Turismo

MÉXICO: A cidade mágica de San Cristobal de Las Casas, milagrosa (TF)

Vale a pena conhecer essa localidade, uma das mais bonitas do México, mística, encantadora, e com boa infra-estrutura turistica
Tasso Franco , da redação em Salvador | 22/04/2014 às 22:38
Área da feira indigena Maya em frente e ao lado da igreja de São Domingos
Foto: BJÁ
  Ao Sul do México, na altitude de 2.400 metros, estado de Chiapas, está San Cristobal de Las Casas, um dos sitios considerados mágicos e o mais bonito do país, por sua arquitetura colonial espanhola, ruas estreitas, igrejas, sobrados no estilo espanhol do século XVII, cidade com invejável infra turistica com seus mais de 100 mil habitantes e milhares de estrangeiros andando por suas ruas e praças.

  A cidade é um encanto. Lembra aquele México antigo dos casarios com pátios internos, hoje, abrigando hotéis de 4 estrelas, casas com balcões à moda de Espanha, muitas flores, devoção a São Domingos, São Cristovão e a Imaculada Virgem de Guadalupe.

   Chiapas é um estado que tentou ser autônomo com a revolução do comandante Marcos, em 1994, produtor de cacau, café e milho e que tem em San Cristobal, a cidade real, a cidade mágica, seu símbolo maior embora não seja a capital. 

   Lembra um pouco Ouro Preto, em MG, embora nos pareceu mais dinâmica, com mais turistas estrangeiros, um comércio frenético funcionando até às 10 da noite e bons bares, restaurantes, centros de cultura e lojas de artesanato que são devotadas, em especial, ao povo Maya. 

   A cidade tem esse nome em homenagem ao bispo Bartolomeu de Las Casas nomeado para bispo de Chiapas em 1544 e protetor dos povos Mayas que foram massacrados pelas tropas espanholas e convertidos à fé cristã. Mas, Bartolomeu de Las Casas constestava o modelo de catequisação dos indigenas e escreveu um "Confessionário", que mandava que antes de iniciar a confissão, o penitente devia libertar seus escravos. 

  Regressou à Espanha, continuando ali a defesa dos índios, onde corrigiu e publicou seus escritos, todos se contrapondo à política colonial. Porém, suas idéias foram contestadas, na América e também na Espanha. Tanto que, em 1552, suas obras foram censuradas e proibidas para a leitura. Havia renunciado a seu bispado, antes de morrer aos 92 anos de idade no Convento Dominicano de Atocha, no dia 17 de julho de 1566, em Madrid, Espanha.

  É venerado em San Cristobal como um santo. A cidade, hoje, tem ares internacionais, mas, ainda prevalece a cultura xamântica e os indios (seus descendentes) estão em todas as ruas e praças vendendo peças de artesanato. São centenas de mulheres, jovens e crianças vendendo todo tipo de brinde desde marcadores de livros a bolsas e camisas bordadas.

   Existe a recomendação da comunidade para não dar esmolas a essas pessoas, as quais, assediam os turistas mas não molestam. Se você disser que não deseja comprar uma "artesania" (artesanato) eles se afastam. A quantidade desses descendentes dos Mayas, os donos da terra, é muito grande e aqueles que já se aculturaram trabalham no comércio, na prestação de serviços, nos hoteis e assim por diante.

   Todo mundo neste sitio tem cara de indigena. Há uma feira enorme só de artesanato indigena ao lado e em frente da igreja de São Domingos, santo que é muito louvado em várias partes da Espanha. 

   Batolomé de Las Casas (nome no original) era dominicano.

   A cidade transpira magia, nessa época do ano vivendo a festa da primavera, com um movimento enorme de turistas europeus e norte-americanos. Além de nós, os brasilenos. (TF)