos e outra de 45 minutos. A visita ao vale demora app 1h30min e 2h. No local tem um pequeno centro comercial, sanitários e água. O ingresso custa 30 bolivianos (R$15,00) e para se chegar ao vale há grupos turísticos ou v pode ir de táxi - acertando para o taxista lhe esperar na volta - por algo em torno de 320 bolivianos (R$160,00) incluindo um tour pela zona Sul de La Paz, os bairros mais chiques de Miraflores, Sopocachi e San Pedro.

   19. O passeio inclui uma  parada no Mirador de Killi Killi um dos pontos de observação mais bonitos da cidade onde se tem uma visão do relevo de La Paz, seus contrastes entre as habitações dos morros e dos vales, o centro histórico. Daí vê-se o pico nevado e os teleféricos cruzando os céus. Killi Killi tem uma infra de lanchonetes e não há ambulantes importunando ninguém.

   20. Andar de teleférico é uma boa pedida. Baratíssimo: custa apenas R$1,00 porque atende aos moradores dos morros e cruza a cidade em três dierentes pontos ou linhas vermelha, verde e amarela. Impressiona. Os passageiros são transportados de alturas superiores a 200 m para estações bases. Os turistas são benvindos e tem-se uma visão extraordinária da cidade.

   21. Os passeios acertados diretamente em La Paz, Santa Cruz, Sucre, Cochabamba - essas as principais cidades da Bolivia - são muito mais baratos do que se acerados no Brasil por nossas agências. Diria que é 1/3 ou mais dos preços cobrados acá. Todos os hotéis tem tours ou pessoas que fazem esse tipo de seriço associados a cooperativas.

   22. Comer em tendas de ruas nessas cidades é preciso ter todo cuidado. Em alguns pontos, a higiene fica a desejar, até mesmo nos mercados populares. Há também aquelas guloseimas de rua, churrasquinhos, tortas, etc, pule fore. Agora as tendas de doces, saltenas e pães pule dentro. As saltenas são ótimas e baratissimas. 

   23. O povo boliviano é essencialmente acobreado, indígena, cor da terra massapê. São raros os brancos e negros que se vêem nas cidades. Na zona rural, então, inexistem. Louras? Não há. A boliviana tem estatura baixa e cabelos negros, bem negros, mesmo as mais velhas. O boliviano, idem-idem. É um povo educado, atencioso, lembra um pouco com os 'tabaréus' de Minas com fala macia, meio que envergonhados. 

   24. Ao contrário de Bogotá e Montevidéu, em La Paz, Sucre e Santa Cruz é interessante ficar hospedado em hotéis no centro histórico, Há muitos hotéis no estilo boutique, aconchegantes e baratos para os nossos padrões com média de diária na faixa de R$200,00/R$250,00. Os melhores restaurantes estão nesses hotéis. Em Sucre, por exemplo, há vários deles de boa qualidade.

   25. Sucre é a cidade histórica da Bolivia (parece um pouco São João Del Rei, MG), capital constitucional - o Poder Judiciário está situado ainda hoje por lá - antiga capital federal do país, centro histórico fantástico todo recuperado, ruas que parecem com as de Toledo, na Espanha, um centro de ensino de excelência. Há uma forte classe média em Sucre e um padrão de vida bem mais elevado do que em La Paz. Rivaliza-se com Santa Cruz de La Sierra - uma especie de SP boliviana.

   26. De La Paz a Sucre são 30 minutos num voo 727 da AmasZonas. Daí a Santa Cruz mais 30 minutos na mesma AmasZonas. Há uma boa infra-estrutura turista nessas cidades com aeroportos bem movimentados. Em Santa Cruz há voos da American diretos para os EUA. Os americanos adoram fazer tours pelos Andes bolivianos em bikes, parapentes, escalando montandas, etc, e indo até o Deserto do Sal - 8 horas de carro a partir de Sucre e 4 horas a partir de Potosi.

   27. Desses locais quem tem pior banda larga é La Paz, cidade que fica num vale. Nas demais, a internet tem-se bom acesso e grátis nas praças, nos hotéis e nos aeroportos.

   28. Todas as igrejas e catedrais da Bolivia ficam abertas aos visitantes. Os museus e as áreas conventuais para para ter acesso paga-se em média 30 bolivianos (R$15,00 por pessoa). As igrejas e catedrais bolivianas não são tão ricas como as do Peru, mas, são muitos bonitas, especialmente as basilicas franciscanas de La Paz e Sucre. Os franciscanos - salvo melhor juizo - são a ordem mais importante da Bolivia com seus monumentos, meios de comunicação e colégios/universidades.

   29. Curioso nessas cidades é que, mesmo com a pobeza boliviana, há mendigos nas ruas, mas, os turistas transitam sem serem importunados por vendedores de fitinhas, de artesanatos, de medalhas, nada disso. Mesmo em bares de calçadas ninguém lhe molesta. É também proibida a venda de bebidas alcoólicas nas ruas e nas tendas. Quem quiser beber vá para um bar ou restaurante. 

   30. A música mais tocada na Bolivia é a folclórica. Dão uma valorização enorme a esse tipo de música e o maior charanguista local é Ernesto Cavour, um mago no charango - instrumento que parece uma viola pequena. Há centenas de grupos por todo país e as lojas são repletas desses CDs dos Andes, músicas de meditação. O único artista brasileiro prestigiado por lá é Roberto Carlos. 

   Pronto: faça suas malas e vá a Bolivia. Bom, barato e belo.