Colunistas / Política
Tasso Franco

A PROPAGANDA GOVERNAMENTAL como vilã e o erro das oposições

Oposições perdem tempo abordando esse tema
01/09/2015 às 14:13
1. A bancada da Oposição na Assembleia Legislativa comete o mesmo erro que praticou durante os oito anos da gestão Jaques Wagner ao ficar criticando, quase diariamente no plenário da Casa, os gastos do governo do Estado com publicidade, o que chama de 'propaganda enganosa'. Erro dessa mesma natureza cometia a Oposição à época dos governos 'carlistas' (ACM) também classificando a propaganda de ter um duto com a TV Bahia e ser 'enganosa'. Cunhou até um slogan 'TV Bahia mentira todo dia'.

   2. Não obteve nenhum ganho na época dos 'carlistas' (16 anos no poder) e nem com o período em que Wagner foi governador, tanto que Wagner ganhou a segunda eleição no primeiro turno; e elegeu Rui Costa também no primeiro turno (12 anos de poder). Ainda assim, burramente, insiste nessa mesma tecla como se a publicidade fosse um Amosdeu. A oposição a ACM Neto na Câmara de Vereadores também comete essa mesmo bobagem.

   3. Ora, a publicidade é uma rubrica, no Estado sob o comando de uma secretaria, a SECOM; e na Prefeitura sob a direção de uma agência ligada ao gabinete do prefeito, a AGECOM. Têm dotações próprias orçamentárias, a primeira app R$150 milhões/ano; a segunda R$35 milhões/ano. Não adianta ficar falando que esses recursos poderiam ser aplicados em saúde e/ou educação porque um governo é feito de vários setores que vão da Comunicação à Administração; da Fazenda à Tecnologia; da Cultura a Agricultura. 

   4. Essa tese, muitas vezes usadas pelas oposições é simplista, como se a sociedade fosse constituida só por médicos ou educadores; quando há pedreiros, motoristas, jogadores de futebol, etc. É plural. Os governos também são plurais. A Comunicação é essencial a qualquer governo desde a época do Império Romano. Getúlio usou o rádio com sabedoria. JK se popularizou no país com o advento da TV. Collor venceu uma eleição com a força da TV e o marketing político que se iniciava no Brasil.

   5. Todos fazem publicidade. Veja, agora, o que está acontecendo na Bahia, só para dar um exemplo. No último final de semana, o governo do Estado comprou três páginas em A Tarde para difundir um dos seus programas. No domingo, a Prefeitura de Salvador, comprou quatro páginas. Hoje, o governo comprou mais uma página parar anunciar o programa dos editais de cultura, que serão assinados na terça. Na TV é a mesma coisa: o governo do estado atua difundindo obras na capital (Baixa do Petróleo) e no interior; a Prefeitura mostras suas obras na capital.

   6. A 'guerra' é permanente, constante, salutar. Quem sabe fazer bem e melhor leva vantagem. Anuncia-se nos veículos que têm mais puder de difusão. Isso é uma regra que vem desde a era dos impressos. E, é claro, quem tem mais poder de fogo, cobra mais caro. Faz parte do mercado. Há, ainda, a mídia politica bajulatória. Pode-se até condenar esse tipo de midia. Mas, faz parte do processo. Cabe ao leitor, ouvinte, telespectador, identificar o que é adequado e o que é irreal, exagerado.

   7. Na época do 'carlismo' a Oposição dizia que havia um duto com a TV Bahia. Hoje, o governo petista usa o mesmo duto (digamos assim), mas, ninguém diz nada. Ora, sendo a TV Bahia, a de maior audiência suas inserções são as mais caras. Então é natural que um pacote de midia por lá seja bem mais caro do que na Band. Esse exemplo serve para qualquer veículo. O mesmo acontece com a Rede Globo tão criticada na Assembleia pelos governistas do PT. 

   8. Outro detalhe é que os governos embore usem uma midia técnica anunciam nos veiculos que quiserem. Já ouve casos e casos, inclusive de censura, de boicote a profissionais, isso em todos os governos, tanto do DEM como do PT. Teve uma época, no 'carlismo' que houve um boicote ao jornal A Tarde. A empresa chiou, reclamou, entrou na Justiça e não conseguiu nada. Há o caso histórico do Jornal da Bahia. Teve um caso recente no governo João Henrique contra a Metrópole, depois fizeram as pazes. Hoje a demissão de um radialista em Feira que teria acontecido por pressão da SECOM Wagner.

   9. Então, não adiante as oposições na Assembleia e na Câmara de Vereadores ficarem criticando a publicidade, quer seja enganosa ou não, primeiro porque os próprios veiculos não vão dar a mínima atenção ao que falam; e segundo porque não adianta nada. Agora, se querem insistir com essa burrice, insistam.