Turismo

VILA DE ABRANTES: Dica turística da semana para quem gosta de história

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Tasso Franco , da redação em Salvador | 31/10/2014 às 11:48
Vila de Abrantes, antiga aldeia dos tupinambás
Foto: BJÁ
  A dica turística do final de semana é sobre Vila de Abrantes (Camaçari) localidade das mais antigas da Bahia e que fica na Estrada do Coco, logo após Lauro de Freitas, antes do pedágio. 

  Quando você passar por aí dá uma entradinha em Abrantes para conhecer a vila, a igreja, as dunas da APA, a pracinha e assim por diante. Trata-se de uma localidade histórica, antiga aldeia de Tipinambás e que os jesuitas colocaram o nome de Divino Espírito Santo, criada em 1558, apenas 9 anos depois da chegada da esquarda de Tomé de Souza e instalação do governo geral na Bahia.

   Os pioneiros jesuitas dessa vila foram padre João Gonçalves e o Irmão Antônio Rodrigues às margens do Rio Joanes. Em 1562, na Igreja de "Santos Spiritus" ajuntaram sete aldeias, com mil almas. Há indícios que esses índios tenham participado da "guerra do Paraguaçu", apesar de serem tupinambás, assim como os índios do Vale do Paraguaçu (região onde é hoje o povoado de São Francisco de Iguape, pertencente a Cachoeira) e mais tarde já entre 1624 – 1640, os índios da aldeia do Espírito Santo participaram da luta contra a invasão holandesa, juntamente com o pessoal da Casa da Torre (hoje pertencente ao município de Mata de São João) o que fez crescer o índice de mortalidade por sucessivas epidemias e fome. Registrando-se antes mesmo da expulsão dos jesuítas no governo do Marquês de Pombal em 1755.

Após a expulsão dos jesuítas, a aldeia passou à categoria de Vila por provisão do conselho Ultramarino, Alvará Régio de 27 de setembro de 1758, denominando-se Vila Nova do Espírito Santo de Abrantes - Vila de Abrantes - com a Inauguração da Casa da Câmara e cadeia municipal (senado da Câmara e Pelourinho).

A Vila foi extinta em 1846 pela Resolução provincial nº 241, de 16 de abril, sendo integrada ao município de Mata de São João. Em 1848 foi restabelecida pela Resolução nº 310, de 3 de junho, tendo o território desmembrado de Mata de São João.

Entre os séculos XVIII e XIX tem-se a administração da Marquesa de Niza, através de Tomas da Silva Paranhos, que enviava juros e rendas (enfiteuses e laudêmios) até adquirir a propriedade. Este latifundiário deixou 9 herdeiros, entre eles Maria Joaquina da Silva Paranhos, casada com José Garcez Montenegro de quem descende o desembargador Tomas Garcez Paranhos Montenegro.

No final do século XIX, com a expansão da malha ferroviária baiana, cujas principais diretrizes eram a integração com o recôncavo e a região do São Francisco, onde Camaçari está estrategicamente situada entre as duas bifurcações (uma em Simões Filho em direção ao recôncavo e Alagoinhas, onde a estrada toma neste ponto outras duas direções – Médio São Francisco e Litoral Norte).

Abrantes, cuja importância se devia a ocupação pelos jesuítas e limitada exploração agrícola nas terras da Marquesa de Niza perdeu importância econômica em relação ao desenvolvimento que o interior passou a oferecer, a Sede do município passa a ser em Parafuso (tendo posteriormente a construção da estação de trem). Por força política houve o retorno da sede para Abrantes em 1892.

A primeira composição administrativa (municipal) de Vila de Abrantes (sede), abrangia os distritos de Abrantes, Monte Gordo e Ipitanga (atual Lauro de Freitas). A lei municipal de 22 de março de 1920 criou o distrito de Camaçari, com território desmembrado de Abrantes, criação essa, confirmada pela Lei estadual nº 1422, de 4 de agosto desse mesmo ano.

Abrantes, hoje, é distrito de Camaçari e vem tentando se emancipar políticamente, mas, sua proposta foi rejeitada pelo Congresso Nacional, recentemente.

A vila não tem infra turística - hotéis, restaurantes, etc - salvo do outlel e o que vale mesmo é apenas conhecer o local, de passagem,