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Tasso Franco

PELEGRINO AGORA SÓ PRECISA CONVENCER OS "RUSSOS"

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01/07/2012 às 07:00
MIUDINHAS GLOBAIS:

   1. Desde 1996 que o deputado Nelson Pelegrino, PT, tenta eleger-se prefeito de Salvador. Virou uma obsessão. Nesse período de 16 anos, perdeu três pleitos, dois para Antonio Imbassahy em 1º turno, 1996/2000; e um para João Henrique, em 2º turno, sendo que apoiou João contra César Borges. Em 2008, tentou novamente, mas, perdeu a PED na disputa interna do PT para Walter Pinheiro, em processo autofágico com Lídice na vice, vitória de JH, novamente, ainda que Pinheiro tenha ido ao 2º turno.

   2. Pelegrino nunca teve esse gostinho. A cidade nunca o quis como prefeito. Desta feita, no entanto, ao tentar pela 4ª vez a Prefeitura, o PT aparou todas as arestas, Pinheiro se elegeu senador em 2010 e está no Senado, em paz, pensando em 2014 e não em 2012, o governador é do PT e outros possíveis candidatos se calaram, quer no PT, J. Carlos, Valmir Assunção, etc; quer no PSB, Lídice da Mata, eleita senador graças a força da reeleição Wagner.

   3. Ao contrário de 2008, desta festa, Wagner atuou bastante e com força na pré-campanha, isolou o PCdoB, PDT e PTB, conteve o PP, e Pelegrino fez uma coligação com 14 partidos, portanto, tem sua melhor estrutura política.

  4. Estaria faltando a segunda parte do processo, uma vez que a questão política e de marketing financeiro estão resolvidos, que é a combinação com os "russos". Ou seja, os eleitores. Isso significa dizer que, se Pelegrino não deslanchar doravante, com todo esse arcabouço de alianças, o apoio Lula/Dilma/Wagner, está será a sua última e definitiva chance, ainda que, em politica, nunca se diz a "última" vez.

   5. Pelegrino já sinalizou que vai federalizar a campanha sustentando-se no projeto Lula/Dilma/Wagner. Isso, no nosso entendimento é de fundamental importância, mas, pouco ou não o suficiente para elegê-lo uma vez que a população de Salvador é insubmissa, antenada, e já percebeu que essa aliança não modificou em nada (ou pouca coisa) a sua vida cotidiana na capital.

   6. Salvo algumas ações pontuais, caso do Hospital do Subúrbio, o atendimento à  saúde pública continua precária; educação não existe (em greve há 92 dias contando-se o período da greve da PM); transporte é o caos e segurança idem, com melhoras pontuais nos bairros onde se instalaram o Pacto pela Vida - Nordeste, Calabar e Faz Coutos. Esse são so pontos essenciais.

   7. Pelo que vimos nas campanhas passadas, as idéias de Pelegrino são ultrapassadas, confusas e o público não consegue entendê-las. Tanto que nunca chegou ao segundo turno. Espera-se, pois, que, em 2012, esse cenário se modifique e ele adicione a "muleta" Lula/Dilma/Wagner ingredientes inovadores, propostas que sejam viáveis e aceitáveis pela população.

   8. O Metrô é um caso típico. Lula nunca gostou de Salvador tanto que, eleito pela primeira vez presidente, em 2002, com qunase 90% dos votos dos baianos, passou 1 ano e 6 meses sem vir a capital e trancou a verba do metrô.

   9. Essa proposta de Pelegrino em estadualizar o Metrô é tiro-no-pé. O eleitor quer é andar no metrô e não deseja saber se é estadual, federal ou global. Deseja o serviço. O governo fala no Metrô2 da Paralela para 2016 (a oposição estima pelo ritmo Wagner 2026) e o Metrô1, o "calça curta", para a Copa 2014. Aí a eleição já passou.

   10. No inicio de sua trajetória, Pelegrino reuniu a imprensa no Barbacoa e entre outras idéias disse que transformaria o Abrigo Dom Pedro II, dos velhinhos, num hotel. Esse abrigo é um ícone na cidade. Ele pode até fazer isso, se eleito, mas, não porecisa dizer. É péssimo. Que também mudaria a rodoviária empurrando o povo para a BR-324, se estrutura tiver.
 
   11. Então, a hora é agora, reorganizar idéias, terá tempo bastante na TV para explicar o beabá de forma didática, melhorar seus argumentos nos debates e partir para vencer. Tem, à vista, sua melhor oportunidade. Só precisa ser convincente e conquistar os "russos".