Colunistas / Política
Tasso Franco

ELEIÇÕES DE CORONEL para ALBA põe OTTO como 3ª via para governador

Uma terceira via muito mais forte do que foi Lidice da Mata, em 2014
01/02/2017 às 10:19
  A eleição do deputado Angelo Coronel (PSD) à presidência da Assembleia Legislativa coloca de uma vez por todas o senador Otto Alencar (PSD) como a terceirfa via na sucessão do governador Rui Costa (PT). 

   As outras duas vias são o próprio governador Rui e o prefeito da capital ACM Neto (DEM). 

   Otto, agora comandando mais de 100 prefeitos, a UPB e a Assembleia leva vantagem pois ficará a cavalheiro caso não consiga viabilizar por completo sua candidatura no bloco governista, incluindo o apoio de Rui e do PT, tendo a alternativa de aliar-se a Neto, como agora fez Neto a ele, na eleição de Angelo Coronel.

   O jogo é intricado. Rui, de cara nos útimos dias, perdeu mais do que ganhou na eleição de Eures Ribeiro (PSD) para a presidência da UPB, porque o candidato 'in-pectore' é de Otto; o mesmo acontecendo na presidência da Assembleia. Não fosse o bom senso de Marcelo Nilo após encontro, ontem, na governadoria, em renunciar a sua candidatura em prol de uma possível unidade da base governista, e os deputados do PT se mantiveram fiel a Nilo até o último instante, a derrota de Rui seria ainda pior.

   Há anos não se via, um governador de Estado, derrapar nos controles políticos da UPB e da Assembleia, esta muito muito mais importante do que qualquer outro segmento do processo governamental. 

   Desde que Nilo lançou-se à reeleição, nos bastidores da ALBA o que se dizia é que Rui estava vacilante e não havia entrado na campanha de Marcelo, enquanto Otto/Leão/Neto trabalhavam no outro caminho.

   E o que viu diante da pouca presença do governador, e deputados são exigentes quanto a pleitos, obras e outros trunfos, o governo até hoje sem honrar as emendas impositivas, foi uma debandada gradual de aliados - primeiro do PSL, partido de Nilo - e depois de deputados de outros partidos rumo a Coronel/Otto Alencar. 

   Só restou ao governador fazer um apelo para que Nilo retirasse seu nome da disputa para que o naufrágio não fosse tão grande e houvesse alguma margem em busca da unidade.

   Dificil. As eleições para os cargos da Mesa, hoje, poderão identificar essas dificuldades. O PT terá condições de emplacar o vice-presidente da Casa? 

   Nilo está ferido e ainda tem alguma força política, mínima que seja, e os aliados de Neto querem essa função na Casa. Ou, ao que dizem, teria sido feito um acordo com Coronel/Otto nesta direção. É esperar para conferir.

   O que vai acontecer com Marcelo Nilo também só o tempo dirá uma vez que volta a planície, terá dificuldades em manter o controle do PSL e do seu projeto em ser deputado federal e deixa de ser um interlocutor do governador como era até então.

   Nilo está ferido, mas, não está morto. A política dá voltas e ele disse em sua mensagem de renúncia que "vai ser deputado para lutar pela Bahia", sem citar para que lado vai.