Colunistas / Política
Tasso Franco

DATAFOLHA: Fenômeno raro com 30% sem candidato a presidente

Dilma cai e os candidatos da oposição não crescem
06/06/2014 às 18:29

 Os números da pesquisa DataFolha apresentados nesta sexta-feira, 6, pela Folha de São Paulo, revelam que o brasileiro (pelo menos até agora) está desalentado com os politicos e 30% estão sem candidatos. É um recorde desde 1989 e considerado número altissimo a essa altura da pré-campanha com 13% afirmando que não sabem em quem vão votar e 17% dizendo que dos nomes apresenados não votarão em nenhum deles.


   Dá-se, diante de fato tão inusitado, um fenômeno nunca visto na política nacional, de uma candidata preferencial, a presidente Dilma Rousseff, cair 10 pontos de fevereiro até agora, de 44% para 34% e seus adversários, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) se situarem, o primeirop de 16% para 19%; e o segundo de 6% para 7%, não terem discurso que sensibilizem o eleitorado e estão empacados.

   Só por isso, ineficiência de todos, hoje, registra-se um segundo turno (38x35) com vantagem para Dilma frente a Aécio (46x38) e/ou Dilma x Campos (46x32). Ou seja, Dilma venceria as eleições por apatia dos candidatos da oposição. Seria fato rarissimo na história da República, desconfiança geral dos eleitores com os candidatos. 

   Ganharia, digamos assim, o menos ruim. 

   O que se passa, segundo os números revelados pelo DataFolha é que, a população não aprova o governo da presidente Dilma (a candidata tem 35% de rejeição pessoal na pesquisa), Dilma cai a cada rodada (e olhe que estamos antes da Copa) com tendência de queda desde fevereiro de 2014, quando começou a série histórica da Folha.

   E por que os outros candidatos não crescem?

   Ao que tudo indica, Aécio não passa confiança no eleitorado brasileiro de que ele representa o político com a cara da mudança, daquele que será capaz de efetuar as mudanças desejadas pela população; e Campos, por ser noviço numa disputa nacional, originário de um estado do Nordeste, tenha dificuldades de encaixar um discurso que sensibilize o eleitorado do sudeste, o maior do país, tanto que, nesta região tem apenas 4%.
  Deveria, no entanto, tem um bom número no Nordeste, porém, isso também não se verifica ficando apenas com 11% contra 48% de Dilma. 

   O Nordeste, desde a primeira eleição de Lula, em 2002, tem se transformado no curral eleitoral do PT, região mais pobre e onde há mais bolsas famílias e outros programas, e Dilma vem mantendo essa performance especialmente na Bahia e no Ceará. Haverá, em 2014, uma perda em PE por conta de Campos, mas, nada que possa abalar a boa votação da presidente na região.

   Em síntese: o Brasil vive um momento de grande desconfiança do eleitor e todos os candidatos a presidência são vistos como sem sal, sem capacidade de fazer as mudanças que a população deseja. 

   De acordo com o Ibope, 75% dos brasileiros querem mudanças. Falta, no entanto, o (a) personagem da mudança.