Turismo

Parque São Bartolomeu vira ponto de atração turística em Salvador

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Secom , Salvador | 25/03/2015 às 10:18
Muitas pessoas estão indo visitar o parque
Foto: Camila Souza
Um dos principais remanescentes de Mata Atlântica do Brasil, o Parque São Bartolomeu, em Salvador, numa área de 155 hectares, é um dos pontos da cidade mais frequentados por pessoas de todas as idades e de diferentes religiões, como as de matriz africana. Localizado entre a região do Subúrbio Ferroviário de Salvador e o bairro de Pirajá, o parque passou por requalificação urbana e ambiental, tornando mais agradável aos visitantes.

No trecho do subúrbio estão a praça e a cachoeira que levam o nome de Oxum, a rainha das águas doces. Em homenagem ao orixá, o artista plástico Bel Borba construiu uma escultura no local, considerado sagrado pelos adeptos do Candomblé.

Raiz ancestral

A pedagoga Maria Glacia Bastos esteve no Parque São Bartolomeu, no último domingo (22), quando se reuniu com um grupo de aproximadamente 20 pessoas. Juntos, eles compartilharam informações sobre as tradições da religião e homenagearam as mulheres. De acordo com Maria Glacia, a relação com a natureza é muito importante para sua religião. “Parte das pessoas do nosso terreiro [Ilê Axé Odé Yeye Ibomin] está aqui hoje. Viemos celebrar o Mês da Mulher e falar sobre a vestimenta feminina no Candomblé. Escolhemos este lugar, além da beleza, por esta raiz ancestral que é fortalecida aqui. É um dos poucos espaços na cidade onde temos monumentos dedicados às religiões de matriz africana”.

Cultura e cidadania

Entre os diversos equipamentos construídos no parque que estão à disposição dos frequentadores, um é o Centro de Cultura e Cidadania de Pirajá. O outro é o Centro de Referência, em São Bartolomeu, instalado no portal de acesso à cachoeira e a praça de Oxum.

Erguido com pilares de eucalipto certificados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o local é um espaço amplo e arejado onde ocorrem atividades esportivas e culturais. O Movimento de Cultura Popular do Subúrbio (MCPS) está entre as entidades que desfrutam da estrutura e desenvolvem projetos de inclusão social, como o da capoeira.

Segundo a secretária do MCPS, Caroline Lopes, a comunidade é convidada a participar das atividades e se faz presente. “Ela [a comunidade] se sente parte disso. A gente se sente parte disso. Mais do que um grupo de capoeira, nos baseamos na história dos nossos antepassados, nas nossas origens. É aqui que a gente se encontra”.

Patrimônio ambiental

De acordo com a coordenadora da Unidade Técnica de Projeto (UTP) da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), arquiteta Regina Luz, “o Parque São Bartolomeu é um patrimônio ambiental da cidade”. Ela cita o exemplo do Rio do Cobre, o que apresenta melhor índice de qualidade de água em Salvador. O rio corre na área do parque e “forma três quedas d’água muito bonitas (Nanã, Oxum e Oxumaré), envolvidas por remanescentes da Mata Atlântica”.

Para despertar entre os mais jovens o gosto pela preservação da natureza, grupos escolares têm a possibilidade de visitar o parque. No local, eles assistem a palestras, que abordam conteúdo histórico, cultural e ambiental, feitas por colaboradores de órgãos como a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e outras instituições.

Datas comemorativas

A coordenadora da UTP informou que as atividades são realizadas em diferentes épocas do ano e fazem parte da programação comemorativa de datas como o Dia Mundial da Água (22 de março), Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), Dia da Independência da Bahia (2 de julho), Dia de São Bartolomeu (24 de agosto) e Dia da Consciência Negra (20 de novembro).

Ela destacou as ações para conscientização das crianças sobre a importância do Parque São Bartolomeu, que é um patrimônio ambiental. O propósito das ações voltadas para a garotada “é torná-la partícipes desta sensação de pertencimento. São crianças que vão desenvolver suas atividades educativas e culturais no parque e podem, de toda forma, proteger e preservar este patrimônio”.